CAPÍTULO 3

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🌻

Amar e ser amada.

Essa frase martelou em minha mente por dias.

Eu amava minha familia, minha mãe, minha irmã, meus sobrinhos...
E não me restava dúvidas de que eles também me amavam.

Mas como seria demonstrar o meu amor de outra maneira?

E pior, como seria se sentir amada de outra maneira? Como seria se o Rafe, me amasse?

A breve visão desses acontecimentos fazia todo meu corpo se contorcer por dentro. Se era bom ou ruim, eu não sabia explicar.

Fechei minha mala com tudo que seria necessário para minha viajem. Na segunda feira iria acontecer algum feriado no reino e a minha faculdade resolveu suspender as atividades daquele dia.

Por isso eu estava indo visitar minha melhor amiga naquele fim de semana, poderia ficar até a terça que eu já faltaria a aula e não perderia tanto conteúdo.

Além do mais, eu preciso da presença física dela nesse momento.

"Já está pronta para ir querida?", mamãe me encarou do alto da escada de nossa casa.

"Sim mamãe, o carro já chegou?"

"Estão te esperando para leva-la ao aeroporto", respondeu e me esperou descer os degraus por completo, "filha quan..."

"Eu sei meu amor, quando eu chegar a primeira coisa que farei é te mandar uma mensagem para avisar que estou bem, como a senhora sempre pede", dei um beijo eu sua testa.

"Quando foi que você cresceu tão rápido?", disse emburrada.

"Oras, a senhora sabia que esse momento chegaria", ri.

"Uma hora não viajava sem mim, e na outra vai para outro reino sozinha", suspirou.

"Fala isso como se fosse a primeira vez", sorri, "e eu volto logo, são só quatro dias"

"Não importa, você e sua irmã sempre serão os meus bebês", cruzou os braços.

"Okay mamãe", ri e lhe dei mais um beijo antes de sair de casa, "tchau, te vejo em breve, te amo"

"Te amo, se cuida"

Fechei a porta atrás de mim e prontamente um dos meus guardas pegou minhas malas para levar ao carro do motorista, que dessa vez era o de sempre.

"Olá Joseph", sorri amigavelmente depois que ele abriu a porta para mim. O homem com seus cinquenta e poucos anos já estava como motorista da minha família a muito tempo.

"Olá menina Luna", seu cumprimento foi com o mesmo apelido que ele me deu desde que nos conhecemos.

"Aeroporto, por favor", ele assentiu e seguiu o seu rumo.

Atrás de nós vinha mais dois carros, que claramente era os dos meus seguranças.

Um tempo depois Joseph estacionou o automóvel de frente a uns dos aviões particulares que a família real tinha, e eu desci dele enquanto esperava tudo ficar pronto para poder decolar.

Como sempre, uma parte da minha equipe de seguranças viajaria comigo. Eu só não contava que um deles seria exatamente ele. Já que raramente era convocado.

Era como se o universo estivesse utilizando todos seus artifícios para envolve-lo em algo que diz respeito a minha vida.

Deixando esses pensamentos de lado, tudo que fiz foi entrar no avião e esperar o momento em que eu estaria em Vermont.

[...]

"Achei que iria chegar mais cedo", Grace me abraçou enquanto seus empregados levavam minhas coisas para o quarto em que eu sempre me acomodava.

Guardei o celular no meu bolso, depois de ter acabado de encerrar a ligação com mamãe e observei melhor a minha amiga.

"Ainda é sexta feira, tive aula pela manhã e demorei para me organizar pela tarde", dei de ombros.

"Se você fosse organizada como eu teria feito as malas ontem", retrucou.

"Infelizmente você não estava lá para me obrigar a isso", a olhei, "mas o que eu realmente quero saber é se meu afilhado já está a caminho", cruzei os braços.

"Primeiro: você precisa parar de perguntar isso todos os dias.
Segundo: só tenho vinte e um anos, então vamos com calma"

"Quero ver até quando irei ficar sem um afilhado", falei emburrada.

"Não sei porque reclama tanto, você também demora muito. Até hoje espero você e o Rafael assumirem algo", caminhou ao meu lado e eu agradeci por estarmos sozinhas.

"Nunca tivemos nada para assumir"

"Não tiveram porque nenhum dos dois toma uma atitude, porque interesse claramente tem", entramos em sua sala particular.

"Você acha mesmo que ele está interessado?", perguntei receosa.

"Por favor, isso está estampado na cara dele desde que te viu pela primeira vez", ela mesma pegou o bule de chá para nos servir, enquanto eu me acomodava no sofá.

Era uma salinha aconchegante, com uma linda vista para um jardim de flores coloridas, bem iluminada devido a janela enorme, em tons neutros e pastéis. Fora toda a decoração que era super elegante, desde o lustre dourado com cristais, até a prataria fina do jogo de chá.

"De qualquer maneira", retomei o assunto após dar um gole em minha bebida, "não posso ter certeza disso"

"E se você tivesse? O que faria?", seu olhar era questionador.

O que eu faria se tivesse a certeza de que o Rafe sentia algo por mim? Ficaria feliz? Assustada? Nervosa?

"Minha mente esta a maior confusão amiga, ao mesmo tempo que eu iria achar incrível se ele sentisse algo, tenho receio"

"Receio do que, exatamente?", rebateu.

"Receio de...de...", não consegui formular uma resposta.

"De ser feliz? De saber que vai ter alguém disposto a dar tudo que você merece e muito mais? Receio do que você pode sentir, já que nunca passou por isso?", eu fiquei assustada com o que ela disse, por mais que eu nunca fosse usar essas palavras, parecia ser exatamente o que eu sentia, "eu já disse uma vez Lu, e repito, se permita ser feliz", segurou minha mão.

"Como?"

"Abrindo seu coração, e deixando que os seus sentimentos sejam livres"

Terminou sua fala naquela frase filosófica e voltou a tomar seu chá.

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Luna - Spin OffWhere stories live. Discover now