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Kuroo já estava na frente da casa de Kenma a alguns minutos, a hora marcada já tinha chegado, mas ele não se atrevia a bater na porta, apesar de toda preocupação.

Do lado de dentro, Kenma tentava não gritar enquanto tratava as feridas que o irmão tinha deixado nele naquele dia. A voz do homem ecoava pelo quarto do garoto.

- Kenma! Você tá trancado ai por que?? Eu te mandei passar minha roupa! - Kenma revirou os olhos ao ouvir isso, estava protegido pela porta trancada do banheiro, pensou em gritar de voltar, responder a altura, mas as palavras não saiam da sua boca, a ansiedade e o medo era maior.

Kuroo se escondeu quando viu a porta abrindo, não era Kenma, era aquele homem escroto.

- SE EU VOLTAR E VOCÊ NÃO TIVER LIMPADO TUDO E DESFEITO ESSA CARA DE CINICO, EU TE MATO! - Ele gritou antes de sair, sem se importar se haviam pessoas na rua ou se os vizinhos iam ouvir. Kuroo sentiu medo, como será que Kenma estava?

Ele esperou o carro virar a esquina e foi até a porta, tocou a campainha e nada, então ele esperou, mandou mensagens para Kenma mas elas nem chegavam. Seu corpo estremeceu.

- Kenma! Abre a porta! Sou eu!

A porta se abriu de repente, Kenma estava com o casaco vermelho do colégio e um boné preto que parecia muito com um que Kuroo perdeu há poucos dias...Ele também tinha um bandaid na bochecha e um na testa, seu rosto sério mudou no momento em que Kuroo o abraçou fortemente.

- Me perdoa! Eu queria saber como te salvar disso! Me desculpa. - Kuroo não segurou as lágrimas, os olhos cheios de dor de Kenma o faziam sentir culpado.

- Hey, tá tudo bem, você pode me levar em um lugar? - Kenma se soltou do abraço, seu corpo doía.

- Claro, vamos pra onde você quiser. O Akaashi me entregou o pacote.

- Não, não vamos falar disso agora. Eu quero ir naquele fliperama que você me levou.

Kenma disse olhando nos olhos de Kuroo enquanto limpava as lágrimas dele, ele também arrumou o cabelo do moreno, que com certeza não tinha dado muito atençao ao penteado naquele dia.

- Claro! Nos vamos lá agora! Eu vou dizer pro Bokuto abrir mais cedo só pra você, gatinho! - Kuroo disse enquanto tentava disfarçar a voz embargada com um sorriso.

Kenma deixou que Kuroo levasse a mochila pesada pro ele e os dois foram de mão dados até a estação. No trem, as mãos não se separaram, Kenma apoiou a cabeça no ombro de Kuroo enquanto eles observavam as pessoas ao seu redor. Cada uma ali tinha uma história, eles tinham uma história. Uma história cheia de problemas e que podia estar chegando ao fim.

Sufocado por seu pensamentos e pelo medo de perder Kuroo, Kenma deixou algumas lágrimas silenciosas rolarem e apertou mais forte a mão do moreno. Ele não era do tipo que sabia dar nome aos próprios sentimentos, mas o que sentia por Kuroo era amor, puro, inocente, inabalável, intenso, quente, difícil.

Kenma lembrou de quando Hinata descobriu estar apaixonado por Tobio, ele descreveu o sentimento como uma explosão de energia e descreveu Kageyama como uma lua tão brilhante que era impossiível tirar os olhos. O garoto não sabia como, mas o sentimento que tinha por Kuroo era o mesmo. Ele sentia seu coração aquecido quando estavam juntos, foi com Kuroo que ele conseguiu pensar em futuro pela primeira vez, todo os seus novos planos para o futuro envolviam Kuroo, era uma pena que tivesse que o deixar.

- Hey, gatinho, nos chegamos, vamos? - Kuroo tirou Kenma de seus devaneios, o mais novo limpou o rosto marcado pelas lágrimas e deu um sorriso tímido, levantando e saindo do trem ao lado de Kuroo.

(Can We Be Friends?) - Kuroken - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora