Bebidas E Confissões

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A resposta era:Nada. Nada estava acontecendo com a sua vida e Magnus estava detestando isso. Alexander enfim parecia se livrar do namorado falso que ele tinha e poderiam ficar juntos ou talvez até tentar algo mas não, Thomas tinha que ser persuasivo e convencê-lo a conversarem o que provavelmente resultaria em um perdão da parte de Alec, o que seria um tremendo desastre porque Thomas e Sebastian tinham uma inegável tensão sexual e com certeza não iriam ignorá-la só porque Alec descobriu e ele continuaria sendo traído e se embolando em uma teia ainda maior de codependencia em um relacionamento prejudicial. Mas quem Magnus estava tentando enganar, estava morrendo de inveja.
Quando ele e Alexander eram amigos Magnus descobriu que estava apaixonado e como um covarde empurrou o garoto para Thomas e nunca se perdoou porque percebeu que era uma paixão real e não uma atração física como sentira por tantas outras pessoas no decorrer de sua vida. Ele bufou e ligou o chuveiro, com água fria para aplacar o desejo absurdo que sentia pelo garoto que estava no seu quarto agora, deitado na sua cama.
Merda, merda, merda, praguejou várias vezes. Ele tinha de ser tão bonito? E para piorar era virgem ainda, Magnus teria de ser ainda mais cuidadoso e teria de ignorar sua vontade desesperadora de sair nu daquele banheiro e atacá-lo.
Alexander iria deixá-lo louco, mas pelo menos estava vestido. Ver ele todos os dias só de cueca se trocando para o treino de luta com um macacão colado que realçava seu corpo era o maior feitiche que ele poderia ter e seus armários eram um do lado do outro e tinha que ficar sentindo o cheiro másculo de Alec e vendo sua bela bunda realçada e não podia tocá-lo, na maiorias das vezes eles nem conversavam, Magnus apenas elogiava seu excelente desempenho na vida como um ser humano abençoado que não poderia ser real e o garoto fugia desesperado, isso quando Thomas não aparecia e fazia questão de beijá-lo, em sua frente!
Magnus desligou o chuveiro  e saiu. Completamente alheio ao fato de que Alec estava lá.
-Magnus me desculpe por... Ai meu Deus você está sem roupa! - O garoto se virou rapidamente e ele percebeu com um espanto que estava sem a tolha. Que droga, podia jurar que tinha pego. Não estava acostumado com pessoas no seu quarto que se incomodavam de vê-lo nu.
Ele foi até o guarda roupa e puxou um roupão. Agora poderia ser incriminado por atentado violento ao pudor.
-Pode continuar, já coloquei um roupão.
Alec virou lentamente e pareceu aliviado quando viu que ele realmente tinha se vestido. Magnus quis gritar de frustração.
-Você é inacreditável. Por que saiu do banheiro sem roupa? Imagine se eu fizesse o mesmo? Vamos estabelecer regras aqui Magnus.
-Bom, esse quarto é meu e você está aqui como um intruso e não vai me brindar com o prazer de vê-lo sem roupa nenhuma? - Ele levou a mão ao coração dramaticamente e viu Alec sorrir. - Minha vida está indo ladeira a baixo e ainda não terminei o ensino médio.
Magnus abriu seu armário e tateou até encontrar uma roupa que lhe agradasse, viu o celular vibrar com uma chegada de mensagem e viu que era Catarina.
"Todo mundo está alucinado porque você e Alec estão no mesmo chalé. Finalmente vai parar de me irritar com a lamentação de que era para você namora-lo ao invés do Tomy mosca morta?"
Magnus só redigiu um sonoro:Não.
Ele se virou para Alec e olhou para suas roupas sugestivamente, querendo dizer que precisava se trocar. Tinha de estar incrível para lidar com fofocas e com a rejeição que em breve viria.
-Vou tomar banho. - O garoto anunciou e saiu apressado até o banheiro e Magnus o seguiu, com uma toalha na mão. - O que está... Ah certo, obrigado.
E fechou a porta.
