Costa do Ouro

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Roberts

Três meses se passaram desde que deixaram Santo Agostinho, agora navegando para a África. O quanto Roberts sentia falta do porto só ele podia saber: as mulheres, uma cama quente, e a igreja. Joshua, seu imediato, informou-o que os homens estavam impacientes, esta jornada foi longa, e eles estavam inquietos para ir para a costa. 

Quatro dias após a denúncia, eles avistaram terra, um porto seguro, onde podiam desfrutar das delícias da costa e atacar os navios coloniais. Mulheres de todas as cores e formas, ouro que era quase infinito. Dispensou os homens para a terra, e foi falar com Henry.

- Eu aconselho você a trocar ouro pesado por algo mais leve como pérolas ou diamantes, pois a força do Ranger é a sua velocidade. - Henry e Laney concordaram.

- Está bem filha? Você parece pálida – Perguntou a Laney, notando que suas bochechas não apresentavam seu rosado habitual.

- Eu estou bem. Vou comer melhor na costa. – ela respondeu.

Roberts se aproximou de Henry e disse.

- Fique de olho nela, pois quando uma mulher diz que está bem, significa que algo não está certo mas ela não quer admitir.

Henry parecia preocupado, mas confiava em seu julgamento, então Roberts enviou John Lewis, o cirurgião do Ranger para examinar ela.

***

Laura estava em sua tenda, conversando com Henry sobre as partes dos prêmios, enquanto o cirurgião ousado se aproximou.

- Posso falar com você, Sra. Laney?

Laney olhou para Henry, que apenas acenou com a cabeça. Enquanto caminhavam para fora da tenda, ela indagou.

- Meu pai mandou você, certo?

- Sim, ele mandou. Ele está certo em presumir que possa precisar do meu serviço? – o homem magro mantinha as mãos no bolso, encolhendo os ombros enquanto falavam.

- De modo algum. - Enquanto respondia, Laura olhou para as estrelas, como se para evitar uma mentira.

- Quanto tempo você está? – ele deu um sorriso torto, considerando-se sagaz.

O cirurgião ousado tinha passado da linha, Laney passou o dedo na lâmina de sua adaga, presa a cintura.

- Cerca de quatro meses, Henry não sabe. – disse ela olhando para baixo.

- Então você só está sentindo os sintomas da gestação? – finalmente o homem mudou o tom para um seriedade preocupada.

- Sim, além da tontura e vômito, estou bem.

- Vou ter que dizer algo ao Roberts... – avisou, olhando para a tenda do comandante.

- Diga a verdade, Eu cuido do meu marido.

Henry tinha arranjado uma cama de verdade naquela ilha, para que eles não dormissem no chão ou em uma rede. Ele estava comendo, quando Laura se aproximou, pegou uma maçã e deu uma mordida, ele sabia que maçãs verdes eram as suas favoritas. Seu marido provavelmente pensara que estava morrendo, pois ela havia acabado de falar com o cirurgião, não estava comendo direito e se sentindo mal.

Uma única luz de velas iluminou o espaço, ela se sentou ao lado dele, e agarrou sua mão. Naquele momento, viu preocupação em seus olhos, como se ele fosse morrer também.

- Diga-me o que está acontecendo? – Sua voz quase falhou, enquanto ele engolia em seco, o pomo de Adão se movendo.

- Com a Graça de Deus, ficarei bem... Não estou doente Henry, estou grávida. 

Planícies Distantes PARTE IWhere stories live. Discover now