• 2 •

4.4K 465 720
                                    


  Aila abriu os olhos e olhou pra cima, ele dormia tranquilamente, a expressão estava relaxada, diferente do que ela havia visto no dia anterior, ela se levantou devagar e pegou as chaves que ele havia usado pra trancar a portas, andou até um dos quartos e o abriu, procurando por coisas, achou duas toalhas e duas escovas de dente fechadas, ela saiu deixando a porta aberta e foi para o banheiro, o destrancou e entrou, colocou as coisas na pia e tirou as roupas, encostou a porta e entrou debaixo do chuveiro, o ligando, a pressão da água era fraca, mas ela poderia tomar seu banho tranquilamente.

Estava quase acabando quando ouviu a porta se abrir.

'Leon.. é você? Eu só quis tomar um banho rápido..' - ela colocou a cabeça para fora da cortina, era um infectado, quando ele a viu, ele correu e pulou, a derrubando, a garota escorregou e bateu o braço na prateleira de vidro, que quebrou e cortou seu braço, os dois caíram no chão, com ela por baixo e o infectado que tentava morde-la a qualquer custo, sendo impedido pela cortina, que separava os dentes dele da pele dela, ela gritou e tentou se afastar, foi quando ela ouviu um tiro e o infectado parou de se mover.

'Não posso dormir que você se mete em perigo?' - ele disse e chutou o corpo do infectado para o lado, desligou o chuveiro e a puxou, a fez sentar no vaso sanitário. - 'me deixa ver esse braço...' - ele começou a olhar, limpou com uma das toalhas e pegou a outra entregando para ela, Aila cobriu o corpo, ele pegou bandagens e colocou um curativo no braço dela.

'Me desculpa.. só quis me limpar..' - ela disse e ele a olhou, os olhos se encontraram, ele estava cansado.

'Precisa de ajuda para se secar, senhorita Lancaster?'- o rosto dela queimou. ele quis rir.

'Não... não eu consigo..'

Ele assentiu e saiu, Aila se secou, escovou os dentes, achou absorventes dentro do armário, oque significava que uma mulher devia morar ali, ela se enrolou na toalha e foi até o outro quarto, era de uma adolescente, Aila se sentiu aliviada, abriu o guarda roupa e achou roupas que a serviam, roupa intima limpa, uma calça jeans e uma regata, além de meias e um tênis.

ela pegou uma mochila, colocou algumas mudas de roupa e roupa intima, penteou os cabelos, deixando soltos e umidos, pegou a escova de dente nova no banheiro e andou até a sala, onde Leon devia estar.

'Achei isso.. para você.'

'Precisamos ir agora, o tiro que eu dei deve ter chamado atenção de todos os infectados por perto. Obrigado.' - ele pegou suas coisas, escovou os dentes e os dois saíram. Andaram por algumas horas.

'Se vamos ficar andando por horas nesse sol, podia ao menos não me ignorar?' - ela disse e ele continou andando.

'Quer falar sobre oque?' - respondeu um tempo depois.

'Por que escolheu esse trabalho?'

'Eu queria ser policial.. me saí tão bem que acabei virando guarda pessoal da família do presidente' - ele disse e passou as mãos pelos cabelos, os jogando para trás.

'E você é casado?' - ela perguntou.

'Não, eu não tenho tempo para isso..'

'Vai dizer que nunca amou alguém...' - ela apressou o passo e se colocou ao lado dele.

'Já. Foi algo idiota, não pretendo cometer o mesmo erro novamente.'

'Se apaixonar não é algo idiota.. é normal.. sabe?'

'Ela era.. é uma pessoa difícil de lidar.' - ele disse.

'Ela te machucou? Talvez ela também esteja machucada por dentro..' - Aila disse e o analisou.

'Oque você entende de amor?'

'O suficiente.. sei que machuca.'

Ele a olhou e assentiu, ficaram por dois dias andando, parando as vezes para dormir, conversavam bastante e isso os distraia.

'Que merda! Era para ser uma viagem de volta de apenas oito horas! Não é possível que não haja um carro! Ninguém atende!' - ele disse irritado e jogou o aparelho no chão, pisando em cima. - 'Não devia ter feito isso...'

