Passeio

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O Luz invadiu pela janela, embora não houvesse sol, a claridade foi o suficiente para acordar o pequeno garoto, esticando seus membros e um longo bocejo, ele abriu os olhos e viu que tudo que havia acontecido ontem não era apenas um sonho.
Ele havia dormido em lençóis macios de seda que nunca imaginou que poderia tocar, sua cama era bem maior do que a que dormia antes, não tinha o cheiro incômodo de mofo e nem era gelada e úmida como aquela, além disso, o quarto confortável que seu anfitrião lhe forneceu, era quente e sua atmosfera lhe deixa bem, o que fizera ter um sono pesado que ao longo de sua vida nunca tinha tido antes.
— Neko — a voz serena do seu anfitrião invadiu o local, ele abriu a porta e acendeu o disjuntor ao lado dela.
Neko sentiu seus olhos queimarem por um instante com a luz da lâmpada que atingiu sua pupilar certeiramente, ele esfregou as pálpebras, tentando se adaptar com a luz que os cegou, enquanto, Dante caminhou sobre o quarto em direção a cama se sentando na ponta dela, ele deslizou sua mão sobre os cabelos de Neko que, não resistiu em tombar um pouco de seu rosto sobre ela, quando ela deslizou em sua bochecha direita.
— dormiu bem? — disse o loiro, abrindo sorriso gentil para o moreno.
— Sim, acho que nunca havia dormido tão bem.
— Que bom — Dante se levantou em um salto, ele agora seguiu na direção ao guarda roupa o abrindo e pegando um casaco verde de Neko, agora lavado e passado, jogando em cima da cama — vista isso, está frio lá fora — disse ele, seguindo para a porta — levante e vá se arrumar, vamos sair hoje.
Neko acenou com cabeça, concordando, ele jogou o lençol que lhe cobria para o lado e levantou, envolveu seu corpo com casaco e aproveitou e vestiu seu cachecol e seu tênis, depois levou-se até banheiro que ficava na frente do seu quarto, escovando os dente com sua nova escova laranja. quando terminou de pentear os cabelos e amarrá-lo em um grande laço no centro da nuca, foi se junta a mesa ao lado de Dante que, comia uma torrada bem fresca passada na manteiga e bebia uma xícara de café forte.
— gosta de café? — disse ele estendendo a xícara e depois tomando um gole.
— Não muito, prefiro suco — disse o menino, timidamente. Neko pôs as mãos entre seus joelhos e ficou observando Dante comendo, o Homem por outro lado, franziu o cenho, se sentindo desconfortável com os olhos do menor seguindo a cada gesto que fazia.
— poderia parar de olhar? — disse Dante.
— desculpa — disse o menino, voltando o olhar para a mesa bem servida com frutas, suco, torradas, manteiga e uma bela jarra preta de café.
Dante encarou a jarra de suco e com sutileza serviu do líquido em um corpo comprido para o garoto, depois, com a mesma calma, passou em duas torradas, manteiga que derreteu assim que tocou na superfície do pão.
— não precisa ficar tímido — disse Dante, colocando as torradas em cima do prato que estava a disposição de Neko — Se você estiver com vontade e só pegar e comer, não precisa esperar que lhe sirva.
— Desculpa, senhor.
— não me chame de senhor, não sou tão velho, apenas me chame de Dante, certo?
— certo, Dante — Neko pegou a pão e mordeu comprichosamente, ele sentiu a manteiga se mistura com a saliva e pão desmancha com a mesma, seu boca explodia com simples degustação de uma torrada ao ponto de lambe os beiços.

Quando finalmente eles terminaram de comer, Dante pegou o seu casaco pendurado ao lado do elevador e se juntou a Neko dentro dele, apertou o botão do térreo e os dois se viram novamente naquela recepção deslumbrante. Neko acompanhou os passos do loiro, nunca ficando muito perto mas, também não se distanciando.
—  Stone —  Dante se aproximou do alto segurança, sua cara era neutra, o que significava que parecia que sempre estava com raiva ou estressado de certa forma —  quero que você venha comigo.
—  certo —  disse o gigante sem questionar, ele pegou seu rádio e disse um código que só ele entendia, depois de alguns segundos apareceu outro homem, tão forte quanto Stone e ficou em seu lugar.