Magnus foi até a roupa que deixou separada e a colocou. Sabia que estava bonito com uma camiseta de botões e uma bermuda clara, colocando os anéis em seus dedos e puxando da gaveta seu estojo de maquiagem, só queria muito beber até esquecer seu nome. Puxou o celular e colocou uma música animada, precisava entrar no clima de animação ou ficaria deprimido o feriado todo por algo que já deveria ter superado. Alexander era um sofrimento do passado não poderia entrar naquela fossa novamente ou dessa vez não iria sair.
Algumas músicas agitadas depois Alec saiu completamente vestido, ou quase considerando que estava sem camisa e que corpo, que abdômen esculpido por anjos. Magnus limpou os cantos dos lábios, previnindo o acúmulo de saliva que poderia se formar ali e continuou se maquiando, tinha de ficar deslumbrante para beijar a maior quantidade de pessoas possíveis e talvez assim pudesse tirar Alexander Lightwood de sua cabeça, vinha jogando esse jogo a um tempo e uma hora seu coração iria entender que sua chance tinha ficado no passado.
-Magnus. - Alec o chamou e ele se virou para encará-lo. - Estou indo ou prefere que eu te espere?
-E chegar junto com você? Obrigada mas não.- Magnus viu que ele continuou a encará-lo e decidiu esclarecer. - Seu namorado vai surtar quando voltarmos e não estarei com paciência logo não vou andar por aí com você.
-Magnus, ele não é mais meu...
-Alexander já chega! - Magnus se virou para encará-lo, será que ele não percebia que esse assunto o deixava chateado? Era sua culpa Alexander namorar outro cara? Provavelmente. Mas não queria se lembrar disso a cada cinco minutos e muito menos ficar encarando o que tinha perdido. - Agora sugiro que coloque uma camisa ou todos vão achar que fizemos algo e não gosto de boatos infundados com meu nome.
Alec assentiu e vestiu , parecia triste mas todo mundo estava triste, não era da sua conta os problemas alheio, mesmo sendo o problema de Alec. Maldição! Por que não deixou Isabelle ir atrás do garoto ou até obrigado Britt a lhe dar um outro quarto, teria sido tudo tão mais fácil. Porcaria de esperança, só lhe trouxe problemas.
-Tem uma chave reserva, na gaveta ai do lado. - Ele apontou para o móvel de cabeceira. - Não perca por favor e não traga Thomas aqui.
Alec assentiu novamente e foi até o móvel e guardou a chave no bolso da bermuda.
-Tenha uma boa festa Magnus e se divirta.- Alec falou e saiu.
Magnus se recusou com todas as forças a chorar, já tinha superado o garoto, não tinha motivo nenhum para estar triste só que estava e muito. Depois de uma hora se olhando no espelho pensando no que deveria fazer, decidiu terminar de se arrumar e sair. Alec a essa hora já estaria agarrado com Thomas indo para uma cabana cumprir o planejado e não iria ficar a noite toda se lamentando, então sacudiu a poeira triste do seu coração e se levantou. Essa seria a maior festa de todos os tempos e iria beber muito para esquecer tudo.
Magnus foi caminhado até a fogueira, despreocupado e piscando para eventuais flertes durante o trajeto. Poderia acabar na cama de algum caso ficasse bêbado o suficiente para esquecer olhos azuis e cabelos pretos, ligados a um corpo escultural e uma personalidade maravilhosa.
Ao chegar na fogueira logo notou Catarina e foi até ela, linda como sempre, com os cabelos curto presos com presilhas coloridas e um vestido branco médio. A pele clara parecendo reluzir com a luz da noite.
-Aí meu Deus, você estava chorando por Alexander de novo? Magnus por favor não fique bêbado e estrague minha noite. - Ela implorou, com os olhos suplicantes.
-Vou ignorar você e seu drama exagerado. - Ele foi até a mesa com bebidas e as analisou até encontrar a batizada e puxou a garrafa para si, feliz em poder fazer algo que parecia normal. - Alexander a essa hora está transando com o namorado idiota.
