PUSH & PULL; bakugo katsuki [✓]

capítulo 18 • arco 3

—— Você é maluco —— disse Himiko, enquanto eu murmurava uns palavrões por ter me enfiado numa dessa.

Não me pergunte como, eu estava distraído enviando mensagens para Hyuna e me bati de cara na porta de Toga, entrando em seu quarto sem querer enquanto a mesma se trocava. Vendo-a de peças íntimas, eu entrei em um desespero mental inexplicável, e então na tentativa de voltar vejo que a porta se fechou com meu esbarro e emperrou.

Minha individualidade nem sequer moveu essa porta, o que me era muito estranho, então eu tentava entender o porquê.

—— Você sabe que no interior dos quartos é impossível usar quirks né? Shigaraki pediu ajuda de alguém que era bom para botar essas ordens.

—— Ah, não me diga que foi Shigaraki —— digo irônico, me virando de novo mas a vendo novamente de peças íntimas. Meu rosto ficou rubro na hora. —— Você não vai se vestir não, garota?!

—— E se eu não estiver a fim? —— sorriu sacana, se aproximando e me encurralando na parede. Senti seus seios grudarem contra os meus, e eu quis morrer junto com o corpo quase morto de Bakugo que eu deixei em algum canto daquela escola. —— Seu rosto preocupado e nervoso é engraçado e fofo. Quero ver isso mais vezes.

—— Sa-sai de perto! —— meu coração estava acelerado. A essa altura, eu já sabia que eu gostava dessa guria, mas eu não queria admitir isso nem para mim mesmo. —— Eu não sou um brinquedo.

—— Vai dizer que não gosta dessa aproximação? Eu sei que gosta de mim, Yuri... —— eu engoli em seco, meu estômago se embrulhou.

Não demorou muito para eu ver seus olhos dourados se fechando e seu rosto de aproximando do meu. Seus lábios foram prensados contras os meus semi-abertos, e senti sua língua adentrar na minha boca. O beijo se tornou rapidamente retribuído, um ósculo vicioso, minhas mãos pararam em sua cintura. Eu detestava pensar isso, mas eu queria sentir ela mais perto.

Toga deixou suas mãos em meu pescoço e nuca, eu senti seu dente mais pontudo arranhar levemente meu lábio inferior ao se separar do beijo, começando uma trilha de selinhos de lá até meu pescoço, cada parte da pele que ela tocava me deixava arrepiado.

Mas logo parou quando eu ouvi alguém bater na porta, eu me separei numa velocidade incrivelmente estranha e esperei conseguirem abrir a porta quando eu chamei por ajuda.

Eu estava morto, morto de vergonha.

•

HYUNA KAGAMI

Eu estava triste por Bakugo mesmo que ele me dissesse que estava tudo bem com ele. Por mais que ele dissesse pra mim o quanto não se importava pela perda da individualidade, eu sei que no fundo isso estragou com o final feliz que ele queria ter.

Suspiro cansada, seguindo caminho para o quarto do loiro enquanto mexia distraidamente no celular, vendo as mensagens de Yuri.

Ele me dizia que os ataques da Liga pararam, não tinham previsões de volta. Normalmente ele não é de me contar sobre a Liga porque se souberem podem matá-lo, mas dessa vez ele disse abrir mão da sua segurança pra me deixar menos insegura.

Desligo o ecrã do celular quando abro a porta de Katsuki, sorrindo gentilmente para o loiro que estava deitado descansando, lendo um livro. Eu nunca o vi ler nada, mas depois de olhar direito o título do livro, descobri que era sobre álgebra. Tinha que ser, garoto estudioso.

—— Ah, olá, Hyu —— ele fechou o livro com cuidado, deixando em cima do criado-mudo. Se sentou na beirada da cama devagar e apontou para que eu sentasse ao seu lado.

—— Olá, Katsu —— sorri, me sentando na cama e o olhando, seus olhos vermelhos sempre me chamavam atenção.

—— Como foi seu dia?

—— Eu treinei demais. Acho que eu vou morrer, aaaah! —— me deito pra trás em sua cama, e ele ri anasalado.

—— Isso significa que foi bom, acho —— ele resumiu, se deitando ao meu lado e me abraçando. —— Sinto falta de poder sentir seu cheiro de perto. —— murmurou baixinho, sua voz rouca contra meu pescoço. Deixou ali um selinho, e uma mordidinha no meu lóbulo.

—— Eu também sinto, Katsu —— senti meu rosto corar, engoli em seco com seus atos e inicio um carinho lento em seus cabelos loiros.

Naquela noite dentre várias, fui a conchinha maior dele.