—  a onde o senhor gostaria de ir ? —  disse o grande, passando por Dante e abrindo a porta de vidro da entrada com cavalheirismo, eles passaram pelo segurança, que depois seguiu logo atrás deles, apenas apertando os passos, para fazer o mesmo gesto com a porta do carro, estacionando de frente do Hotel.
— Estou pensando ainda — disse Dante.
Sentando no banco de trás, se acomodando no banco de couro, Neko entrou logo atrás dele, sentado ao seu lado, já fazia muito tempo que Neko havia entrado em um carro, e talvez, nunca na sua curta vida tenha relaxado no banco de um tão luxuoso.
— bom, onde você sugere que posso comprar, sapatos, casacos, blusas e fins, por aqui? — falou Dante acendendo um cigarro dentro do carro antes, abrindo o vidro do mesmo.
—  O shopping seria um bom lugar, senhor! — respondeu Stone, olhando para o banco de trás.
— então vamos para lá — ele tragou a nicotina de maneira preguiçosa, levando o cigarro apenas duas vezes na boca antes de jogar o resto pela janela — o cheiro te incomoda? — Ele encarou Neko, que torcia de leva com fumaça suja que contagiou o ar.
— não, só não estou acostumado com alguém fumando tão perto em um lugar fechado.
— É um velho hábito que me persegue. Eu estou tentando parar.
Stone ligou o carro, dando partida e seguindo a viagem para um dos shoppings mais caros da cidade.
Enquanto Dante falava com Neko de modo despreocupado, como se já conhecesse o menino de longa data.
— Você tem alguma preferência por roupa?
— acho que não, o que tiver servido e me aquecendo já está ótimo.
Dante torceu o nariz e não escondeu o sorriso sádico que estampou seu rosto, ele dobrou uma das pernas sobre a outra e colocou sua mão esquerda em cima do joelho enquanto a outra segurava sua cabeça que despencou sobre ela.
— Você deveria ter mais senso de moda, afinal, você tem um rosto bonito.
— você acha? — disse Neko tocando a superfície do seu rosto.
— se estou dizendo... claro que antes, você não tinha muita escolha, mas, agora está comigo e pode escolher o que quiser, quando chegarmos.
Neko não pode escapar o sorriso que se formou em sua face, ele juntou suas mãos sobre seu colo e as entrelaçou, seu lábio retorcia e seus olhos encaravam furtivamente o rosto de Dante, encarando a paisagem pela janela. Seu cabelo dourado sendo iluminado pelos raios de sol que refletia sobre eles, seus olhos fixos sobre o vidro tão brilhantes e verdes quanto a grama mais  fresca que já viu.
Stone parou o carro, Neko nem havia percebido que eles tinham andado por mais de 20 minutos e que agora, estavam parados na frente do shopping.
— Eu vou deixar vocês aqui e procurar uma vaga — disse o segurança, destravando as portas.
— não demore, vou precisar da sua ajuda com as sacolas.
O grandão acenou com a cabeça positivamente, Dante e Neko desceram do carro que, foi levado a busca um local para estacionar.
Neko que já achava a beleza do palácio de jade como uma verdadeira obra de arte, se encantou com aparência futurista da onde estava agora. já na entrada, um pouco antes de passar pelas portas automáticas, ele apreciou a própria imagem em um espelho embutido no teto da enorme estrutura que protegia eles da neve caindo, passando arco de metal das portas abrindo a sua proximidade, se encontrou em galeria de lojas com extenso salão no meio que, em seu centro havia montado um árvore de natal com mais de 10 metros de alturas, enfeitada com bolas e laços maiores que a cabeça do menino.
— bom, fique a vontade para escolher! — disse Dante atenciosamente, pondo sua mão sobre o ombro de Neko, o deixando confortável com ato.
— acho que… — o menor, franziu os olhos, dando uma boa olhada para cada loja a sua frente, ele viu muitas com roupas que só combinaria com estilo elegante de Dante e outras com patamar muito alto para ele, todavia, teve uma que chamou sua atenção, não era bem o estilo que gostava, mas, as estampas que tinha gravadas nas camisetas o interessava — acho que aquela — disse o menino apontando para a loja.
