capítulo 7- The Dance

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Pov's Juliette Freire

Depois daquele almoço voltamos ao escritório e passamos a tarde inteira ao redor de inúmeras papéis e planilhas. A aproximação com ela me fazia pensar em coisa que não deveria, podia ser loucura de minha parte, mas, às vezes, eu sentia os olhos dela sobre mim, de uma forma intensa, como Sarah olhava para July. Ou se talvez fosse vontade do meu subconsciente que ela me olhasse assim também.

- A gente pode passar os planos do ano passado também - falei colocando alguns papéis em sua mesa, já passava das oito.

- Seria uma ótima ideia, são esses? - ela falou pegando os papéis.

Ouvi algumas fracas batidas na porta, e logo avistei Rodolfo. Arregalei os olhos para ele, que não estava com uma cara nada boa.

- Juliette, posso falar com você?

- Rodolfo...

- Atenda ele, Srta. Freire- ela disse friamente.

Fechei os olhos e caminhei para fora da sala.

- O que aconteceu com nosso jantar? - ele perguntou um tanto irritado.

- Eu sinto muito, mas acho que não vai dar

Ele balançou a cabeça colocando as mãos na cintura em uma expressão irritada.

- Você está me fazendo de idiota, me deu bolo pela segunda vez no mesmo dia!

- O que você quer que eu faça? Eu não tenho escolha! Acha que gosto de ficar trabalhando até tarde?

- Você sabe que tem escolha de ir embora certo? Essa mulher mal entrou e está lhe explorando?

- Shii! Fala baixo! Você quer que ela nos escute? Eu preciso do meu emprego! - falei brava.

- Algum problema? - ouvi a voz de Sarah atrás de mim.

- Não, senhora...

- Sra. Andrade, não acha inoportuno o horário de trabalho? - Rodolfo perguntou a desafiando.

Pude ver as veias de Sarah tufar, e seu maxilar se endurecer, ela respirou fundo e então se pronunciou.

-Sr. Matthaus, devo lhe informar que sou a presidente desta empresa, devido a isso eu não tenho que me esclarecer diante os horários de meus funcionários. Se estiver achando tão tarde, por que ainda se encontra aqui?

Ela deu um tiro certeiro, eu não podia duvidar que, se Rodolfo tivesse como matá-la através do olhar, com certeza já teria o feito. As palavras de Sarah foram precisa e arrogantes.

- Tem toda razão, Sra. Perdoe-me pela pergunta.

- Sem problemas. Srta. Freire assim que você terminar sua conversa, preciso lhe mostrar alguns documentos.

Eu apenas assenti para a mulher que voltou à sua sala, deixando-me em silêncio ao lado do rapaz.

- Esses dias serão impossíveis, eu tenho que terminar um balancete geral com ela até segunda-feira, Rodolfo, eu sinto muito.

O rapaz me fitou por alguns segundos, então concluiu.

-Certo, fiquei com seu trabalho, boa noite - ele falou saindo.

Se a intenção dele era fazer eu me sentir mal? Ponto! Ele havia conseguido, sua cara de decepção com minha resposta foi enorme. Respirei fundo e voltei para sala. Deparando com a mulher mais atraente que eu já havia visto, eu já nem lembrava mais de Rodolfo quando a via. Ela estava sentada, com sua camisa de botão clara parcialmente desabotoada na altura dos seios, usava um óculos de grau que provavelmente seria apenas pra descanso. Seu cabelos estavam presos em um coque no alto da cabeça. E ela tinha uma expressão séria, e atenta à pilha de folhas em sua mesa. Me permiti pensar que passar tantas horas sozinha com ela era um atentado à minha sanidade.

The Stripper - sarietteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora