Primeira vez

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O beijo dela foi tão bom que por um momento (um longo momento eu diria) eu esqueci completamente todas as minhas preocupações e problemas, e apenas fiquei ali, beijando ela e sentindo cada parte do meu corpo vibrar com o toque dela. 

Eu perdi a noção do tempo e sério, eu não sei por quantos minutos ficamos ali, no meio do caminho apenas nos beijando como se não houvesse o amanhã.

Depois desse beijo intenso, ela para, me abraça e sussurra no meu ouvido.

"Vamos para um lugar mais calmo"

Eu não pensei duas vezes e a levei para a minha casa. Por sorte meu quarto não estava tão bagunçado e as pinturas eu havia guardado (de forma bem organizada mais ou menos) na sala de estar. Ficamos nos encarando por um minuto, eu ainda sem acreditar que isso estava realmente acontecendo. Eu estava com medo e apreensivo, seria a minha primeira vez com uma mulher, e ainda seria uma mulher sensacional, porque a Laura era a coisa mais linda que eu já tinha visto e aquele olhar dela conseguiu me deixar completamente hipnotizado. 

Eu me aproximei dela e comecei a beija-la. 

Começamos a tirar as nossas roupas e cada vez que ela me tocava eu sentia um arrepio diferente. 

Cada toque dela me deixava completamente arrepiado. No fim quando ela ficou só de lingerie, eu fiquei sem ar por um instante. Que mulherão da porra meus amigos, a lingerie vermelha em contraste com o preto de sua maquiagem e unhas a deixava com um ar ainda mais sensual, e tudo isso misturado com a maciez do seu corpo me deixou completamente louco. 

Eu a puxei para mim, ela seria minha naquela noite e ela sabia disso, e nós dois aproveitamos cada segundo daquele instante.

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Na manhã seguinte, eu acordei me sentindo diferente, e eu estava realmente diferente. Assim como no dia em que a Marina sofreu o acidente, o dia estava lindo e os raios de sol iluminavam o meu quarto de um jeito que tudo ao meu redor parecia estar brilhando, inclusive a pela da Laura. Ela estava em um sono tão profundo, e por incrível que pareça ela conseguia ser ainda mais linda dormindo. Ela parecia estar completamente em paz. 

Eu me levanto devagarinho para não acorda-la. Vou até a cozinha e começo a preparar um café da manhã para ela. Emocionado? Eu? Bom, talvez um pouco, mas com uma mulher daquelas não tem como não ficar. 

Quando estava quase terminando de preparar o café, a Thais me liga.

"Menino, você tá bem? Você sumiu, fiquei te procurando a noite toda"

Meu Deus, eu esqueci completamente dela ontem.

"Estou bem amiga, é que eu conheci alguém ontem e... Bom, o resto você já sabe né?"

Não consigo evitar de abrir um sorriso. Eu estava me sentindo bem, acho que no fim o que eu precisava era de... Como é que os caras héteros da faculdade falam mesmo? 

Ah, lembrei!

Eu precisava de uma boa dose de chá bem dada. 

"Hmmm, danadinho. Quem é o sortudo em?"

"No caso Thais, é sortuda"

Eu tive que afastar um pouco o telefone do ouvido para não ficar surdo, porque ela começou a gritar muito.

"Calma Thais" - Eu estava começando a rir - "Não dá pra entender nada do que você está falando"

"Amigo, você transou com uma mulher, eu estou sem palavras" - E ela começa a gritar ainda mais. 

Nesse meio tempo, eu sinto alguém me abraçando por trás e beijando minha nuca. Era ela, vestida apenas com a minha camisa e com o cabelo um pouco bagunçado.

"Thaís, depois eu falo contigo, tenho que desligar" - Deixo uma Thaís eufórica do outro lado da linha e desligo, me virando para apreciar essa obra prima que estava bem ali na minha frente. Por incrível que pareça ela estava ainda mais linda. 

"Hmmm, parece estar delicioso".

"Espero que goste de bacon com ovos"

"Eu adoro ovos" - Ela sorri para mim de um jeito bem malicioso. MDS essa mulher é perfeita.

Termino de preparar o nosso café e nos sentamos à mesa. A companhia dela era tão agradável que a hora foi passando e eu nem percebi. Comemos, conversamos, rimos, nos beijamos (muito), mas por fim ela teve que ir embora. Nos despedimos, mas eu sabia que aquela não iria ser a última vez.

Assim que ela vai embora, eu sinto uma sensação de leveza extrema percorrer meu corpo. Corro para a sala e pego o último quadro em branco e começo a pintar, mas dessa vez o sentimento não era mais de raiva, ressentimento ou tristeza, muito pelo contrário era um sentimento bom, uma sensação de alegria. Eu estava tão acostumado a me sentir mal o tempo todo, a implorar pela atenção alheia e aceitar aqueles sentimentos ruins, que quando eu me sinto bem pela primeira vez eu custo a acreditar que é verdade. 

Quando eu termino de pintar, o sol já está se pondo, então eu sento no chão da sala, apenas sentindo os últimos raios do dia pairando sobre mim e sobre a tela, e pela primeira vez eu sinto uma sensação de paz.

Eu acho que finalmente encontrei o meu caminho. 

Unexpected GirlWhere stories live. Discover now