O tiro de aviso foi disparado, o Ranger estava ao seu alcance. O velho Morgan deu-lhe uma garrafa de rum, ela tomou um gole. Fazendo o sinal da cruz, a mulher orou, calmamente em sua mente.
Enquanto pisava no convés, Drake a encarou confuso e assustado.
- Não se perturbe, amigo! Faça seu trabalho... - disse ao jovem carpinteiro.
Ele acenou com a cabeça e curvou o chapéu, de repente seus olhos estavam cheios de tristeza.
O imediato deu a ordem, pois o capitão estava impossibilitado de cumprir seus deveres. Agora! - Laney gritou ao som do segundo canhão. Quando o navio se aproximou, Graham apontou uma pistola para sua cabeça. O velho Morgan não iria fazê-lo. Graham era suficientemente bom para fazer uma barganha, e um bom mentiroso também.
O capitão do navio espanhol Domenica, foi surpreendido com a cena. A tripulação do brigue foi desarmada, enquanto os canhões da fragata estava mirados em seu casco. Antes da tripulação espanhola embarcar em seu navio, Graham gritou.
- Nem um passo mais perto ou ela morre!
Não entendendo o que o marinheiro disse, o capitão do Domenica perguntou.
- Por que não nos poupa o trabalho, e vamos enforcá-lo por último? - disse com em inglês quase perfeito.
Alguns dos homens riram, enquanto Graham continuou.
- Você é o capitão? - Ele disse ainda ao lado do mastro principal. Laney não disse uma palavra.
- Sim, eu sou. Capitão Juan Alvez.E quem é você? Você é you o capitão do Little Ranger?
Graham respondeu com um sorriso no rosto.
- Meu nome é Graham, e você pode dizer que eu sou o capitão, já que estou no controle desta navio.
O capitão espanhol riu, jogando as palavras, parecia estar se divertindo.
- Parece-me que eu estou no controle desta navio...
- Sim, você têm seus canhões apontados para nós... mas você não a tem. - Ele disse ao expor o rosto de Laney diretamente a ele.
Ela deu uma boa olhada no rosto do capitão espanhol, e ele não era feio. Seu cabelo era escuro, caindo pelos ombros. Seus olhos eram mais escuros, ele parecia uma criatura da noite. O sorriso no rosto do capitão foi substituído por uma expressão de curiosidade.
- E quem é ela? Porque se ela é a única coisa que você tem, essa conversa acabou.
Laney viu uma chance e gritou:
- Sou Laney Roberts, filha do Capitão Bart Roberts!!
Graham gritou " cale-se!" derrubando-a com um soco, ela sentiu gosto de sangue.
- Meus pêsames... Parece que eu estava certo, este é o navio que procurávamos.
Laney levantou-se, apenas para notar a expressão alegre e satisfeita do capitão.
- Amarrem-na, antes que tente algo. - disse Graham.
E a tripulação dos Ranger obedeceu de má vontade.
- Agora capitão, gostaria de fazer uma barganha? Ou devo cortar a garganta dela aqui e agora?
O capitão espanhol hesitou, até que finalmente veio a bordo sozinho. Ele se aproximou de Laney, agarrando e erguendo seu queixo, como se para inspecioná-la melhor.
Voltando sua atenção para Graham, falou.
- Bem, eu sou um homem de negócios, afinal, terminar isso sem desperdiçar pólvora é uma boa ideia.
- Temos um butim também, uma carga de açúcar e tabaco. Você pode ter metade dela e Laney aqui.
- Em troca de quê? - o capitão parecia incrivelmente arrogante.
- Passagem segura, nós apenas navegamos para longe. Você não vai nos ver de novo, iremos para as Índias ocidentais...
- Parece bom, mas você deve entender Sr. Graham, eu tenho que enforcar alguém. Faz parte do meu trabalho. - O marinheiro parecia surpreso - Não posso deixar todos irem.
Ele sorriu, olhando para os homens no convés, enquanto continuava. Até então, Graham estava desarmado e a tripulação espanhola havia embarcado no navio. Alvez ordenou algo aos homens e levou metade do prêmio, Laney ficou lá, encostada no mastro principal.
Se a maioria da tripulação sobrevivesse, era melhor do que ninguém, Henry estava apagado e escondido, não o achariam. Depois que a tripulação terminou de carregar o butim, o capitão Alvez atirou na cabeça de Graham com sua pistola.
- Vou honrar minha parte do acordo, mas como combinado, alguém tinha que morrer, agora vocês podem ir. – falou diretamente com a tripulação do Little Ranger.
Laney ficou surpresa, atirou em Graham, e não enforcou ninguém. Alvez a levou para seu navio, uma vez a bordo, qualquer coisa poderia acontecer. Os homens no Domenica olham para ela, provavelmente nunca haviam visto uma mulher pirata antes, especialmente a filha de Bart Roberts. O olhar em seus rostos era algo que se assemelhava a tristeza e amargura. Laura foi capaz de ver o Little Ranger desaparecer no horizonte, carregando seu amado em segurança. Capitão Alvez discutiu com um homem, que ela presumiu ser o imediato. Ela não podia ouvi-los, ou entendê-los, mas eles não concordaram em algo.
A mulher respirou fundo, quando o capitão se aproximou dela.
- Vámonos, vou levá-la para seus aposentos. – ele era sarcástico e certamente tinha um humor sombrio.
Os aposentos - como ele chamou, eram uma cela suja no porão do navio. Ela mal cabia nele sentada, assemelhava-se a uma jaula de animal, como as que vira na África. Ele abriu a porta e a jogou dentro, soltando as amarras de suas mãos.
Trancou a jaula, e se afastou, com o ar de vitória por tê-la capturado. Laura sentiu-se como um animal exótico, tirada de sua gente para satisfazer os caprichos de um homem mesquinho, para adornar e agradar. Ao voltar sua mente para suas opções, encontrou mais perguntas do que respostas.
Por que ele estava procurando o Little Ranger, especificamente? Ele sabia que Henry estava vivo?
De repente, seus olhos ficaram nublados pelas lágrimas descendo. Chorou. Chorou de raiva, medo e desespero. Chorou porque era a única coisa que podia fazer.
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Planícies Distantes PARTE I
Historical FictionNo Brasil colônia do século XVIII, a jovem Laura viaja para encontrar seu destino escolhido por seus pais, mas a caminho do convento de Santa Clara, um naufrágio desvia seu caminho e a coloca de frente ao perigo. Sob a tutela de um notório pirata e...