Capitulo 10

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Julia

-Maldito, maldito, maldito! Porque agora? Porque?!- Minhas lágrimas embaçavam meus olhos enquanto dirigia. Minha mente girava em um ângulo de trezentos e sessenta graus. Porque Lucca voltar agora depois de tanto tempo? Porque me fazer reviver tudo aquilo? Ele não tinha outra ?
Mais adiante vejo um posto de gasolina,  paro a caminhonete para abastecer e pegar algumas coisas.
Eu precisava me distanciar de tudo e de todos. A fazenda ia ficar bem sem mim, mandaria alguém olhar a lavoura enquanto não tivesse por lá, mas precisava sair daqui. Como um dia que começou tão bom foi ter esse desfecho?
Preciso chegar em casa, fazer as malas e ir para um lugar mais calmo. Havia um casebre de Tião em umas terras distantes do Pantanal, ele havia me dado uma cópia da chave quando pediu para que, em uma de minhas viagens para lá, ficasse na casa.
Pego o telefone e disco seu número.
- Julia? Onde cê tá menina? Zé e o patrãozinho tão atrás de ocê.
- Tião avisa eles que não quero ninguém por perto, estou bem, não precisa se preocupar. Só liguei para pedir se posso ficar um tempo no casebre do Pantanal?
- Claro menina, o tempo que quiser! Mais ocê quer que eu avise alguém? Os meninos, seu João?
- É, pode ser. Obrigada Tião.
-Magina fia, cê se cuida,viu!
-Pode deixar.- Desligo o celular e o jogo no banco ao lado. Minha casa ficava a uns vinte minutos do posto de combustível.
Respiro fundo, ligo o carro e vou para lá, fazer as malas.
Quando chego vejo o portão aberto e uma Hillux em frente. Já tinha ideia que o desgraçado não iria me deixar em paz. Abro o porta-luva do carro, e pego minha arma.
Deixo a caminhonete fora da garagem mesmo. Desço e pego mais um mango que havia comprado para o estábulo. Não sabia como Lucca estava, se prevenir era o mínimo. 
Abro a porta e não há vestígios de ninguém. Já sabia onde o maldito estava, e o que queria aqui na minha casa.
Subo as escadas e chego ao quarto de Ituriel, sentado com as pernas cruzadas e tomando whiskey estava Lucca. Ele olhava a foto que tinha próxima da poltrona.
Sua cara estava pior do que quando sai do estábulo. Não havia dúvidas de que alguém tinha feito um ótimo serviço em seu nariz.
- Aprecio muito o seu gosto meu amor. Sempre com as melhores bebidas em casa. - Lucca continua observando a foto em sua mão enquanto tomava um gole da bebida.
- E eu aprecio o que fizeram com o seu nariz. Digo até que precisa de mais um pouco para ficar perfeito. - Continuo calma na porta o olhando. Ele estava mais magro, usava roupas amassadas. Olhando para ele agora, não acredito como me apaixonei por ele. Se arrependimento matasse, nesse exato momento, alguém deveria estar chamando o IML para mim.
Lucca sorri de canto sem mostrar os dentes, deixa a foto sobre a mesinha e me olha.
- Seus cachorrinhos estão ficando mais fortes- Eu queria arrancar aquele sorriso com uma faca.
Sorria da mesma maneira debochada ao retaliar.
- Talvez seja você que agora mostra o quanto é fraco.- Termino de falar e ele avança em minha direção. Ele só não contava que tenho ótimos reflexos e que tinha duas cartas na manga. Ao se aproximar mais, apenas o golpeio com o mango. Seu rosto agora apresenta uma listra vermelha enquanto se distancia, até se agarrar no berço
- Vagabunda! Você vai me pagar!- Lucca grita para mim enquanto segura o lado do rosto machucado.
- Não tenho nada a pagar a você seu cretino! Não sou nenhuma de suas cadelinhas que se sujeitam a apanharam de um covarde como você.
- Eu quero o menino. Eu tenho direito em vê-lo. E leva-lo. - Eu rio enquanto ele termina de falar. Era muita ousadia mesmo ele vir até aqui.
- Você não quer nada, até porque você não é nada do Ituriel. Ituriel tem apenas uma mãe que faz o serviço de ambos os pais e não precisa de uma vergonha de pessoa como você por perto.
