No Leblon, vive Sarah Bellini. Loira, gata, classe A.. Parece ingênua. Mas, muito pelo contrário, Sarah B não é nem de longe uma garota afetuosa, ela sabe manipular para fazer tudo girar ao seu redor. Não é atoa que suas amigas a apelidaram como "Mé...
Se um homem fala merda Então eu não devo nada A ele
Eu não me arrependo de nada Porque ele fez por merecer
— I Did Something Bad | Taylor Swift
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Sarah B.⇙
Nessa manhã, diferente de todas as outras em muito tempo de vida, me sinto.. esquentada. Abro os olhos lentamente, o quarto estranho entra e sai de foco, é preciso segundos para que eu me lembre que não estou em casa. Mas, o mais apavorante, é quando percebo que eu e Luan estamos no meio da cama, abraçados.
Ele está deitado de barriga para cima, seu braço passa embaixo da minha cabeça e me envolve, me deixando ainda mais colada nele. E o meu braço está o abraçando, jogado no seu peitoral. Minha perna bem em cima do seu quadril, e eu juro que posso sentir algo duro me cutucando.
Não sei como chegamos nessa posição, provavelmente ao decorrer da noite fomos chegando perto demais.
— Luan. — Chamo, balançando levemente seu corpo. Ele resmunga alguma coisa, e volta a dormir.
Suspiro pesado, indecisa do que fazer. Eu não quero me afastar, o calor do corpo dele colado ao meu é bom demais. E, o mais assustador, é que pela primeira vez em tanto tempo eu tive uma noite tranquila. Os pesadelos não apareceram, nenhum sonho sequer. A noite inteira foi uma verdadeira e serena.. paz. E pensar no porquê me deixa extremamente preocupada.
— Bom dia — Sua voz de sono soa antes que eu decida, mais rouca que o normal. Me arrepio inteira.
Me afasto rápido, e no mesmo momento, sinto estranhamente uma sensação de vazio. Quero voltar, mas não faço.
— Você tá com uma ereção? — Pergunto, encarando o teto. Escuto uma risadinha reprimida.
— Ah, é matinal. É normal. — Explica — Coisa de homem. Juro que não tava me aproveitando de você aí, bem coladinha em mim.
Reviro os olhos. Luan se levanta e pega meu vestido que estava na prateleira do guarda roupas.
— Vamos, gata. Ainda vou te deixar em casa antes de ir pra boca.
Ir pra boca. Um balde de água fria é jogado em cima de mim sem que eu esperasse, de repente percebo que tudo isso aqui tá muito errado. Eu realmente não pretendo seguir o mesmo caminho que a minha irmã.
— Hora do jogo da verdade. Posso fazer uma pergunta? — Ele assente — Você sairia dessa vida? Sabe, o tráfico.
— Não é só sair e pronto — Balança a cabeça negativamente — De qualquer forma, não tenho motivos.
