E continua...?

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As horas seguintes se passaram muito rápido. Tão rápido que quando eu paro para pensar no ocorrido, não consigo me lembrar de todos os detalhes, parece tudo um grande pesadelo do qual eu apenas queria acordar. 

A marina não estava morta, mas em coma. Ela teve múltiplos ferimentos nos órgãos internos e estava com uma hemorragia na cabeça. 

E

Ela tinha perdido o bebê...

Ao que parece, ela estava com 3 semanas de gestação. 

Tudo caiu em cima do Noé como uma bomba, pois até então ele não sabia que ela estava grávida. E a última imagem que eu tenho daquele dia é ele caindo de joelhos no chão e chorando muito, logo após a notícia do médico. 

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Algumas semanas se passaram e o Noé continuava indo todo os dias ao hospital para ficar com a Marina que continuava em coma. Nesse meio tempo os pais dela também haviam retornado da viagem que estavam fazendo pela Europa e revezavam com ele as visitas ao hospital. 

Por ironia do destino, esse desastre todo fez com que eu me aproximasse ainda mais do Noé, pois eu comecei a ajudar ele ainda mais em relação a faculdade, uma vez que ele começou a faltar algumas aulas para ir visitar a Marina, e o carinho e admiração que sentia por ele só aumentou e eu pude ver um lado dele que dificilmente conheceria só no contato da faculdade. É incrível como conhecemos tão pouco as pessoas com quem convivemos diariamente. 

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7 meses se passaram e durante esses meses eu, João e Luísa começamos a ajudar no revezamento das visitas. A Luísa sempre levava um origami de pássaro para colocar ao lado da maca, o João sempre cantava para ela e eu sempre lia um romance, desses bem clichês, pois eu sei que ela gostava. Mas conforme o tempo passava, as nossas esperanças dela acordar um dia passavam também.

Aos poucos fomos retornando com as nossas vidas, inclusive o Noé. Só que eu não imaginava que isso poderia afetar tanto a minha.


Unexpected GirlWhere stories live. Discover now