Catarina gargalhou e colocou a mão em seu queixo movendo-o até a outra extremidade da mesa, onde o garoto estava sentado com um copo ao lado e uma garrafa identica a sua e os olhos azuis sempre firmes o focados pareciam perdidos. Alec estava muito bêbado.
-Ragnor e eu apostamos, eu disse que ele chegaria em dez copos, Ragnor disse que no oitavo você iria se intrometer e levá-lo para seu chalé. - Ela apontou discretamente para Alec. - Aquele ali é o sexto, então por favor se for fazer algo, faça agora ou espere até o décimo.
Magnus ficou indignado, agora teria que vigiar o garoto só por quê gostava dele? Ele ignorou os amigos e deu um longo gole na garrafa, sentindo o álcool queimar sua garganta parecendo muito familiar.
-Olha lá Magnus, virou mais um! - Catarina fingiu estar feliz, mas ele sabia pelo seu tom de voz que ela estava preocupada. - Muito bem Alec, só faltam três e aquele palhaço do Ragnor vai me dever um favor. Não estrague tudo Magnus.
-O que quer que eu faça? Fique parado aqui enquanto o cara que estou apaixonado entra em coma alcoólico?
-Bom não, mas que bom ouvir finalmente que está apaixonado por ele. Você se enganou por dois anos. - Ela levou a mão ao peito. - Foi tirado um peso das minhas costas, agora vá lá e seja o príncipe encantado do cavaleiro em perigo.
Magnus negou, não tinha o direito de fazer isso porque tinha sido um babaca mais cedo e Alec tinha acabado de descobrir que fora traído, pessoas que amavam não faziam isso com as outras.
-Não posso Catarina. - Ele falou. - Não posso simplesmente ir lá e querer ser algo dele que não sou.
-Se você não for, alguém irá. Aquele carinha do clube de luta, Mark ou Marcos não sei já passou por ele umas duas vezes. Vai ficar com medo de novo e empurrá-lo para os braços de outro cara quando pode simplesmente ir até ele e ser alguém legal e gentil.
Magnus se remexeu nervoso. As vezes detestava Catarina, por que ela dava conselhos sem ele pedir? Agora tinha que ir até lá e não poderia reclamar de não ter sido avisado.
-Eu não sou um cara gentil, passamos a tarde toda juntos e única vez que tentei consolá-lo acabamos na cama.
-Você dormiu com ele?! - Ela gritou e Magnus colocou a mão em seus lábios desesperados.
-Não, aconteceu alguns imprevistos e não fomos adiante.
-Magnus você ficou tão excitado que não conseguiu terminar não é? Merda, agora devo outro favor a Ragnor porque ele apostou que depois de anos com isso acumulado quando enfim tivesse chance não iria conseguir. Coitado do Alec.
-Mas vocês são péssimos amigos. - Ele resmungou e se virou para Alec e viu Mark sentando ao seu lado. Fechou os olhos com força e quando abriu Thomas tinha aparecido na outra extremidade da fogueira e quando avistou Alec começou a caminhar até ele.
-Vá até ele agora, ou vai ser tarde demais. - Catarina avisou. Alec virou o oitavo copo e Magnus começou a caminhar até ele. - Como Ragnor consegue prever essas coisas. Inacreditável...
Magnus chegou até Alec e tocou seu braço. O garoto o encarou e encheu o nono copo e não se deu ao trabalho de encará-lo. Mark apenas levantou e saiu e pelo canto do olho viu Thomas passando reto. Pelo menos uma vitória no dia.
-Alec.-Ele chamou e o garoto o encarou, suspirando aliviado. - Você está bem?
-Magnus, eu estou surtando e perdi a chave do seu chalé. - Alec falou mole e um pouco enrolado e tinha um cheiro forte de bebida. - Além do mais a notícia que Thomas e eu terminamos se espalhou e uns três caras já vieram me chamar para dar uma volta.
Magnus olhou ao redor e contou cinco possíveis ameaças e ficou feliz por ter ido até ele. Talvez devesse ter se apaixonado por alguém menos atraente.
-E você não foi? - Ele puxou uma cadeira e tirou o copo e a garrafa de perto do garoto.
