26. CSI nível 1

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Ao chegar na sala de espera do hospital me deparei com o texano totalmente desolado. O Sanders tinha uma mão nas suas costas e falava algo perto de seu ouvido, Nick assentia mesmo com a cabeça baixa a mantendo pressionada em suas mãos que tinha seus braços apoiados nas pernas.
Eu até iria me aproximar, mas quando meu olhar se encontrou com os cor de mel levemente avermelhados, senti que não poderia me aproximar com aquela raiva interna explícita em meu rosto.

Avisei ao mais novo que iria pegar um chá para o Nick apenas movendo meus lábios. Ele assentiu e eu dei as costas indo para a cafeteria do próprio hospital, a madrugada seria longa e difícil.

Caminhei rapidamente agradecendo pela lanchonete vazia, pedi dois cafés fortes e um chá calmante de camomila para o Stokes, ele precisava se acalmar e entender que nada aquilo era culpa dele.
Voltei com as três bebidas, me aproximando lentamente e entregando cada copo ao seu dono.

- Lottie... - Nick não deu muita atenção para o chá, apenas se levantou me abraçando despejando seu peso sobre mim. - Eu... Eu não sei...

- Hey, Mon Chat! Estou aqui por você, não fica assim! - Afaguei suas costas sentindo seu corpo trêmulo. - Olha pra mim, por favor.

- A culpa foi... - Eu iria o interromper, mas uma mulher de roupa e jaleco branco nos interrompeu o chamando pelo nome. - Eu vou lá...

- Estaremos te esperando aqui, campeão. - Apontei para o vidro que separava o corredor do quarto.

Segui em silêncio para o corredor apenas observando o casal que estavam desabando em lágrimas.
Dei algumas goladas em meu café tentando afastar aquele sentimento horrível que estava tomando conta do meu subconsciente, ali não era o momento para contar ao Nick.

- Obrigado pelo café!

- Você já falou isso, Sanders! - Minha voz soou levemente rude, o fazendo ficar em silêncio apenas assentindo. Respirei fundo umas duas vezes observando o quanto meu melhor amigo estava acabado. - O bebê não era do Nick.

- Como que diabos você sabe disso? - Seu olhar assustado caiu sobre mim, apenas continuei olhando o casal adiante.

- Não sei se você lembra, mas eu me sustento assim. - Percebi pela visão panorâmica seu rolar de olhos. - Você vai ser o responsável por contar a ele.

- Porque eu?

- Porque você é o melhor amigo dele e seria errado omitir esta informação.

- Mas você quem me contou!

- Exatamente, já contei a você pra não ter essa responsabilidade somente sobre mim.

- De onde você tirou a ideia que ele não era o pai?

Expliquei tudo ao moreno, desde o momento que eu havia constatando a marca em ambos os corpos até quando o resultado do DNA saiu. Nunca havia se passado na minha cabeça que o bebê não seria do Nick, estava até aceitando a ideia de ser madrinha e ter responsabilidade pelo mesmo.
Seria um baque enorme para o Stokes e eu só queria consola-lo, não ser a mensageira da má notícia.

- Eu não sei como falar isso a ele. - Dessa vez eu quem o encarava.- Você sabe usar as palavras com delicadeza, eu não sou muito apta pra isso.

- Certo, nisso concordamos. - Sorri de lado. - Mas vou deixar claro que tudo foi ideia da sua cabeça.

- Ele irá me agradecer por isso. - A boca do Sanders abriu para pronunciar um argumento, o interrompi. - Eu não deixaria ele pagar horrores pelo funeral sendo que o filho é do defunto. A Cindy que lute pra se responsabilizar por tudo.

Good Thing [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now