Nightfall™ (Billie/you)

The Lion And The Lamb

S/n's point of view:

Voltei para casa atordoada. Disse aos meus pais que já havia jantado na casa do Gustav e que iria terminar de fazer as tarefas no meu quarto, minha mãe perguntou se estava tudo bem e eu dei meu máximo para falar com convicção de que estava tudo ótimo mas naquele momento eu estava convicta de que billie é uma vampira, e eu não sei se isso representa algum risco para mim ou para os meus amigos. A verdade é que estou aterrorizada, não por pensar nesse lado sobrenatural de Billie que descobri de forma esdrúxula mas sim por não me incomodar com isso, pelo contrário. Senti alívio quando a peça que faltava nesse quebra cabeça finalmente encaixou e naquele momento eu tinha quase certeza – mesmo não podendo afirmar – de que ela não iria me machucar. Amanhã gostaria de seguir os conselhos da minha mãe e ir falar com ela. Como eu devo abordar o assunto? Existe sequer uma possibilidade de conversar sobre isso de maneira delicada? Me sinto idiota, muito idiota.

Não percebi que de tanto pensar sobre a billie acabei dormindo. Acordei com o barulho do despertador tocando, meus pais incrivelmente não me acordaram aos berros hoje, provavelmente eles estavam preocupados com minha saúde mental e apesar de ser adorável eu gostaria que não se preocupassem com isso. Desci as escadas depois de me arrumar e vi a mesma cena de 2 dias atrás. Mamãe e papai tomando café na mesa, era uma bela cena de se ver, eles pareciam felizes juntos e nesse momento questionei se um dia eu irei encontrar alguém com quem possa viver isso. Meu pai estava indo trabalhar e minha mãe está de férias, ela era secretária de uma empresa famosinha aqui na cidade que vendia cosméticos.

"Bom dia" falei sem conseguir esconder meu desânimo "eu estou indo direto pra escola."

Dei um beijo na testa de cada um e peguei meu casaco. Hoje estava frio e nublado assim como a maioria dos dias mas por certos motivos – e pela primeira vez – o clima me incomodou. Eu não estava animada, me sentia bem cansada pra ser sincera. Não queria que meus pais ficassem paranóicos igual o ano passado, mas realmente não conseguia esconder meu desânimo nesses últimos dias.

"Por que não toma café com a gente?" Minha mãe perguntou após bebericar um pouco de café. "S/n, meu amor, nos conte o que está acontecendo."

E como eu pensava eles realmente perceberam o meu estado deplorável de espírito.

"Não está acontecendo nada." Parei em frente a porta da cozinha. "Sério, não se preocupem, eu estou bem."

"Filha..." Meu pai começou. "A gente te conhece, você está voltando a ter crises de ansiedade e não come nada, a única coisa que você faz ultimamente é se trancar no quarto."

"Isso é porque eu preciso estudar, pai." Me forcei a sorrir naquela situação, sempre fui uma péssima atriz. "Eu perdi uma semana de provas, preciso estar preparada para as recuperações."

Minha mãe suspirou e pelo visto ela estava sem muita paciência para discutir sobre aquilo agora.

"Certo filha, acreditamos em você." Ela se levantou e me deu um beijo na testa. "Vá para o ponto de ônibus antes que ele passe."

Me despedi dos meus pais e fui correndo para o ponto de ônibus ao perceber que ele iria passar em poucos minutos. Por algum milagre divino eu consegui chegar a tempo e o caminho até o colégio foi monótono assim como sempre era.

Escola, de novo. Eu queria uma oportunidade de falar com a billie antes da aula, mas não vi ela no campus. Gus faltou a escola e Ariana viajou com a família pra Seattle, ou seja, estou por minha própria conta e risco. Abri meu aplicativo de mensagens e vi várias marcações no nosso grupinho de 3 falando para eu tomar cuidado quando fosse falar com Billie e que apenas dirigisse a palavra a ela se estivesse em público. Suspirei e fui pegar minhas coisas no armário e seguir pra primeira aula, era literatura então eu iria sentar ao lado de Billie novamente. Coloquei os livros na bolsa e quando estava prestes a dar as costas senti uma mão fria tocar meu braço.