Dante encarou o local, e dobrou levemente o rosto para a direita, uma sensatez no olhar e disse:
— Bem "Geek".
Neko não entendeu o que aquela palavra significava, mas, pelo olhar de Dante, não parecia ser algo devidamente ruim. Os dois seguiram em direção da loja, Dante sempre envolvendo seu braço sobre Neko amistosamente, quase como ato de acolhimento e proteção.
A fachada da loja havia escrito em Neon cor de rosa "Davi 's", com um herói logo ao lado, desconhecido por ambos.
— Neko, desculpa — resmungou Dante, pegando seu telefone de dentro do bolso da calça, o aparelho vibrava e um nome desconhecido pelo menino enfeitava a tela do aparelho — tem alguém me ligado, eu vou atendê-lo em um lugar mais privado.
— vou te esperar aqui.
—  não vai demorar, vai escolhendo as peças!
Dante se afastou, pondo o celular sobre sua orelha direita, enquanto, com a mão livre, tentava abafar o barulho da multidão tampando seu outro ouvido. Neko entrou na loja, ficou admirado com tamanho detalhe o lugar. as prateleiras possuía milhares de bonecos de ação de diversos personagens, famosos e que o menino nunca tinha visto na vida, na parte de baixo, no centro da parede, havia corrimão de ferro com vários tipos de camisetas muito bem estampadas, além de, shorts, calças e moletons em estilo muito parecido.
— posso ajudar — disse uma vendedora, em postura imponente com mãos voltadas para parte de trás do corpo.
—  Você teria algo do meu tamanho.
—  não.
falou ela grosseiramente, neko franziu o cenho, mas, não se importou, foi se desdobrando mais fundo da loja, seguido pela vendedora e os demais clientes e funcionários. Ele pegou uma peça que parecia de tamanho bom, era uma bela camisa vermelha com símbolo de raio no centro do peito.
— essa parece perfeita — disse menino sorrindo para a moça, que não retribuiu o ato, apenas tomou a peça de sua mão, pondo de volta no lugar.
— essa não serve — falou ela.
— tudo bem, um número maior não faz mal.
— aqui não tem nada para você — debochou outro vendedor, do outro lado da sala.
Neko encarou as pessoas em sua volta, e depois para si mesmo, olhares grosseiramente te rodeiam e isso era pelo simples fato que suas roupas não eram devidamente boas para um lugar tão caro.
— certo, certo — disse o menino, segurando as lágrimas para não despencaram de seu rosto, ele engoliu o peso das palavras e continuou a caminhar sobre a loja — eu vou levar essa — Neko pegou mais uma camisa, azul com escudo estampado mas, de forma impulsiva o vendedor do outro lado venho em sua direção e tomou de sua mão.
— não sei como você conseguiu passar pela segurança, mas, seu lugar não é aqui, você é imundo.
Era evidente e escancarado que cada segundo naquela loja deixa o ânimo do menino baixo, ao ponto de sair correndo chorando, mas, o pequeno orgulho que sobrava naquele corpo franzino o impedia de sair. Ele precisava espera Dante para que todos pudessem ver que ele não era um ladrãozinho, ou um idiota que entrou em uma loja apenas para olhar, sabendo não pode compra.
Não demorou muito para isso acontecer, Dante passou pela entrada, invadido a loja com seu terno luxuoso, os olhos dos vendedores próximo dele saltaram e até mesmo dos clientes ali perto, não era comum alguém de social entra um lugar como aquele, ele foi se aproximando de Neko, guardando o celular em seu bolso, ele deu um belo sorriso para o menino, que retribuiu com um mais abatido.
— Então, gostou de alguma coisa? — falou o loiro, dando leve tapinha no ombro do menino, o rosto do vendedor grosseiro gelou a outra moça nem estava mais lá — é você que está atendendo ele?
Dante apontou para o moço que abriu um sorriso amarelo e concordou com a cabeça. Neko permaneceu de cabeça baixa e suas mãos não tocaram mais em nada.
— então — continuou Dante — o que achou?
— não tem nada que sirva para mim.
— sério? Eu vejo muitas roupas aqui. Não é possível que nenhuma sirva em você.
Dante analisou o que estava em sua frente e pegou o mesmo modelo da camiseta anterior que Neko havia escolhido e que foi tirada pela mão do vendedor.