-Ei, me deixe afogar as mágoas na bebida... - Alec se esticou e tropeçou, caindo no colo de Magnus e rindo em seguida. - Ops, acho que cai no seu colo, até poderia pedir desculpas mas eu sei que você gostou então me devolve a garrafa.
Ele esticou os braços tentando alcançá-la novamente e Magnus o tirou de seu colo usando todo o auto controle e bom senso que ainda lhe restava. Alec o encarou com as sobrancelhas franzidas em uma carranca.
-Você não vai ser um cara chato e cheio de moral, certo? Vamos Magnus já dispensei muitos homens bonitos hoje que adorariam me encher de bebida e depois dormir comigo, você tentou isso o dia todo, não seja chato.
-Você quer ir dormir? - Magnus sugeriu. - Eu levo você.
Alec negou e voltou a se esticar para pegar a garrafa e com um esforço a alcançou, virando o máximo que pode antes que Magnus a pegasse. Ele tirou da boca de Alec mas não conseguiu ser rápido o suficiente e boa parte virou e derramou no garoto.
-Olha o que você fez Magnus me molhou todo e nem foi do jeito sacana. Vou ter que tomar banho e não consigo nem ficar de pé.
Magnus se levantou e puxou Alec junto de si e viu Catarina levantar os polegares com um sorriso animado. Ela pensava mesmo que carregar um homem bêbado era sinônimo de romance? Sua festa assim como a noite tinha sido um desastre e agora tinha nos braços um garoto lindo que por acaso ele era apaixonado, só que bêbado e nem um pouco pleno de suas faculdades mentais. Era um pesadelo.
Eles começaram a caminhar juntos, mas Alec agarrado a Magnus que o mantinha equilibrado.
-Quer ouvir a história patética da minha vida? - Alec perguntou, deitando a cabeça no ombro de Magnus enquanto caminhavam. - Vou contar mesmo assim. Thomas e eu fomos conversar e eu imaginei que ele fosse me pedir desculpas, jurar que fora um único erro e que todos tem direito a isso e essas coisas comuns que todo mundo fala. Implorar perdão e tal.
-E não foi isso que ele fez? - Os dois caminhavam lentamente até o chalé.
-Ah não, eu teria ficado muito feliz se ele tivesse feito isso. Mas Thomas na verdade me confessou que mantinha um relacionamento com Sebastian a alguns meses, três eu acho, não consigo lembrar agora e não faz diferença. Eles se aproximaram porque aparentemente sua presença próximo a mim, é ameaçadora e ele ficou inseguro.
-Típico. - Magnus comentou e Alec o encarou.
-Não, calma. Fica pior. - Alec se empertigou e começou a falar, imitando o tom melodioso de Thomas. - "Magnus Bane é claramente apaixonado por você, ele está sempre próximo e eu fiquei desesperado com medo de perdê-lo. Sebastian estava me ajudando e me dizendo que você jamais me trocaria e aconteceu de nos beijarmos e eu tive uma revelação. Eu amo você Alec, mas amo ele também. Devemos nós três ficarmos juntos... "
Magnus parou de caminhar e o encarou e Alec assentiu, claramente chocado também.
-Ele te chamou para compor um trisal? - Magnus estava chocado, não que ele se importasse com as orientações de cada um, mas só o fato de Alexander ser de alguém além dele lhe causava náuseas e desespero.
-Acho que sim. - Alec se apoiou ainda mais em Magnus e ele notou que o garoto começava a se cansar e os olhos estavam pequenos. - É errado eu estar chocado e com muita vontade de chorar? Não quero ser preconceituoso com Tomy e seu jeito de ser, mas estou me sentindo traído, quer dizer, ele poderia ter me contado antes.
-Você iria aceitar?
Alec negou com a cabeça.
-Sou adepto a monogamia, o que posso fazer? Além do mais, meu namoro com Thomas já tinha ido longe demais. Estou feliz que acabou de um jeito que não o odeie.
-Você é tão altruísta se fosse eu, estaria possesso de raiva.