Lucca agora se aproxima mais uma vez de mim, mas não chega a uma distância que posso agredi-lo.
- Eu vou leva-lo, você querendo ou não! Onde ele está eu vou busca-lo!- Lucca não era mais o mesmo homem que conheci, estava mais agressivo do que antes. Acredito que não tenha vindo pelo filho e sim pelo que ele deteve algum dia.
- Sai da minha casa Lucca. - Dou espaço para ele passar, mas ele continua no mesmo lugar, como se pensando em algo até falar.
-Ele está com aquele mauricinho, não está? O meu filho está com aquele merda...
- ELE É MEU FILHO! VOCÊ NÃO MERECE NEM O TITULO DE PAI!
Quando Lucca se aproxima mais da porta, levo a mão até a cintura da calça, alcançando a arma.
- Eu vou achá-lo e vou leva-lo, pode ter certeza! -Lucca se aproxima mais enquanto fala pausadamente- Onde.ele.está? - Seus olhos vermelhos demonstravam raiva por mim.
- Vai pro inferno Lucca. E dessa vez, vê se não volta mais. Já disse, você não tem nada aqui- Me aproximo dele. Minha paciência estava se esgotando, estava com raiva, com ódio.
-Eu tenho meu filho....
- Corrigindo, EU tinha um filho! Você nunca teve. - Seu semblante é de confusão e depois ira, ele tenta avançar em mim, mas novamente o mango estala em minha mão, fazendo o recuar.
-MENTIRA! você está mentindo...
-Eu tinha um filho Lucca, e por sua culpa ele não está mais comigo. -  Novamente as lágrimas escorriam dos meus olhos deixando a visão turva. Porém o causador de tudo estava em minha frente e eu queria atingi-lo de alguma forma.
-  VOCÊ TIROU MEU FILHO DE MIM! VOCÊ MATOU ELE, VOCÊ DEVIA TER MORRIDO E NAO ELE. ELE DEVERIA ESTAR COMIGO
Perco o controle começo a esmurrá-lo. Ele começa a sair do quarto enquanto que continuo a xingá-lo e lhe bater. A dor era grande e eu queria que ele sentisse ao menos a metade do que sentia
Ele desce metade das escadas e se depara com Zé e Eduardo na porta.
Zé não perde tempo, sobe as escadas ate ele e o pega pelo colarinho e joga contra a parede.
- Eu disse para você sumir. Eu juro, eu estou tentando pensar pela mãe, mas a vontade de terminar o que começamos mais cedo é grande.
Ao socá-lo novamente contra a parede, olho uma movimentação na porta. Edgar Tenório, chefe da polícia estava ali. Edgar era uns anos mais velho que eu, sabia que era um homem de respeito, o único da família Tenório em que se podia confiar. Edgar era um amigo que fiz ao sempre resolver os problemas dos peões no bar. Era alto, moreno, com o braço esquerdo cheio de tatuagens. Confesso que foi um dos homens que mais me chamou atenção quando cheguei na cidade. Mas, por mais que sempre ele quisesse algo a mais comigo, nunca lhe dei chances, pois me havia apaixonado pelo maldito do Lucca.
Edgar sabia da situação em que me encontrei por conta de meu ex marido. Me ajudou diversas vezes quando precisei. E também odiava o ex peão e o queria na cadeia.
- Lucca de Souza. Esta preso, por invasão de domicílio, extorsão e roubo.
Lucca que até então estava parado olhando para Zé agora começa a gritar.
- O que ? Essa casa é minha também. Eu tenho direito sobre ela. Você não tem nada contra mim Edgar, nada! SEU PAI IRA TE MATAR QUANDO DESCOBRIR. - Edgar o algema e leva para fora com a ajuda de Zé, enquanto Lucca grita que vou me arrepender por cada minuto.
