Nightfall™ (Billie/you)

Nightfall

S/n's point of view:

1 mês depois...

"Mãe... Não acha que está exagerando?" Pela milésima vez insisti na idéia de que tudo estava extremamente chamativo.

"Não seja boba, S/n!" Mamãe protestou. "É uma data especial, você está se casando."

Casamento, ah. Eu devo estar louca de vez, não é? Hoje eu estava vencendo meus maus costumes na presença da minha mãe e de Lauren, ambas animadas com a cerimônia. Pela primeira vez em minha vida eu senti um medo genuíno de sair daquele quarto, em todos esses anos eu comecei a idealizar a cena de como seria meu casamento – embora isso não estivesse em meus planos. Mas hoje eu via, apenas não me amei o suficiente enquanto humana para notar o quão sincero eram os sentimentos de Billie por mim. Mas Billie não podia me amar como eu a amava, tudo que fiz por ela, todas as coisas que eu faria por aquela estúpida dona de um audi brilhante. O inferno não estava muito distante do que imaginar uma vida onde Billie não esteja comigo.

"S/n, eu não vou refazer seu penteado se ficar se mexendo o tempo todo!" Lauren reclamou. "Vamos, sente novamente."

Lauren e eu começamos a nos dar bem após longos meses de adaptação, Camila foi grande parte do suporte dado para que ela me visse com outros olhos. Billie disse uma vez que todos os seus irmãos tinham a obrigação de estarem feliz por ela, afinal, Lauren não tinha poder de escolha sobre meu futuro. Eu escolhi esse destino embora ela não desejasse o mesmo para si própria e nem para qualquer outra pessoa, mesmo a que ela mais odiasse. Camila e eu desenvolvemos uma relação afetiva quase perfeita, ela era como uma irmã mais velha que sempre quis ter, com exceção do cheiro que ela exalava – finalmente comecei a compreender o que Billie havia dito sobre o perfume dos lobos.

Minha mãe tentava encaixar um pente encrustado com alguns cristais na minha cabeça, era um pente passado através de nossas gerações, já pertenceu a sua mãe, a avó dela, a ela e agora a mim. Eu já disse muitas vezes que tamanho exagero não era necessário, ela melhor do que qualquer outra pessoa sabia que qualquer coisa que me faça ir aos holofotes não me era bem vindo. Bufei mas um pouco irritada com os puxões que Lauren fazia em meus cabelos, tudo para ela havia de estar perfeito. Não era um vestido chamativo – com apenas essa exceção – já que muitos traços da minha personalidade humana não haviam mudado com a transformação. Ainda não vi a roupa que Billie estava usando, Maggie me proibiu de espiar pois segunda a sua crença isso trás má sorte.

Lauren foi a responsável por providenciar nossas roupas, sua mente estava totalmente centrada para as tendências da época e fazendo jus ao seu título de rainha da beleza e vaidade. O estresse não me ajuda a pensar com clareza, mas decidi me render a essa situação, contando com o fato de que não iria querer que essa festa terminasse em um desastre. Maggie entrou em seguida no quarto e sorriu ao ver que eu já estava pronta para descer até o altar.

"Você está deslumbrante, S/n." O sorriso da vampira estendeu com ternura em seu rosto. "Simplesmente, perfeita."

"Obrigada, Maggie." Sorri envergonhada. "Estou nervosa."

"É normal, filha." Minha mãe segurou minha mão. "Você está gelada! Não me diga que isso tudo é ansiedade?"

Recolhi minha mão depressa, o calor de minha pele havia evaporado junto com minha humanidade, qualquer toque físico humano seria um choque entre si.

"Eu estava segurando uma bolsa de gelo." Balancei a cabeça negativamente. "É por isso que minha mão está tão fria, não se preocupe, eu estou bem." 

"Bom mesmo, mocinha." Ariana apareceu me fazendo gritar em euforia. "Eu nem acredito que você vai se casar, garota!"

Lauren revirou os olhos e abriu espaço para eu abraçar a pequena, que, diante das circunstâncias era milhões de vezes mais frágil que eu. Aprender a controlar minha força não foi fácil, pelo menos nos primeiros meses, agora a delicadeza que era tão humanamente minha flui com a mesma facilidade que respirar. Billie sempre disse que meu potencial me levaria longe, que meu dom não só poderia causar dor nas pessoas mas também retirar a dor delas. Patrick e eu fizemos testes em animais, e, a dor não poderia limitar-se a ser apenas infligida como também poderia ser retirada ou amenizada.