— que tal essa? — O loiro pois, na frente do menino tentando imaginar como ficaria nele, ele abriu os lábios contente, aprovando o que via — acho que vai ficar perfeita.
Dante deu a blusa para vendendo e pediu para que ele levasse o jovem até um provador mais próximo, porém, Neko se negou a segui-lo, permanecendo de cabeça baixa.
— o que foi, Neko? — disse o loiro.
  O loiro franziu o cenho, pondo sua mão sobre o queixo dele erguendo sua cabeça, o olhar de neko estava preso em lágrimas, seus lábios estavam retorcidos como choro amargurado que implorava para sair, mas, era impedido de fazer. Dante olhou pra vendendo, encontrando um olhar gelado de estampado e suas mãos fincadas no tecido da calça que usava.
— vamos embora — disse o loiro, friamente levando Neko de volta para saída da loja — percebi que roupas daqui não prestam, são caras e o tecido é de péssima qualidade — disse o loiro bem alto e claro.
O vendedor tentou ir atrás, tentando recuperar o que poderia ser a sua maior venda, mas, foi impedido pelo loiro com olhar frio e calculistas.
— espero que você venda bastante hoje — falou Dante, se aproximando do ouvido do vendedor — porque será a sua última venda.
Dante voltou e pegou Neko pelo braço, finalmente seguindo para fora da loja.
[...]
Se passaram horas, entrando de loja em loja, Neko já nem sabia quais foram as primeiras coisas que havia comprado, as sacolas em suas mãos estavam entulhadas uma do lado da outra formando uma espécie de meio círculo, as cores variadas delas formava um arco-íris sobre suas mãos. Mesmo com peso que carregava e os passos largos que tinha que dar para alcançar o loiro em sua frente, a felicidade era de um tamanho incompreendido, aquele sentimento de está sendo mimado por Dante não tinha igual, ver as pessoas em sua volta, encarando o tanto de sacolas de papel/plástico e caixas de sapato que stone carregava, fazia o garoto se sentir quase uma patricinha de filme estadunidense.
— Stone — Dante suspirou, diminuindo a pressão dos passos e se sentando no banco mais próximo no meio do corredor, Stone parou em sua frente, empoderando seus braços com sacolas em suas mãos — leve essas sacolas para o carro — disse ele entregando as coisas para o segurança, que sem nenhum problema entrelaçou os dedos na alça das sacolas.
Dante fez um sinal para Neko que, também deu o que tinha nas mão para o gigante, sentindo a dificuldade para fechar entre seus dedos, todavia, não perdeu a postura, acenou com a cabeça e partiu sem muita velocidade para o carro.
— Está com fome? — perguntou o loiro, puxando a manga do terno e vendo que já era mais de um hora da tarde.
Neko acenou com a cabeça, sentindo o estômago chacoalhado no instante da pergunta.
— então vamos comer — Dante deu salta do banco, estendeu a mão para Neko a pega, o que fez com satisfação.
Os dois seguiram para a praça de alimentação que ficava do lado oposto da onde estavam. Neko segurava firme em Dante, sempre reparando no rosto sereno do homem, ele não conseguia decifrar o que passava na mente dele, queria entender qual foi a conclusão que entrou em sua cabeça para adota-lo, ou seja que tipo de relação estava sendo construída ali. Neko se sentou ao lado de Dante em uma mesa próxima a duas lanchonete lotadas, o moço ajeitou o terno e começou a olhar em volta como se buscasse por algo.
— Então... o que você quer comer? — disse o loiro.
— eu não sei, tem tantas opções — Neko salivou, sentindo o estômago ronca.
— você pode escolher o que quiser, não se preocupe com preço — completou Dante, indiferente.
— Eu fico preocupado com isso, não quero ser um incômodo.
Dante voltou seu olhar para Neko, pegando em suas mãos e deslizando seu polegar delicadamente nas costas delas. O loiro sorriu, gentilmente, seus olhos ficaram franzinos e brilhantes, e seus cabelos dourados rebeldes, ondulados com pequenas ondas que alcançava de relance seus ombro firme e empoderados, a pele levemente bronzeada deixava destacado uma delicada pinta ao lado esquerdo de seu nariz e outro um pouco que baixo de seu olho esquerdo. O pequeno poderia apreciar aquela beleza européia por longos períodos até que pudesse decora-lo em sua mente.
