Epílogo

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A melhor coisa que existe na relação deles é o fato de viverem um total clichê mesmo não sendo um estereótipo barato de filmes teen. Nenhum dos dois era popular, eles eram conhecidos – mas todo mundo ali se conhecia, querendo ou não – também não havia um atleta ou um nerd estudioso, eles eram apenas adolescentes comuns.

E é engraçado de se observar como Louis é o mais ousado e atrevido na maior parte do tempo, e mesmo assim, quando estavam perto de verdade na intimidade da solidão, era Harry que tomava as rédeas provocando enquanto ele permanecia hipnotizado e completamente derretido.

Styles realmente não deixa a desejar, normalmente tão quieto, mas esperando o momento ideal para segura-lo de uma forma especial, olhar de um jeito único e dizer as coisas certas para desmontar toda a presunção sempre tão engraçada de Tomlinson.

Com o tempo, o menor foi aprendendo coisas que nunca precisaram ser ditas, como o fato de que Harry demonstra sentimentos com ações. Ele não despeja elogios ou falas românticas como Louis faz, mas surpreende o tempo todo com beijos inesperados ou abraços apertados enquanto eles assistem um filme... Harry precisa do toque.

Mas ainda assim, ele se permitia falar de vez em quando, como na ocasião em que eles estavam de volta à lagoa onde deram o primeiro beijo.

— São poucas as coisas capazes de tirar o meu fôlego... — Styles disse deitado enquanto colocava os braços atrás da cabeça. — E esse lugar definitivamente é uma delas.

— É mesmo? — Louis perguntou e ele assentiu. — Quais são as outras?

— Comer uma boa comida, viajar, ir à um show de um artista que eu gosto... e você.

Tomlinson ficou boquiaberto, sem palavras mais uma vez.

— O que foi? — Sorriu. — Não aja como se já não soubesse o quanto é capaz de tirar meu fôlego.

Na escola, o casal iniciou discreto, contando apenas para Niall e Liam – que prontamente começaram a cantar "We Are The Champions" em comemoração no meio do corredor –.

O menor sempre temendo que Harry se sentisse desconfortável, nunca forçou uma aproximação física, até que um dia, alguém simplesmente perguntou "Ei, vocês estão namorando?" e o cacheado nem hesitou ao arrodear o braço no pescoço de Louis e responder um simples "Sim".

A partir desse dia, não demorou nada para que eles ficassem conhecidos como um casal legítimo. Quer falar com Styles? Fácil, procure por Louis. Quer falar com Tomlinson? Fácil, procure por Harry. Sempre estavam juntos, afinal de contas, no canto das rodas de conversa de mãos dadas ou um no colo do outro.

Tão bobos eles eram, esperando qualquer oportunidade de ficarem sozinhos em casa, para se trancar no quarto e fazer coisas que os amantes fazem. Com a família enorme de Louis, isso acabava acontecendo com mais frequência no silêncio do lar de Harry, mas não importava, qualquer lugar é lugar e qualquer hora é hora desde que eles possam se afogar no mar um do outro.

O relacionamento deles era tão leve, evidenciado nos mínimos detalhes. Tanto que quando eles completaram um ano juntos, não comemoraram essa data, porque comemoravam cada pequeno gesto de carinho.

Como quando eles andaram de mãos dadas em público pela primeira vez, ou quando viajaram para a praia de última hora só para assistirem ao pôr do sol juntos, ou talvez o primeiro almoço em família quando juntaram oito pessoas e um cachorro, assustando os Styles com tanto barulho e em seguida puxando-os para dentro dessa confusão que era ser um só.

Certa vez, o cacheado estava esparramado na cama do quarto de Tomlinson, uma música que não saberiam dizer o nome tocava baixo. Harry tagarelava sem parar defendendo sua teoria para o final de uma série que eles assistiam juntos.

Louis observava sentado com as pernas encolhidas e queixo apoiado nos joelhos; ele prestava uma atenção genuína na forma como o outro falava e falava, argumentando com convicção e envolvimento profundo sobre um assunto tão banal.

As sobrancelhas franzidas e os olhos verdes concentrados, mãos gesticulando no ar. Olhando isso, o menor sentiu uma onda tão forte sacudindo seu peito que não conseguiu segurar as palavras ousadas enrolando em sua língua, implorando por libertação.

— Meu Deus, eu te amo tanto...

Ele falou, simples assim, interrompendo no meio uma frase sem importância que Harry dizia.

— O que você disse? — Styles perguntou um pouco desorientado.

— Que eu te amo. — Se jogou em cima dele unindo os seus lábios em um selinho antes de continuar: — Muito, eu te amo muito.

Os dois continuaram um tempo nessa posição, em silêncio, se encarando de perto, até que Louis deitou em seu peito e sentiu os dedos de Harry mergulhando em seus cabelos num cafuné.

— Eu também. Você sabe, não sabe? — O maior falou quebrando a inércia da calmaria.

— Sei, você não precisa dizer.

Em nenhum momento ele sentiu que precisava de uma resposta.

Mas, bem, Harry queria dá-la de qualquer forma.

— Eu também te amo.

Engraçado como os dois nunca haviam amado antes e mesmo assim sabiam que a forma como se sentiam agora era chamada de amor.

Talvez no fundo a gente saiba exatamente como é. Uma memória guardada no fundo da alma que só precisa da pessoa certa para puxa-la de volta à vida.

Ou talvez a gente nunca vá descobrir uma expressão universal desse sentimento específico... Porque cada amor é um amor e cada um o sente de uma forma.

Não dá para esperar viver uma história como a deles, exatamente porque é deles, e cada um de nós merece um amor exclusivamente nosso. Uma história especial escrita nos moldes da nossa forma de ser. Real, palpável e único.

"Não sei muito bem como terminar isso, mas os seus beijos não são fáceis de esquecer...

Ainda bem que não preciso.

Te amo, docinho.

- Finalmente cumprindo seu desejo, Harry"

Good Old-Fashioned Lover Boy {l.s.)Where stories live. Discover now