Na Colina

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Com o passar do tempo, Henry criou a reputação de um marinheiro honesto, que passava muito tempo com sua jovem esposa. Os criados conversavam, fofocavam que mesmo na condição dela, eles estavam sempre juntos. O Sr. e a Sra. Davis eram um casal adorável, dito nascidos nas colônias, e ricos como realeza.

A maioria das pessoas na cidade não se importavam que eram católicos, talvez porque a maioria das pessoas eram espanholas e por isso compartilhavam a mesma religião. O dinheiro que possuíam fornecia à ilha empregos e prosperidade, eventualmente o dinheiro se protegeu. Havia até uma pequena capela que eles se ofereceram para reconstruir, fazendo amigos como o Sr. Brooks e sua esposa. Seu filho, Philip, de cerca de vinte anos de idade, era um marinheiro bom e proeminente, seguindo a carreira de seu pai.

A propriedade familiar cresceu, à medida que o comércio continuou, açúcar, tabaco e mais tarde café, a família Davis tornou-se legítima dona de plantações. Eles tiveram que contratar um homem só para ajudar a cuidar dos cavalos, que eram de boa criação.

Era uma tarde alegre, onde eles tiveram um momento próprio, caminhando pela colina, a grama alta cobrindo seus pés. O cheiro do oceano fez Laura ansiar por ele, como se anseia por água fresca depois de uma calmaria. Sem esperar muito, agarrou Henry e enfiou o nariz em seu pescoço e braços, pegando sua mão, que se tornara exploratória.

- Alguém poderia nos ver aqui em cima - disse ele.

- Eu não me importo, e você?

Ele sorriu quando ela soltou um gemido de prazer enquanto suas mãos subiam pelas coxas de Laura. Eles estavam deitados na grama, ele sentiu o cheiro dela entre os seios, desatando o espartilho. Por causa de sua barriga, eles estavam deitados de lado, o que não a impediu de senti-lo através de suas calças. Ela o tocou, ela não era mais a única gemendo.

Ele retribuiu o toque, conhecia seu corpo como um mapa, para uma terra fértil e quente a qual só ele tinha direito de possuir. Seus olhos estavam fechados com as sensações. Como ele adorava vê-la assim, por causa dele -Henry pensou consigo mesmo. Então, ele deslizou um dedo, e depois outro, que desta vez gemeu um pouco alto demais.

- Shh, ou vão nos ouvir - sussurrou no ouvido dela.

-Henry...-  ela respondeu com uma voz baixa. 

Eles estavam encarando os olhos um do outro desta vez, e ele atendeu seu pedido. Gentilmente começou a se mover, enquanto ela soltou um gemido silencioso. Suas mãos entrelaçadas, nessa posição estranha. Ele estava a conter seus gemidos agora, ou sua reputação de bom homem seria arruinada, tomando sua esposa grávida, assim na grama. Mas quando ambos atingiram seu clímax, suas pernas tremendo, ele não queria mais saber.

Eles se beijaram como duas bestas famintas, com a brisa atingindo sua carne. Era inverno, então o sol estava quase se pondo.

Eles ficaram lá um pouco mais antes de retornar à civilização, ele teve que ajudá-la a se levantar. Enquanto caminhavam de volta para a casa, ele notou que ela estava mais lenta.

- Aposto que ainda posso surpreendê-lo - disse Laura ao olhar para ela confusa, notou seu rosto de dor.

- Que? Está na hora? -perguntou ele.

Ela acenou com a cabeça.

Ele gritou para um criado, um velho chamado Emilio, trazer uma carroça. Henry a levou até lá, quando chegaram à casa, ele enviou Emilio para buscar a parteira. Uma jovem criada, de cerca de treze anos, organizou o lugar em seu quarto. O chão e as peles estavam prontos, e a menina foi buscar a água, e as roupas. Henry carregava Laura, respirando fortemente da dor, para o lugar arranjado no chão. No mesmo momento em que a parteira entrou pela porta, ela pediu-lhe para sair.

Ele não queria sair, mas a parteira insistiu que não havia nada que pudesse fazer, pois era trabalho de mulher. Desesperado, Henry olhou nos olhos de Laura, beijou sua testa e saiu, antes que ele mudasse de ideia. Pela porta, ele podia ouvir seus gritos, seus gritos silenciosos de dor, o tempo todo pensando que ele tinha causado isso.

Então, Henry fez o que pôde, foi ao oratório da casa, uma cruz de metal e uma imagem da Virgem Maria em seu centro. Ele acendeu uma vela, e orou, como nunca antes. Ele pediu à Virgem para cuidar de sua esposa e filho, para seu filho Cristo, enquanto ele olhava para a cruz no alto da parede.

Ele sentiu um calor em seu coração, e então olhou através da janela, vendo a lua brilhando entre as nuvens e as estrelas ao seu redor. E então, só então ele compreendeu: a luz da lua era como a luz de Deus, brilhando sobre todos, mesmo através das nuvens - nossos pecados, e as estrelas eram os santos, que viviam uma vida santificada. E de acordo com suas ações nesta terra, foram honrados sendo colocados com Deus nos céus.

A parteira saiu, enquanto a criada saiu da sala com um balde cheio de sangue. O coração de Henry estava acelerado.

- O que é que aconteceu? - perguntou abruptamente.

- Ela está bem, assim como a criança.- Enquanto a parteira falava, Henry se inclinou para a parede, soltando a respiração que não notou que estava segurando. - Ela desmaiou durante o parto, mas está bem. Você tem um filho saudável.

Henry sorriu amplamente. Antes de entrar na sala, ele agradeceu ao Senhor por preservar sua família do mal.

Laura parecia cansada, sua pele de oliva estava pálido, exceto por suas bochechas que estavam vermelhas. Coberta de cobertores, ela começou a abrir os olhos.

Laura

Laura acordou, sentindo dor como nunca antes, ela estava limpa. A parteira estava limpando o bebê quando viu Henry entrar pela porta. Ele correu para ela, ainda deitada no chão, e ela seria movida para a cama quando ela pudesse andar.

Ela abriu um pequeno sorriso, como Henry beijou a parte de trás de sua mão, e a parteira entregou seu filho;

- Ele é bonito e largo como eu imaginava – disse Laura.

-O cabelo dele é escuro como o seu, mas os olhos dele... - o jovem pai começou.

O bebê abriu os olhos, como se respondesse à pergunta.

- São azuis, como o pai dele. – declarou ela.

- Como vamos nomeá-lo? – Henry perguntou.

- Que tal James, como o apóstolo? - ela olhou para ele com um sorriso largo.

- Eu gosto, James Howell Davis.

Laura acenou  de acordo.

Na manhã seguinte, ela foi até a cama, pegou o bebê do berço dele e alimentou-o ela mesma. E o menino estava com fome; ele agarrou o peito dela com a mão pequena; como seu pai entrou pela porta. Henry olhou para a cena como se fosse proibida ou extraordinária.

- Olá... ele está com fome  e eu também.

Quando Henry ouviu suas palavras, ele parecia ter acordado e disse

- Vou mandar alguém para te trazer o café da manhã.

- Tudo bem - ela respondeu, intrigada por seus modos estranhos. 

Planícies Distantes PARTE IWhere stories live. Discover now