Alec riu e Magnus apoiou sua cintura, para que pudessem subir os degraus do chalé, sem que o garoto tropeçasse e viesse a se machucar. Ele pegou a chave e abriu a porta para Alec entrar, o garoto cambaleou e foi até a cama, deitando nela e olhando para Magnus, seu rosto estava vermelho e ele quase riu com a cena adorável de Alexander deitado de lado, provavelmente tentando seduzi-lo. Ele acendeu a luz e a claridade deixou o moreno ainda mais bonito.
Magnus deu a volta e tirou os sapatos, sentando do outro lado. Alec se virou para ele com uma certa habilidade mesmo que seus reflexos fossem limitados.
Ele estava lindo, os cabelos pretos rebeldes próximos a seus olhos e ele tinha um jeito sensual que fez Magnus dizer varias vezes para si mesmo que ele estava bêbado e deveria respeitar por mais difícil que fosse.
-Você quer tomar banho? - Ele perguntou. Alec assentiu. - Quer ajuda?
-Eu não acho uma boa ideia. - Ele sussurrou, quase inaudível e depois apontou para sua calça e Magnus se afastou. Deveria ter levado o garoto para Isabelle, ela sim saberia o que fazer. Alec estava excitado mas que merda, Magnus pensou, milhões de vezes merda. Não ia dar certo, não mesmo.
-Você prefere que eu chame Isabelle? - Magnus sugeriu.
-Que nojo Magnus, você está mesmo sugerindo que minha irmã me veja nesse estado?
Magnus assentiu, ela não teria pensamentos impuros com ele desse jeito, era a escolha mais óbvia ou talvez seu irmão Jace, qualquer pessoa que não fosse ele estaria perfeito.
-Eu consigo me virar, não é como se eu estivesse incapaz ou algo assim só estou um pouco...-Alec levantou e tateou até a beirada da cama e logo se sentou, com os olhos fechados. - Magnus, você pode me ajudar? Vou cair.
Ele respirou fundo e contou até dez, era castigo ou benção e não dava pra ter certeza.
-Espere aqui, já venho te buscar.
Magnus foi até o guarda roupa e pegou uma tolha pendurando ela no box depois voltou e no fundo do seu chalé encontrou uma cadeira de plástico, seria muito mais seguro obrigar Alec a tomar um banho sentado do que ficar com ele no box e muito mais educado também, não queria deixar o garoto constrangido amanhã quando ele acordasse e se lembrasse da loucura que fora a noite passada, no caso agora.  Posicionou a cadeira embaixo do chuveiro e voltou para buscar Alec que tinha as mãos apoiadas na cabeceira da cama e o encarava com um ar sonhador e corou violentamente quando Magnus retribuiu o olhar.
-Veio me buscar agora? - Alec perguntou retirando a camiseta e toda as vezes que o via sem camiseta Magnus tinha de limpar os cantos da boca. Alexander não poderia ser real, um homem tão bonito não era real se recusava a acreditar.
Ele foi até Alec e tirou os sapatos do garoto, jogando para baixo da cama e ficou indeciso quando a única coisa que restou em seu corpo era a bermuda, mas não poderia ajudá-lo a tomar banho se estivesse vestido. Pegou a mão do garoto e o ajudou a ficar de pé, segurando sua cintura e tateando até encontrar o botão e abri-lo. Alec não desviou os olhos do seu e Magnus até tentou, mas não poderia, aquela era sua combinação preferida e Alec era sua pessoa preferida. Uma combinação perfeita demais para seu próprio bem.
O garoto envolveu os braços ao redor de seu pescoço e Magnus negou com a cabeça, mais para si do que para Alec. O garoto sorriu e o coração de Magnus bateu tão rápido que imaginou que a qualquer momento ele saltaria do peito. Suas bocas se aproximavam quase como em câmera lenta e quando estavam a centímetros de se tocaram Magnus desviou, por mais que quisesse e queria muito, fazer qualquer coisa com Alec bêbado seria desrespeitoso e não queria ser esse tipo de pessoa. Não com ele.
-Por que está fugindo? - Alec perguntou, com os braços ainda ao seu redor. - Só queria ter certeza de que eu o queria e depois me dispensar?