Volto para o corredor e sento no chão. Lágrimas voltam aos meus olhos após voltar a lucidez. Sinto minhas mãos tremendo e a vontade de sumir é ainda maior.  Sinto Eduardo sentar ao meu lado. Após alguns minutos ele me puxa para o seu colo e me abraça. Soluço agarrada a ele, como se o mesmo fosse a minha salvação. Eduardo começa a passar a mão em meu cabelos, mas nada diz. Permanecemos daquela maneira por minutos, horas. Até que ele levanta comigo em seu colo e me leva para o banheiro. Nossas roupas molham, gotas de água fria caem sobre nós, mas o calor entre a gente não deixa que o frio apareça. Volto a ficar em pé em sua frente e continuo o olhando. Suas mãos vão até os botões de minha camisa e seus olhos me pedem em silêncio consentimento. Aceno silenciosamente e não deixo de olhá-lo enquanto me despe.
Ele retira minha camisa e depois minha calça, deixando apenas a lingerie. Seus olhos transmitem cuidado. Me aproximo dele e o beijo. Quando nossas bocas se tocam, a necessidade que tinha por ele parece explodir e  cada minuto a mais me torno ainda mais viciada.
Minhas mãos o despém de forma veloz. Após ficar nu. Eduardo agarra minha perna direita e me coloca contra a parede do box. Sua boca não desgruda da minha em nenhum momento. Sua outra mão começa a massagear meu seio e sinto o formigamento bom lá em baixo. Paro de beijá-lo, nossas respirações aceleradas.
- Me faz sua Eduardo, eu quero que me foda forte e duro. - Ele olha por segundos para mim.
- Você tem certeza?- Em nenhum momento suas mãos deixam meu corpo. Gemo quando sinto um aperto no seio. Estava sensível demais.
Ao me ouvir, Eduardo me puxa para cima e enrosco as pernas em volta de sua cintura. Começo a me esfregar em seu pau e ele coloca as mãos no box enquanto grunhe.
A água caindo em suas costas enquanto  minhas unhas arranham seu pescoço enquanto rebolo ainda mais buscando o alívio. Eduardo beija meu pescoço e deixa um chupão no mesmo local. Afirmando que era sua e somente sua.
Começo a gemer ainda mais.
Eduardo retira uma de suas mãos do box e rasga minha calcinha, logo após, encaixa seu pau em minha buceta e começa a pincelar a cabeça sobre ela. Rebolo com maior gosto, querendo coloca-lo em mim, mas Eduardo me tortura.
- Por favor...- Peço entre um gemido e outro.
-Por favor o que diaba?- Eduardo sussurra em meu ouvido, enquanto lambe meu pescoço e deixa uma trilha de beijos por onde sua lingua passa.
- Me fode Eduardo, por favor me fode.- Ao ouvir meu pedido, Eduardo coloca  de uma vez só seu pau em mim e começa a estocar. Seu pau vai fundo, e consigo senti-lo. Começo a gemer mais alto e a pedir por mais, Eduardo me desencosta do box e com uma mão segura a popa da minha bunda e com a outra me da tapas fortes. Sentia o clímax chegando, podia sentir seu pau inchando, então olhei para ele e pedi
- Goza, goza gostoso em mim. - Eduardo urra enquanto estoca pela última vez de maneira forte e acabo gozando, sinto os jatos de esperma em mim. Após alguns segundos volto a ficar em pé e sinto o líquido escorrendo pelas minhas pernas. Eduardo nota e da um sorrisinho de sucesso.
- Vem, deixa te dar um banho. Você precisa descansar e depois falamos sobre o que aconteceu.
Aceno para ele e então ele começa a me dar banho, passa o sabonete pelo meu corpo, depois ensaboa meu cabelo e depois me lava. Ele pega uma toalha e enrola em mim. Saio do box e sento na cama, esperando por ele. Após alguns minutos, Eduardo chega com uma toalha enrolada na cintura e uma escova em mãos. Ele senta atrás de mim na cama e começa a escovar meu cabelo.
Nenhum dos dois fala, mas no silêncio tudo o que queremos é falado. Após me arrumar, deito na cama enquanto Eduardo fecha as persianas. Logo depois, deita ao meu lado e me puxa para si. Ambos com o pensamento longe. Sinto meus olhos cansados, vou fechando enquanto sinto as carícias em meu cabelo. O dia poderia não ter nem começado bem, mas ao menos, mais uma vez, eu dormiria sendo cuidada. Era pouco, e quem visse poderia dizer que me apegava a migalhas. Mas na verdade, eu não tinha mais um futuro, migalhas ou não, era o que podia fazer com o dia, que não fosse mais cinza, como as noites eram.

Domínio de uma paixãoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang