Luna - Spin Off

CAPÍTULO 7

🌻

Eu quase nunca lamentava de ter que acordar cedo para ir à faculdade.

Amava o curso que fazia, então, o entusiasmo que eu sentia era muito maior que a preguiça e o desânimo.

Mas naquela manhã em específico, eu lutava para sair da minha cama. Aconteceu o mesmo no dia anterior.

Eu precisava mesmo ir? Que mal faria faltar um dia ou dois? Talvez um mês?

Choraminguei com o barulho do despertador e me encolhi na cama cobrindo todo meu corpo com o edredom. Grace tinha voltado para seu reino ontem, e eu resolvi que passaria alguns dias no palácio.

"Bom dia senhorita Luna", Greta e Marrie desejaram juntas.

Eu sempre esquecia de como era a rotina no palácio. As duas irmãs eram responsáveis por auxiliar Grace quando ela morava aqui, mas não puderam segui-la para Vermont, então passaram a me ajudar. E quando minha melhor amiga estava no palácio elas cuidavam de nós duas.

"Precisa levantar alteza, o café vai ser servido em alguns instantes e a senhorita precisa ir à aula", acredito que foi Greta que falou, não sei, estava ocupada escondendo meu corpo no calor das cobertas.

"Estou com preguiça", resmunguei.

"Um bom banho irá ajuda-la, vou preparar a banheira", Marrie disse apressada.

"Não precisa, vou utilizar o chuveiro", me sentei na cama e tapei o rosto com as mãos, "podem ver se a água está na temperatura morna e separar uma roupa para mim?", pedi.

"Agora mesmo", elas saíram juntas, cada uma para sua função.

Meu maior receio de levantar desta cama, era a certeza de que eu encontraria ele em algum lugar.

Aceitei que em um momento ou outro eu teria que enfrentar esse problema e sai da cama. Eu só esperava que o momento demorasse.

Muito.

[...]

O destino não colaborou comigo.

Deve ser aquele ditado, você atrai aquilo que deseja. No meu caso, eu atraí aquilo que mais estava tentando evitar.

De todos os seguranças que o destino poderia ter colocado para ficar de plantão na minha sala de aula, tinha que ser justamente ele? Como eu poderia prestar atenção no que a professora falava se a única coisa que passava pela minha mente era que ele estava a metros de distância atrás de mim.

A sensação de estar sendo observada era desesperadora, estava lutando contra o meu impulso de virar a cabeça e olhar para trás.

"O que foi?", Luara me cutucou.

"O que?", a olhei, sentada ao meu lado.

"Você está com uma cara estranha o dia inteiro, e fica tirando e colocando seu anel", eu olhei para minhas mãos sem perceber meus movimentos.

Eu tinha um tique nervoso com meus anéis e não conseguia deixa-los quietos no lugar. Balancei a cabeça levemente.

"Não é nada, só quero que a aula acabe logo, é a última né?", perguntei.

"Sim, o sinal já vai tocar", olhou o celular.

Com um timing perfeito, no mesmo instante o sinal tocou e a multidão de alunos começou a sair da sala ao mesmo tempo. Guardei todos meus materiais na mochila e a joguei nas costas, pronta para sair também.