-Alexander, - ele o chamou, torcendo para Alec não continuar insistindo ou talvez acabasse cedendo. - Você está bêbado e muito bêbado, como vai se sentir amanhã quando eu contar que fizemos algo hoje mesmo eu estando sóbrio e sabendo exatamente que é errado?
-Pare de falar essas coisas então, porque só me dá mais vontade de beijar você. - Alec o soltou e enlaçou seu braço ao de Magnus, chutando a bermuda para longe.
Magnus estava rezando mentalmente para que Alec sentasse e tomasse um banho, sem muito alarde ou provocações. Fez uma nota mental para xingar Catarina por isso um outro dia.
Abriu a porta do box e levou o garoto até lá, ligando o chuveiro em seguida. Alec fechou os olhos e céus que cena maravilhosa foi aquele homem sentado, com apenas uma cueca enquanto a água escorria por seu corpo. Ele fechou a porta do box e se sentou no vaso, pensando em coisas que não o deixariam excitado e falhando heroicamente porque a imagem de Alec sempre substituía qualquer tentativa.
Ele podia ver o reflexo de Alec pelo box, se mexendo e completamente nu e gemeu de frustração.
-Magnus? Por que você está fazendo sons estranhos? - Ele viu o garoto vir até a porta e colocar só a cabeça para fora e sorrir quando seus olhos se encontraram. - Que pena, achei que iria ver você se tocando. Já estou acabando, pode pegar um pijama na minha mochila por favor?
Magnus não respondeu. Por que Alec não poderia ser assim sóbrio? Porque se ele fosse assim sóbrio Magnus não teria sanidade e provavelmente teria sido preso por ser um psicopata que o perseguia. Se estava difícil agora, imagina lidar com isso todos os dias. Ele se levantou e foi até a bolsa de Alec, evitando tocar no acervo sexual que ele trouxera e pegando um pijama feio e surrado e revirando os olhos. Foi até sua própria bolsa e pegou o removedor de maquiagem. Não queria acordar parecendo a noiva cadáver.
Pendurou a roupa próxima à porta do box e no armário do banheiro pegou um punhado de algodão, retirando tudo e ficando triste pela maquiagem cara que gastou quando ninguém pudera vê-lo porque salvou Alec de fazer algo que se arrependeria.
O chuveiro desligou e Magnus saiu do banheiro o mais rápido que conseguiu antes de Alexander aparecer nu flertando com ele, seria desastroso. Magnus puxou seu pijama do guarda roupa e vestiu o mais rápido que conseguiu, se deitando em seguida. Alec apareceu na porta segundos depois e seus olhos azuis estavam mais atentos e boa parte do alcool já abandonara seu corpo,mas ele ainda cambaleava.
Ele foi até a cama e se deitou e choramingou, sua cabeça deveria estar girando como o inferno. Magnus se virou para ele e se sobressaltou quando Alec já o encarava.
-Você está bem? - Perguntou e viu o garoto se aproximar dele, deitando em seu peito. Magnus ficou imóvel. O que estava acontecendo?
- Obrigado. Você me salvou hoje. - Ele deu uma risadinha. - Mark estava me rodeando e eu não iria conseguir dizer não, eu acho.
Magnus fez uma nova nota mental, agradeceria muito Catarina por te-lo obrigado a ir até Alec, sabe se Deus onde estaria agora fazendo coisas que se arrependeria depois.
-Eu só segui meu desejo, não é necessário agradecer- Magnus relaxou os braços e apertou Alec em seu abraço. Não era nada demais dormirem abraçados.
- Talvez não seja, mas estou feliz que você me trouxe para cá. Estou feliz de verdade de estar aqui com você Magnus. - Alec se levantou e o encarou e Magnus se sentiu dois anos mais novo, quando se apaixonou por Alexander e tudo o que mais queria era ouvir aquilo, era saber que Alec ficava feliz com a sua companhia, agora finalmente acontecia e ele não tinha ideia de como lidar com isso.