— Neko, não se sinta um incômodo. Eu deixei você entrar na minha casa, eu gastei uma fortuna com você. Se realmente não quisesse você aqui, teria chutado para fora — Dante deu um suspiro e até soltou uma leve risada — Onde você quiser ir, o que você precisa, me fale que irei te dar, certo!
Neko concordou, não resistindo em deixar uma lagrima desce, ele abriu seus lábios feliz.
— Acho que vou querer x-burguer.
— Perfeito!
[...]
A noite surgiu, e o dia foi logo, depois do shopping, eles visitaram o parque e ficaram por lá até o anoitecer, o jovem menino ainda teve a oportunidade de tirar uma foto com "bom velhinho" e se empanturrar de algodão doce, no final.  Neko estava tão exausto que caiu de sono na trajetória de volta para casa, Dante teve que carrega-lo para seu quarto, enquanto certificava que seus empregados levassem as compras para o comando em silêncio para não acordá-lo.
Dante se jogou na sala, Luke passou com ele com últimas caixas de sapatos na mão, sendo a última a sair do quarto do pequeno.
— não acha que está exagerado? — disse ela, cruzando os braços com rosto franco.
— Acho um dia muito cansativo — respondeu o loiro de forma grosseira, Neko desfez a gravata e relaxou no sofá.
— Ele pode está te enganando.
— Ele? Não… foi até fofo ele contado e eu fingindo acreditar na falsa história dele mas, ele não seria capaz e inteligente o suficiente para me
— Tem certeza? — ironizou a ruiva, dando um passo à frente de Dante — tem alguma coisa nele que faz recordar de alguém, será que fui a única?
— Não quero discutir com você hoje — falou ele, mais irritado.
— que seja, Dante — Luke deu com os ombros, e se afastou — só vou deixar claro que, eu avisei. ele pode trabalhar para ele e você está sendo enganado.
— enganado? Qual sua ideia? — Dante abriu um sorriso debochado — é porque ele é japonês? Porra! só porque, Neko tem traços japoneses não quer dizer que esteja conectado.
— talvez.
Luke deu as costas a Dante, apertando o botão do elevador. Parecia que conversar tinha encerrado mas, o corpo da ruiva estava ardendo de raiva e sai dali sem terminar em Vitória seria um pecado para ela.
— Só estou dizendo que é muito estranho.
— o que é estranho, Luke?
— Que apareceu aqui com takada.  Deu um chute no seu pau, te humilhou na frente de seus clientes, e você simplesmente sai para fazer comprinhas com ele.
— ele é uma criança…
— sim, ele é — Luke se virou, encarando os olhos de Dante friamente que, retribuiu com o mesmo — mas, essa não parte mais estranha!
— e qual seria?
— que apesar daquele menino ter saindo do meio do lixo, ele é a cara da "Naomi".
Dante torce os lábios, ele estava se segurando para não estourar, o que, era o que Luke queria, afinal, ela usou a palavra "proibida". O loiro levantou e aproximou abrindo um sorriso nada simpático, ele andou com passos rasteiros ao mesmo tempo que, ele observava o rosto de Luke, ambos frios e calculadamente perigosos.
— Luke — disse Dante, com tom leve de ameaça na voz — Já se esqueceu onde eu encontrei você? Era um lugar tão imundo e nojento que só poderia encontrar um rato por ali. Meu pai falou para não levar a rata vermelha para casa , ela seria inútil e mostrei para o velho que, você não seria um desperdício, então, não me faça prova que meu pai estava certo e para não arastá-la de volta para o mesmo esgoto que te tirei!
Luke engoliu a raiva, seus punhos cerrados com tantas forças que unhas ficaram cravadas na carne da sua palma. Dante acendeu um cigarro e tragou soprando a fumaça no rosto da ruiva, ele voltou para o sofá se sentando confortavelmente nele.
— acho fui claro, pode sair — terminou o loiro, jogando sua cartada final.
O elevador abriu, no exato momento, Luke entrou, seu rosto só transmitia um único sentimento, ódio

NoraNekoWhere stories live. Discover now