Capítulo 13 - Verônica

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Ser empresária bem sucedida é outra coisa, vivo muito bem no Rio de Janeiro e meu marido me dá uma vida boa também. Meu filho foi para São Paulo aos 10 anos de idade com a minha mãe, o que foi muito bom, pois não nasci para ser mãe e o Fernando foi praticamente um acidente, veio na hora errada.

Deixei-o ir sem peso nenhum na consciência, sem ele poderia me enfurnar mais no trabalho para continuar nadando em dinheiro, minha rotina é sim estressante, mas o salário gratificante diga-se de passagem.

Conheci o pai do Fernando em um coquetel por aí, nos engraçamos e deu no que deu. Nos casamos e tivemos um filho. Meu marido sempre foi forte, esforçado e tirou minha família da lama muitas vezes.

Vivi sempre no meio da alta sociedade, tenho muitos contatos nesses coquetéis que compareço e encontro pessoas que me identifico muito, uma delas é a Barbara uma moça linda, jovem, poderosa e que possui os mesmos interesses que eu, se dar bem na vida.

Junto com ela tenho compartilhado algumas coisas que penso, algumas idéias que quero botar em pratica e até pensei em apresentá-la ao meu filho, pois também quero acabar com seu dinheiro, sempre ligo pra ele quando preciso de alguma coisa, não que eu não tenha ou passe necessidade, mas sim porque quero ver ele indo a ruína.

Meu marido sofreu um AVC por conta do trabalho estressante, foram dias e dias em coma no hospital e nada de melhoras, o Fernando veio prontamente vê-lo, porém estava arredio comigo e não tratou bem a Barbara, creio que isso irá mudar quando ele ver o que ela é capaz de fazer.

Hoje acordei com dor de cabeça por conta de uma festa ontem, sim, meu marido está em coma, mas isso não quer dizer que eu esteja também. Preciso aproveitar a minha vida enquanto é tempo.

Entro na banheira cheia de sais de lavanda e fico olhando as notificações em meu celular, recebo uma ligação da Barbara e prontamente atendo.

- Alô querida!

- Oi rainha, como está?

- Estou ótima e você?

- Estou bem, um pouco cansada da noitada de ontem – ela riu – Foi uma maravilha e você se esbaldou também não é mesmo Verônica?

- Claro que sim! Devo aproveitar enquanto ainda é tempo, adorei a noite e quero muitas outras. Acredita que até tinha alguns garotões me olhando? Quase que larguei tudo e me aventurei com um deles

- Eu percebi ta com tudo rainha. Mas, como está seu marido? Não foi vê-lo?

- Ah, ele deve estar bem, sei lá, não parei pra pensar nisso. Mas logo irei ao hospital – disse com desdém

- Pelo jeito não o ama nem um pouco né?

- Amo o dinheiro dele isso sim, mas não se preocupe irei vê-lo

- Quando vou poder sair com você?

- Acho que hoje mesmo, se não tiver que resolver nenhum pepino de ultima hora

- Espero sua ligação então! Bye

- Bye bye my princess

Terminei o banho e fui tomar café, estava tudo correndo bem, sairia com a Barbara hoje, pois não tinha nenhum compromisso. Até que meu telefone toca e a insolente da Neide vem correndo com o aparelho em mãos.

- Alô

- Alô, bom dia, gostaria de falar com a senhora Verônica – uma moça falava

- É ela, quem é?

- Estou ligando do Hospital Samaritano, venha urgente ao hospital

- Aconteceu alguma coisa?

- Venha ao hospital senhora

- Ok, obrigada – disse

- De nada, bom dia

Peguei as chaves do meu carro e passei na casa da Barbara que logo se arrumou e foi comigo ao hospital. Identifiquei-me e logo o doutor que estava cuidando do quadro do meu marido aparece.

- Senhora Verônica?

- Sim – disse

- Sou o médico que estava cuidando do seu marido, tenho que dizer que infelizmente seu marido não resistiu e acabou falecendo de madrugada, eu sinto muito – o médico disse com pesar – Tentamos fazer de tudo para mudar a situação, mas nada deu certo, estava tudo fora do alcance dos médicos e só uma intervenção divina poderia mudar

- Ah sim, compreendo – disse um pouco sentida – Que ele descanse em paz, vou resolver algumas coisas do funeral

- Fique a vontade – ele disse – E meus pêsames

- Obrigada

E foi assim que tudo acabou do nada, de repente e digo que não estou tão sentida assim, ele era uma ótima pessoa, mas nosso amor tinha acabado faz tempo, tanto ele quanto eu sabíamos disso.

- Meus pêsames, apesar de não se importar muito – a Barbara me abraçou

- Obrigada minha flor

Nesse momento vejo o Fernando e uma menina negra entrando no hospital, o que significa isso? Fingi estar soluçando nos braços da Barbara para que parecesse que estava realmente sentida.

- Verônica o que aconteceu? – o petulante sempre me chamando pelo nome

- Ele se foi meu filho – uma lágrima escorria em meu rosto e eu gritava – Ele se foi pra sempre, que dor meu Deus do céu

- Ele se foi? – sua feição mudou – Como? Não pode ser

- Ele faleceu de madrugada – chorava esganiçadamente – Não tinha como salvá-lo

- Droga! – ele chorava como um bebê parecia mesmo que se importava com o pai. A moça que o acompanhava o abraçou e caminhou com ele para fora do hospital. Continuei com o teatrinho até eles saírem e comecei a agilizar o processo do funeral.

Além disso, a melhor parte da morte é a herança! Então devia arrumar todos os papeis e comprovar meus direitos perante a lei. Minha riqueza aumentaria e assim construiria tudo o que tenho planejado na minha mente todos esses anos e que esse casamento me impediu.

Amor a Tira ColoOnde histórias criam vida. Descubra agora