Alec se abaixou para beijá-lo e Magnus colocou a mão em seu peito, interceptado seu movimento e negando suavemente.
-Não me entenda mal eu quero beijá-lo e muito mais, mas gosto de você e te desejo a dois longos anos. - Magnus confessou e viu o rosto de Alec beirar a surpresa. - Estamos sozinhos, no meu quarto com nada mais que roupas finas nos separando e você está bêbado e excitado com um acervo sexual a poucos metros. - O garoto riu, como ele queria. - Se eu começar não vou conseguir parar e não quero que faça nada que irá se arrepender amanhã.
-Sim, é verdade. - Alec concordou e Magnus tirou a mão de seu peito e quando percebeu os lábios de Alec já estavam sobre os seus.
Não era um beijo afoito como aquele dado na floresta e nem desesperado como quando se beijaram no banheiro mais cedo porque Alec precisava de conforto. Era diferente, doce e gentil. A língua curiosa do garoto explorava sua boca com habilidade e Magnus o mantinha próximo, mas não desesperado para encerrar qualquer distância, só queria que Alec se aconchegasse mais a ele. Sentir o perfume e a textura de sua pele que lhe causava arrepios e borboletas no estômago.
Quando tempo ficaram apenas se beijando, ele não saberia dizer, mas quando enfim se afastou, não pode conter a própria boca atrevida.
-Estou apaixonado por você...- Alec colocou um dedo sob seus lábios.
-Não me conte isso hoje, ainda estou bêbado e precisava beijar você ou não iria conseguir dormir. - Ele sorria e Magnus estava desesperado, iriam se afastar? - Me diga amanhã, o que quiser e então vamos decidir juntos o que queremos.  Thomas me fez uma proposta e eu não respondi, preciso resolver tudo com ele antes de qualquer coisa e não quero fazer promessas que não poderei cumprir.
Magnus sentiu um balde de água fria cair em seu rosto. Alec basicamente estava dizendo que voltaria para o ex e que não o amava. Ele fechou os olhos e conteve o impulso de chorar, aproveitaria essa noite quando poderia pensar que Alec era seu.
-Tudo bem. - Sua voz vacilou e ele se calou. Alec deitou em seu peito e pegou o celular. Magnus viu o nome Tomy brilhando com umas trinta mensagens e o garoto apenas ignorou e rolou até Isabelle.
"Você está bem?" Ele enviou e a irmã logo respondeu.
"ONDE VOCÊ ESTÁ ALEXANDER?"
Magnus riu e Alec também. Isabelle sempre dramática.
"Com o Magnus." Alec mandou e ela logo começou a digitar novamente.
"Você quer que eu vá te buscar? Catarina disse que você bebeu igual um louco e Magnus teve que te carregar."
-Catarina é sempre tão informada? - Alec perguntou e Magnus ficou com medo do que a amiga poderia ter contado.
-Ela teve boa intenção. Vai querer que Isabelle venha? - Magnus perguntou, não aguentando a ansiedade e Alec pegou o celular novamente e tinha uma nova mensagem da irmã.
"Clary não vai se importar, ela disse que me ajuda a cuidar de você."
Alec pegou o celular e começou a responder. Magnus respirou fundo.
"Magnus está aqui comigo e sendo gentil, obrigado Izzy. Preciso dormir agora, minha cabeça está explodindo."
"Dorme bem e se cuida."
"Boa noite"
Alec bloqueou o celular e se virou de costas para Magnus, aconchegado a ele e Magnus se virou, fazendo o mesmo. Tinha de aproveitar agora, amanhã sua covardia de dois anos atrás novamente o machucaria.
Magnus ficou com os olhos fechados por muito tempo, incapaz de dormir e sentiu Alec se movendo, virando para ele. O garoto selou seus lábios com um selinho e sussurrou.
-Eu sou apaixonado por você a tanto tempo, Magnus. Você não imagina quando tempo...
Magnus sentiu o coração acelerar desesperadamente e se manteve imóvel, com os olhos fechados. Amanhã, obrigou a se manter imóvel, amanhã conversaria com ele.

Summer Love - Malec Where stories live. Discover now