𝖾𝗂𝗀𝗁𝗍𝗁 𝖾𝗇𝗍𝗋𝗒

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CAPÍTULO OITO! ❫
❛ My heart's yours forever
And always❜

Você piscou e percebeu sua visão se tornar turva, enquanto sentia suas forças sumirem. O tempo parecia ter parado quando tudo à sua frente congelou, era como se o mundo não pudesse ver você, seus soluços não eram ouvidos, nem os gritos ecoados — como se todas as coisas funcionassem ignorando sua presença.

Você sentiu sua dor sendo omitida pelo medo, havia apenas os pensamentos, lembranças salpicadas em dor e as memórias por si só.

Por um segundo, você encontrou os olhos de Jean, e pode contemplar a expressão em seu rosto contorcida pelo desespero e pela solidão, essa tão nítida quanto o céu.

— O que 'tá acontecendo? Merda! — Jean gritou enquanto a assistia de longe, mal conseguindo processar o que aconteceu.

Você já se achava no chão quando alguns recrutas se aproximaram, seu corpo estava fraco e em nenhum momento você parou de engasgar com as flores, que logo caiam de seus lábios e transformavam a grama em um tapete de sangue.

Em instantes, Jean saltou do cavalo e correu até onde você estava, ao se aproximar o homem apressadamente abraçou seu rosto suavemente com uma das mãos e o segurou firmemente com a outra para evitar que você caísse no chão novamente.

Você balança a cabeça lentamente sugando sua consciência de volta, e deixa um pequeno som escapar de seus lábios.

— O que há de errado? — ele perguntou. — Seu rosto esta sangrando. — sussurrou, esperando conseguir uma resposta sua.

Um silêncio frio e tenebroso acompanhou as falas do rapaz e o soluço de seu peito era ouvido, todavia ninguém sequer ousava questionar, todos se tornaram mudos.

— Jean... — você murmurou cortando o silêncio e, olhando-o nos olhos enquanto tentava sorrir.

Por um momento, Kirstein tremeu de medo, um pavor que tomou sua espinha banhando seu rosto com algumas lágrimas. Ele esqueceu de seu compromisso, missão ou aquisição, qualquer que fosse a coisa que ele estava fazendo, agora, a única coisa que importava era você.

Você não conseguia ver nada claramente, você não pôde sequer imaginar que gotas pintavam o rosto de seu amado, você não podia ver a expressão de medo em seu rosto, o medo que ele sentia de não saber o que estava acontecendo com você ou o que você está sofrendo.

Prontamente, a sensação de ânsia fundiu-se com a dor, e você pode sentir vividamente as flores escalando sua garganta para cair de seus lábios, e explicitamente a sensação de umidade que vinha junto ao sangue que pintou seu rosto e suas roupas, parecia mais intenso, sua enfermidade estava pior...

Merda! Precisamos voltar. — Jean rugiu jogando todo o ar para fora de seus pulmões.

Você não era capaz de o enxergar com clareza, porém, quando o rapaz pressionou seus dedos mais forte contra sua carne, você sentiu a urgência de seu toque, era um apelo que fulminava em seu peito e transbordava em sua carne.

— Não podemos abandonar a missão, o capitão esta nos esperando na floresta. — Connie disse com gotas de pesar em suas palavras.

Merda. Merda! — Kirstein murmurou e pressionou você desesperadamente contra o peito.

— E-eu vou ficar bem. — você disse com uma voz rouca. — Vão vocês, eu retorno sozinha.

— Não se atreva a dar uma de durona agora, olha seu estado! — o homem a prendeu mais forte em seus braços, a abraçando firme e gentilmente, você lutou contra seu aperto, pois não queria o sufocar consigo mesma, mas Jean apenas te abraçou com mais força.

[...]

𓍢 outra vida ❪ jean kirstein ❫Where stories live. Discover now