CAPÍTULO 13

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(Nick)

- Boa Tarde, senhor Nicholas! É muito bom revê-lo. – Arthur exalta assim que me atende e eu entro na casa dos Reymond.

- Digo o mesmo, Arthur. – falo tocando em seu ombro ao passar por ele – Então, o Alex está? – pergunto, já que não duvido que o mesmo tenha fugido hoje como vem fazendo das outras vezes.

- Está sim. Em seu quarto, com o senhor Liam. – o mordomo fala sempre formal, acenando para os quartos acima das compridas escadas da mansão.

- Ah, sim. Obrigado. – eu o agradeço e já vou indo em direção a tortura.

Porque tem dia que estou de boa, mas logo hoje estou com preguiça de subir tanta escada.

Às vezes até a de casa, que não dá um terço dessa, me dá canseira!

- Não há de quê. – Arthur acena feliz para mim e passa por mim, indo para outro cômodo, para seus afazeres.

Nisso eu começo a andar pela sala de estar, percebendo que algumas coisas na mesinha de centro mudaram e outras até não estão mais aqui.

Olho para a escrivaninha em que um abajur se repousa e percebo que também havia uma mudança, pois agora tem um tipo de bonequinhos decorativos embaixo.

Pego um deles, um elefantinho que parece de porcelana, e penso em como essas coisinhas mudaram esse ambiente. Para os outros pode até não ser mais nenhuma novidade, mas faz tanto tempo que não venho nessa casa, que mesmo isso está sendo uma novidade para mim.

Olho o objeto, o animalzinho com a tromba curtinha e o corpinho rechonchudo. Todo pintado de um azul acinzentado, menos, claro, os olhos que são da cor usual e a boquinha aberta mostrando a língua junto com um sorriso que nenhum elefante de verdade faria, mas é fofo demais.

- Que lindinho! – eu digo enquanto o observo por todos os ângulos.

- Também gostou? – levanto minha cabeça e dou de cara com dona Elena na minha frente, com os braços cruzados, e parece que estava me observando por um bom tempo.

- Gostei sim, é lindo. – afirmo e logo devolvo o objeto decorativo ao seu lugar de origem.

- Eu comprei na minha viagem e o coloquei aqui perto do abajur até decidir onde fica melhor. – ela explica e dá uma passada de olho por toda a sala, depois se voltando a mim – Tem alguma ideia?

- Acho que se a senhora quer fazer uma pequena mudança na sala de estar, mesmo não sendo um expert, acho que deveria tirar os objetos antigos da mesinha – indico o local com as mãos – E coloque os elefantinhos lá.

- Mas você não acha que isso deixaria a sala meio infantil? – dona Elena me pergunta colocando a mão no queixo, em duvida.

- E qual o problema se ficar? Esse cômodo é muito sério e precisa de mais algumas coisas para descontrair, dona Elena. – falo olhando para todos os objetos e móveis, que mesmo parecendo novos são muito rebuscados.

- Tem razão, acho que vou fazer isso. – ela diz pegando o mesmo elefantinho que eu tinha segurado antes – Às vezes é bom ter coisas infantis para dar uma alegrada na vida. – e gira o objeto decorativo na mão e depois me encara – Você logo notou que isso era novo. Não tem vindo muito aqui, tem?

Respiro fundo, pois vamos acabar entrando em um assunto que eu não quero muito falar nesse momento.

Eu não deveria ter em primeiro lugar parado aqui e sim ter ido ver o Alex de cara.

- Sim, ele não vem aqui desde a demissão da mãe. – ouço passos atrás de mim, vindo do corredor. Nem preciso me virar para descobrir o dono da voz, pois logo o Jonathan passa por mim e para ao lado da esposa, em minha frente – Você chama a Elena de "dona", que engraçado. – ele me aponta com um tom irônico.

Eu Só Quero Ser Seu - LIVRO IIWhere stories live. Discover now