Capitulo 5

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Eduardo

Puta que pariu, tinha que acontecer essas merdas justo agora que tava bom? A mulher tava mansinha, de um jeito que ainda não tinha visto.
Enquanto desligava o fogo e tentava pegar a panela de cima que estava extremamente quente, evitando me queimar mais uma vez por essa diaba, não conseguia deixa de sentir a falta dos seus puxões no meu cabelo. Ela queria, assim como eu.
Coloquei a panela na pia e olhei para ela, que agora estava como se nada tivesse acontecido, sua casa quase pegado fogo tudo porque não consegui me conter com seu cheiro, a sua boca, seu corpo junto ao meu.... droga preciso de uma banho frio, meu amigão tá que não se aguenta mais.
Julia estava serena, encostada na mesa com sua xícara de café na mão.
Quando a vi pela primeira vez, entrando no escritório, parecia que o tempo tinha parado. Eu mal percebi o que meu pai disse, só consegui prestar atenção em como ela era linda, com uma calça jeans justa que delineava muito bem suas coxas grossas, sua camisa, com os três primeiros botões abertos, mostrando seu colo, com aquela boca carnuda e os olhos de um feiticeira sem contar aquele cabelo ruivo cacheado que só consegui imaginar segurando em um rabo de cavalo enquanto metia por trás.
Achei que era alguma empregada. Engano meu, foi somente ela abrir a boca que vi que toda a realeza que dei para ela, caiu por terra. A mulher era um furacão, tinha resposta para tudo, e ainda tinha aquele cowboyzinho do lado, como cavalheiro. Idiota, porque ele estava aqui? Porque a trouxe? Será que ela era mulher dele ou do meu pai?
O pensamento me fez ficar possesso. Nunca havia acontecido isso comigo, nem quando aquela maldita me deixou para ir embora com outro para o exterior.
Depois da discussão no escritório, sai de lá com muita raiva. Porque meu pai tinha que fazer isso? O que ele ganhava? Estava muito bem na Capital, meu consultório estava indo muito bem. Sou médico pediatra. Depois que sai da Fazenda, não sentia propósito na vida, até o dia em que ajudei a salvar uma criança que havia se afogado. Depois daquele dia, senti que havia escolhido o curso certo. Estudei muito, batalhei para conseguir meu próprio consultório  sem precisar do dinheiro do meu pai. Ainda deixava seu dinheiro , junto ao meu na conta que era de minha mãe e minha. Mas pelo jeito meu pai também tinha acesso, já que a limpou, para comprar o edifício em que trabalhava, o dinheiro não era muito, mas podia pagar a metade do que pediam pela minha sala.
Sem dinheiro, sem consultório, não havia mais que pudesse fazer, senão voltar para este lugar.
Depois que roubei um pedaço de bolo da cozinha de Ana, fui até as cocheiras e encontrei o Jaguar, meu cavalo árabe que escolhi quando tinha dez anos. Meu pai deixou que eu escolhesse qual queria e ainda colocar o nome. Jaguar foi meu companheiro em todos os momentos. Olhando para ele, senti um aperto no peito, por ter deixado meu amigo. Quando falei com ele, parece que ele entendeu no mesmo momento, pois relinchou e se aproximou de mim. Encilhei-o e sai pela fazenda. Havia uma cachoeira ao norte da fazenda, próximo à uma mata linda, que se abria em um lugar plano, com uma grama verdinha. Estava do mesmo jeito em que deixei. Tinha sonhos de crescer, namorar a Fernanda, nos formarmos, casar, e construir um ranchinho para a gente aqui. Seria nosso paraíso. Pena que só eu pensava assim.
Quando voltei para a cocheira, os meus pensamentos se voltaram para a ruiva de olhos indistinguíveis. Ela era linda, nunca havia visto uma mulher valente como ela, ela tinha um mistério nos seu olhos e um encanto na sua boca. Por mais que eu quisesse enforca- lá de raiva queria enforca- lá por prazer. Diacho ficar aqui não está ajudando. Peguei o Jaguar, e voltei para a fazenda. Chegando lá, deixei meu cavalo pastando e fui até onde escutava as conversas. Me encostei no pilar do barracão e fiquei olhando, a única mulher no meio dos homens, mas que fazia todos comerem na sua mão. Estava vacinando o gado, sua risada era gostosa de se ouvir, assim como seu corpo era maravilhoso de se olhar, tinha uma bunda que deixa louco só de ver a calça grudada ao seu corpo.
Ela parecia leve, relaxada, rindo, brincando, estava linda. Mas sua postura mudou quando me viu.
Aquele "ser " também me viu e faliu algo próximo a ela. Quem ele pensa que é para chegar perto dela? Pera o que ? Fui eu mesmo que pensei isso? Eu estou louco! EDUARDO ESSA MULHER QUER TIRAR TUDO DE VOCE E VOCÊ BABANDO POR ELA SEU IDIOTA?!
Sai dali o mais depressa que pude. Vi quando ela tomou o rumo do casarão, na primeira oportunidade a agarrei, e confesso que não estava preparado para o choque que senti ao encostar na sua pela, sentir seu perfume.
Discutimos e ela saiu dali pisando duro. Ela ficava mais linda ainda quando eu lhe importunava.
Depois de almoçar, fiquei a tarde toda no escritório realizando o balanceamento da Fazenda. Mais foi só meu pai chegar que discutimos de novo. O lugar que tinha para dormir, agora também perdi.
O que me restava era ela. A feiticeira
E aqui estou, igual um bocó, babando pela mulher que está querendo me matar só usando esse shortinho curto, e essa regata que deixa visível o bico dos seus seios.
Ôôô Deus que foi que te fiz?
Ela que estava apoiada na mesa, termina seu café, lava a xícara e a seca, diz um boa noite sem me olhar nos olhos.
Aaah não depois do que fizemos aqui?
- Achei que iria me ajudar com a bagunça- Resolvo ir pelo caminho conhecido, o de importuna-la.
- E porque faria isso?- Ela fala ainda de costas, arrumando seu cabelo em um coque.
- Por ter te beijado que a frigideira queimou.- Ela se vira em minha direção com um olhar assassino por um momento, mas muda e da um sorrisinho de canto.
- Por isso mesmo que vai limpar a bagunça sozinho. Foi você quem me agarrou, não eu. E isso que aconteceu- Ela aponta para o fogão- Foi responsabilidade sua.
Ela volta a caminha em direção a escada e grita:
- Faz o favor de limpar bem limpinho. Apaga a luz da cozinha quando terminar. Boa noite.
A vontade que eu tinha era ir até lá em cima e dar uns tapas naquela bunda gostosa, mais se fizesse isso, tinha certeza que ela me matava. Já nao tinha onde ficar. Tratei então de lavar as coisas que sujei, e depois com um suspiro, apaguei as luzes, subi a escada e fui para o meu quarto. Após deitar na cama e fechar os olhos  senti seu gosto em minha boca, as memórias voltaram fortes e tive que voltar para o banho gelado.
Essa mulher ainda vai me  matar.

Domínio de uma paixãoWhere stories live. Discover now