'Acho que estamos saindo de Raccoon.. se continuarmos chegaremos em alguns dias.. tudo bem Leon.. se acalme..'

'Aila. Parece que está tudo dando errado, isso nunca aconteceu... isso é uma merda e..' - ele parou de falar e a puxou começando a correr. - 'solte a bolsa!'

'Oque? Por que?'

'Vai ser mais rápida! Vamos, me obedeça!' - ela olhou para trás e viu a massa de infectados, não tinha como contar, eram muitos. Ela soltou a bolsa e os dois começaram a correr, ele a puxando pela mão, os infectados eram rápidos e vez ou outra quase os alcançavam. Eles entraram em um ônibus de viagem e Leon fechou a porta, correram até o fundo e entraram no banheiro, era apertado, ficaram colados um ao outro.

'Acho que te trago má sorte, agente Kennedy..' - ele riu baixo e ficaram quietos, muitos dos infectados entraram ali atrás deles.

'Merda..'

'Leon..' - ele virou o rosto e ela corou, seus lábios quase se tocando, ela olhou na imensidão azul de seus olhos e engoliu em seco. - 'ali em cima.. tem uma clarabóia.'

Ele olhou para cima e ela arfou aliviada.

'Podemos subir.. faça silêncio..' - ela assentiu e ele subiu no vaso sanitário, empurrou a clarabóia para cima e ela se soltou, subiu na pia e se puxou para fora, apenas usando os braços, ela suspirou admirada, pensando o quão forte ele era, e corou ao pensar nisso por que afinal ela dormia naqueles braços todos os dias. no fim ele não havia reclamado quando ela pediu denovo pra abraçá-lo a noite.

Ele colocou a cabeça para dentro, a olhou e sorriu convencido.

'Dê as mãos, vou te puxar.' - ela estendeu as mãos e a porta arrebentou, os infectados entraram, ele a puxou de uma vez, e a garota caiu deitada em cima dele, que levou suas mãos até a cintura dela e os dois se encararam por alguns instantes, até ela se mover no colo dele e levantar, ele fechou os olhos e respirou fundo, se levantou de uma vez e olhou para baixo, estavam cercados.

'Vamos ter que esperar.. até se dispersarem...' - ele falou e limpou a garganta.

'Tudo bem..' - ele colocou a clarabóia no lugar e os dois se sentaram. - 'desculpe ser o motivo de você ter que voltar..'

'Até que não está sendo ruim.. é divertido.' - ele sorriu, algumas horas se passaram, Leon se levantou e a olhou. - 'Temos que ir agora.. se formos por ali onde não tem nenhum infectado, conseguimos correr até as árvores e nos escondermos.'

'Estou duvidando da sua idéia.. ela não soa muito boa.'

'É nossa única saída.' - ele estendeu a mão e ela segurou, eles se olharam e pularam do ônibus começando a correr, até entre as árvores, estava escurecendo, os infectados pareciam não ter os visto pular, Leon começou a diminuir o ritmo.

'Tá e agora?' - ela perguntou e ele olhou em volta.

'Estamos em Ohio. Vamos ver a situação da cidade.. se estiver tudo bem seguimos viagem, vamos fazer praticamente uma linha reta, passar por Indiana e Illinois, dependendo do estado desses dois estados, podemos ir direito para Iowa e para a Dakota do Sul, depois Montana, Idaho e finalmente Washington. Se Illinois estiver mal vamos cortar por Missouri, Kansas, passar pelo Colorado e Utah, e subir por Idaho. E se em Indiana tudo der errado vamos para Kentucky e teremos que contornar a costa.'

'Vai descer até o Alabama?'

'Se precisarmos sim. Vamos passar pelo Tennessee para chegar ao Alabama, depois Mississipi e Louisiana, o Texas vai ser a melhor parte. Depois o Novo México, Arizona.. e a Califórnia, passaremos por Oregon até Washington.'

'Não tem um caminho mais curto?'

'Ja estamos na estrada a dois dias e parece que o destino está brincando comigo. Não achamos nenhum carro, temos que ter paciência e torcer para que em dois meses a gente chegue lá.'

'Tá bem.. vamos ter pensamentos positivos.' - no fundo ela não queria que aquela "viagem" acabasse.

A filha do Presidente • Leon KennedyWhere stories live. Discover now