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Amor, Desculpe
(não sinto muito)

Estou me sentindo inspirada
Porque o jogo virou

É, estou em chamas
E sei que isso queima

Sorry Not Sorry | Demi Lovato

— Sorry Not Sorry | Demi Lovato

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Sarah B.⇙

A semana passou num piscar de olhos. De repente, já estamos na sexta-feira. Como de costume, meu pai não parou em casa noventa e nove por cento do tempo. Vera apareceu no meu quarto e assistimos, as coisas voltaram ao normal entre a gente sem que eu precisasse pedir desculpas, é sempre assim. Troquei algumas mensagens com Júlia, ela diz que está se esforçando para encontrar um trabalho por isso o sumiço. Mirian não deu as caras, digo o mesmo de Heitor, mas que seja, não me importo com eles. Nada novo sob o sol.

O que me intriga é a insistência de Luan Martins, na última vez que ele me ligou, conversamos a noite inteira sobre motos, gente rica.. e só percebi quando os primeiros raios solares apareceram. Não nego que foi divertido, Luan no fundo é um cara legal e bom de papo, mas vou cortar o mal pela raiz.

Ou melhor, queria cortar o mal pela raiz.
Nesse momento, Júlia abriu a porta do meu quarto com aquele sorrisinho que geralmente damos quando temos uma ideia diabólica em mente.

— Oi sarinha. — Minha amiga se jogou ao meu lado na cama, de braços abertos. — Vamos ao baile de favela hoje.

Meu queixo cai.

— Olha só, eu não imaginava isso vindo de você. Geralmente eu tenho as ideias que vai nos meter em confusão. — Sento na cama, de frente a Júlia. — Tem caroço nesse angu.

— Bom, talvez.. eu vá encontrar uma pessoa lá. — Meu queixo cai pela segunda vez. — O que foi? Você não é a única que pode ter um bandido a seus pés.

Não é possível que ela não tenha escutado nada do que falei.

— Antes que comece a lição de moral.. Que por acaso, não combina nada com você — Júlia volta a falar — É só uma ficada. Trombei com ele semana passada e só trocamos número. Acontece que gostei do papo dele, e quero ele. Vamos, S. Faz esse esforço por mim.

Estreito os olhos na sua direção, analisando sua carinha de menina pidona. Eu já teria aceitado de uma vez por todas, se não fosse aquele incômodo lá no fundo tentando me alertar da íra de Bernardo Bellini, quando descobrir que passei por cima da sua ordem de novo.

— Olha só, ju.. Só nós duas podemos saber sobre isso. — Suspiro fundo — Estou falando sério.

Uma Júlia eufórica se joga em cima de mim, me abraçando. Tento não fazer careta, ela sabe bem que odeio grude.

Do Outro Lado Do RJWhere stories live. Discover now