It's not the end of the road.

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Inclinando-se na pia do banheiro e olhando para o espelho provocador em sua frente, tudo o que Bianca podia ver era um reflexo que ela odiava.

Sentindo lágrimas quentes brotando em seus olhos novamente, a garota se afastou da pia e encontrou a parede lisa do banheiro logo atrás.

Lentamente, ela deslizou pela superfície com lágrimas rolando pelo rosto enquanto se sentava no chão frio e com seus joelhos puxados contra o peito.

A sensação muito familiar de fracasso tomava conta do seu corpo mais uma vez. Sua mente parecia estar mergulhando em um poço de ansiedade sem fim.

Sua respiração ficava cada vez mais curta, seu peito arfava para obter o máximo de oxigênio possível e fazer o menor barulho que pudesse.

Suas mãos começaram a tremer e parecia apenas ficar pior. A luz forte da luminária no banheiro de repente tornara-se muito forte. Seus olhos estavam inchados enquanto as lágrimas escorriam incontrolavelmente pelo seu rosto rosado.

E, por mais que ela odiasse se sentir assim, não era nada novo. Seus ataques de ansiedade tinham se tornado mais frequentes do que nunca, e sempre terminavam da mesma maneira: deitada no banheiro sentindo-se absolutamente vazia.

-Onde está a Bianca? Eu não consigo sozinho!

David, seu colega de trabalho, passou pelo corredor, procurando por ela.

-Alguém a viu?

Ele também sentia-se como uma pilha de nervos.

Os pensamentos flutuavam em suas mentes e o sentimento de ansiedade inundava cada centímetro do corpo dela.

Tudo parecia desmoronar ao seu redor enquanto ainda estava em seu expediente de trabalho. As pequenas coisas sempre rompiam a ansiedade inegável que crescia e se acumulava em seu peito durante toda a semana.

Colocando a cabeça em suas mãos enquanto a respiração ficava mais irregular e o banheiro menor do que nunca, ela pôde ouvir batidas singelas do outro lado da porta.

-Bianca? -a voz de David chamava por ela- Você está aí?

Ele perguntou baixo, seus passos levemente audíveis no tapete macio que alinhava o corredor para a lanchonete.

Uma nova onda de lágrimas quentes rolou pelo seu rosto com o pensamento de outras pessoas tendo que vê-la daquela forma.

Ela odiava preocupar pessoas, embora realmente precisava ser confortada para então se sentir segura.

-Bianca?

Ele chamou novamente, nervoso daquela vez. Bianca podia ouvi-lo se aproximar da porta, a maçaneta se sacudiu por um breve segundo.

Tentando esconder seus soluços, ela sabia que já havia sido descoberta. A porta se abriu e, menos de um segundo depois, David aparecia na porta do banheiro feminino.

Instantaneamente, Bianca memorizava tudo sobre a aparência dele. A cor de seus Vans, o jeans que usava, a camiseta colorida que eram obrigados a vestir mas, de alguma forma, se saindo melhor do que ela.

A forma como seu cabelo se enrolava, o crachá com a foto sorridente que estava pendurado no seu pescoço e a preocupação que inundou seus olhos quando olhou para ela.

-Oh não, o que houve?

Ele imediatamente caiu de joelhos contra os ladrilhos frios do banheiro, empurrando a porta com os pés e puxando o corpo dela para o dele.

Normalmente, ela lutaria contra aquele tipo de contato, mas não teve forças naquele momento. Sua cabeça simplesmente caiu perfeitamente na curva do pescoço de David, enquanto seus braços envolviam seu torso, segurando-a com força.

End Of The Day - 2Where stories live. Discover now