Coração Gelado

capítulo 7

Assim que cheguei em casa, joguei as chaves na bancada e corri para a minha cama.

Meu coração doi e eu não sei o que fazer para parar, porque eles fizeram isso? E por que eu fui tirar a merda do feitiço?!

Grito contra meu travesseiro e escuto meu telefone apitar.

W: você tá bem? Tô sentindo sua tristeza daqui.

Eu: tô não se preocupa, só achei meu companheiro e ele tava beijando outra

W: É O QUE?! ME DIZ QUEM É, QUE EU ARRANCO O QUE  FAZ DELE HOMEM.

Eu: por mais que eu esteja muito querendo isso, vamos deixar para lá, o tempo resolve tudo.

W: ok...mas eu posso voar aí e depois você já sabe....

Eu: sim, te amo

W: te amo também tampinha.

Desligo o telefone e olho para o teto, será mesmo que o tempo resolve tudo?

Solto um suspiro e fecho os olhos, vendo aqueles dois beijarem a garota, eu nunca falaria que Eros e Eris seriam o tipo de cara galinha da faculdade.

Não que eu esteja julgando, pois só vi eles beijando garotas uma vez e essa vez foi uma merda!

Solto um gritinho e me levanto, não vou ficar sofrendo por alguém que eu nunca conheci, amei ou beijei, por mais que aqueles lábios pareçam tão suculentos.

Tomo um banho, visto meu pijama confortável e começo a maratonar uma série de ação.

Eu não vou sair e encher a cara pois sei que a bebida irá me fazer lembrar a cena que não se deve ser dita, muitas vezes.

Fiquei enrolada nas cobertas até anoitecer e a fome bater. Desci para a cozinha e comecei a preparar um misto de tudo o que tinha dentro da geladeira, comi e voltei a deitar na cama, dessa vez com um pacote de marshmelow e chocolate quente.

Vi mais dois episódios e me preparei para dormir, meu sofrimento não vai me atrapalhar na faculdade, já basta atrapalhar meus pensamentos.

Decidida a causar de agora em diante, se é pra sofrer, vamos sofrer com estilo e sambando na cara das inimigas.

Me vesti com uma roupa sexy no dia seguinte e sorri para mim mesma.

Peguei minha mochila e a chave do carro, entrei e coloquei o cinto, partindo a toda velocidade para a escola.

Eu tentei, eu juro que tentei ser uma pessoa boa e que não causa problemas, mas....parece que o destino não me quis assim.

Estáciono chamando atenção e dou um sorriso malicioso antes de sair do carro, vejo todos me olharem de boca aberta e ando em direção aos meus novos amigos.

Eu: olá  - dou um sorriso Colgate para eles - me desculpem por ontem...

Lisa: tudo bem - coloca a mão em meu ombro - e não precisa se preocupar com seu segredo, somos seres sobrenaturais também.

Ergo uma sombrancelha e dou risada.

Eu: mais eu só atraio problemas mesmo - enxugo uma lágrima falsa - sem querer insulta-los, mas eu vim aqui para me afastar da minha família sobrenatural e encontro outros - suspiro olhando para o céu - como eu me amo.

Andrew: auto-estima é tudo - comenta  me olhando  - eu e Lisa somos shifters tubarão.

Caramba, eu nunca vi um desses, minha mãe sempre dizia que eles são territorialistas e possessivos.

Eu: uau - digo - eu nunca tinha visto um de vocês.

Lisa: preferimos ficar escondidos  - da um sorriso sem graça.

Eu: acho isso incrível, já pensou se um humano vê e sai gritando que o megalodon está vivo?! - arregalo os olhos em drama  - a terceira guerra mundial começaria.

Lisa: exatamente - passa seu braço pelo meu e começa a nos levar até o refeitório.

O caminho todo as pessoas não pararam de me olhar, o que eu achei fantástico. Nem me importei de dirigir meu olhar para os gemilicia, não vou perder meu amado tempo e calcinha.

Me sentei em uma mesa e esperei meus amigos irem comprar a comida deles.

Eu senti o exato momento em que eles entraram no refeitório, olho disfarçadamente para o lado e vejo eles se sentarem em uma mesa perto da minha e começarem a me encarar.

Eu: cadê vocês em - choramingo pelos meus novos amigos.

Vejo um cara começar a se aproximar e minha curiosidade aflora.

Cara: oi gatinha - senta ao meu lado, passando um braço por meu ombro.

Eu: oi - lhe dou um sorriso sedutor, o que melhor para se esquecer um coração partido do que sexo!?

E não me venham com essa de estar traindo meu companheiro não! Eu e eles não temos nada e um simples laço de companheirismo não junta pessoas, o amor e afeto que juntam.

Cara: o que acha de irmos a uma sala desocupada e... - deixa a frase solta no ar e se levanta, estendendo a mão para mim.

Eu: vamo então querido - pego em sua mão e saímos em busca de uma sala perdida e os prazeres da vida.