capítulo 8

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Assim que achamos uma sala vaga, o garoto me empurrou na parede e começamos a nos beijar.

O beijo dele pode não ser tão bom, mas vai ser uma boa distração, passo minhas mãos em seus cabelos, bagunçando de uma forma sexy e sinto suas mãos, antes em minha cintura, irem para minha bunda.

Ele a aperta e dou impulso para colocar minhas pernas em sua cintura, afasto minha boca da sua em busca de ar e seguro um gemido, quando ele começa a morder e a beijar meu pescoço.

Rebolo um pouco em seu colo e sinto a protuberância dele em minha bunda, puxo sua cabeça para cima e volto a beijar sua boca, o garoto começa a subir minha blusa e um barulho enorme preenche o ambiente.

Antes mesmo de pensar em olhar para trás, sou agarrada por mãos fortes e puxada para trás de encontro a um peito musculoso e que respira incrivelmente rápido.

Dou um gritinho de susto e começo a espernear, tentando fazer a pessoa desconhecida me soltar, o que infelizmente não acontece.

O barulho de algo se colocando contra algo me faz parar e olhar para o garoto que me beijava, agora sendo socado por Eris, me fazendo acreditar que quem me segura é ninguém mais, ninguém menos, que Eros.

Eu: ERIS PARA - grito  tentando novamente me soltar de Eros - VAI MATAR ELE.

Eros: essa é a intenção coração  - diz sombrio, me fazendo arrepiar, um arrepio de prazer misturado com medo.

Medo pelo humano inocente que vai morrer pelas mãos de gêmeos malucos e sem noção da realidade.

Jogo minha cabeça para trás e acerto a cabeça de Eros, que praqueja e afroxa o aperto, me possibilitando dobrar a perna e acertar suas bolas.

Ele me solta definitivamente e cai no chão. Corro até Eris, que continua batendo no garoto, agora inconsciente no chão, e pulo em suas costas, pressionando o nervo do pescoço, ponto que se pressionado da maneira certa, desmaia a pessoa em segundos.

O corpo dele cai no chão e eu corro até o humano, me ajoelho ao lado do seu corpo e coloco sua cabeça em minhas pernas.

Eu: droga - murmuro olhando para o estrago em seu rosto - como é que eu vou explicar isso pra minha mãe.

Começo a mecher na cabeça do garoto e ele abre minimamente os olhos.

Eu: graças a deus, tá vivo - suspiro  aliviada - me desculpe.

Garoto: tudo bem, valeu a pena - sorri tentando parecer sexy - você é gostosa pra caralho!

Dou risada e me inclino, tentando ver com clareza os ferimentos, pelo que parece, ele quebrou o nariz e um olho quase não abre, tirando que seu rosto todo vai ficar roxo e ele vai sentir uma puta dor.

Busco seus olhos e vejo ele olhando fixamente para ao atrás de mim, viro meu pescoço e vejo dois pares de olhos vermelhos nos encarando raivosos.

Eros e Eris parecem que foram possuídos por satanás, sua face demonstra uma irá que eu jamais imaginei ver, suas mãos estão brancas de tão forte que eles as apertam, e os olhos....os olhos vermelhos só pioram tudo.

Eu: ai droga - xingo até a quinta encarnação da pessoa deitada no chão  - droga, droga, droga.

Estico minha mão e uma parede de gelo começa a separar eles de nós, faço um escudo de magia em volta de nós também, para o caso de a parede  de gelo não aguentar e começo a rezar para todos os anjos disponíveis no céu, para que as barreiras aguentem.

Os baques na barreira ficam cada vez mais forte e eu olho novamente para o garoto que, graças a Deus, voltou para a inconsciência.

O barulho da parede de gelo se quebrando foi como se as trombetas do apocalipse tivesse soado.

Abraço ainda mais o corpo do garoto e olho para os gêmeos, que se aproximam parecendo dois demônios da sexualidade.

Eles começam a rondar a barreira me olhando e meu medo só aumenta, se eles matarem o humano, muitas coisas ruins podem acontecer.

Escuto meu telefone tocar e atendo sem ver que é, não tem uma pessoa que me ligaria se não meu irmão.

Eu: agora não Warrior  - desligo na sua cara, tendo a certeza que ele vai ficar puto e rodar o mundo atrás de mim, só para chutar a minha bunda.

Os gêmeos rosnam mais alto e eu grito, quando sinto a barreira de magia se quebrar, agora não tem nada entre eles e nós.

Eu: parem - mando seria, eles olham para mim e continuam a  se aproximar.

Um deles puxa o humano pelo pé e o outro me agarra. Novamente começo a espernear em busca de liberdade, mas paro assim que dentes pontudos e finos, se chocam contra a pele sensível do meu pescoço.

Meu corpo tensiona e relaxa ao mesmo tempo, olho preocupada para o garoto e vejo Eris o erguendo pelo pescoço.

Eu: Eris não, ele é só um humano - digo tentando amenizar a situação.

Ele rosna sem me olhar e aperta ainda mais o aperto, vejo o humano começar a ficar roxo e meus olhos se enchem de lágrimas.

Ele vai morrer....ele vai morrer e vai ser por minha causa.

Levo as mãos até a cabeça de Eros, que ainda tem seus dentes em meu pescoço e começo a acariciar, tentando achar uma brecha para sair de seu agarre.

Seus dentes se apertam ainda mais e escuto uma voz em minha cabeça me dizendo que o meu truque não vai funcionar.

Arregalo os olhos mas não tenho tempo de levar o susto, pois assim que meus olhos se arregalam, eles se fecham de uma vez e meu corpo tomba para frente.

Abro os olhos e me vejo em um lugar que eu vinha muito quando era criança e dormia, o céu é o lugar mais calmo e bonito que eu já vi.

Pai: olá meu amor - olho para trás e vejo meu pai sorrindo para mim de braços abertos.

Corro até ele e me aninho em seus braços, sentindo o abraço que tanto me fez falta.

Eu: papai - murmuro - senti tanto a sua falta.

Pai: eu também meu amor - beija minha cabeça - mas agora você tem um trabalho para fazer e não pode perder tempo.
Sua família precisa de você e o mundo também, assim que acordar, vá diretamente para o mar e salve sua família.

Lhe dou um aceno e minha visão fica escura.

Acordo de volta na sala de aula e vejo que estou no colo de Eros com Eris em minha frente, me olhando preocupado.

Eros: o que aconteceu coração? - pergunta agora já calmo, corro meus olhos pela sala em busca do humano e não o encontro - ele está na enfermaria - sorri ladino.

Me levanto com um pouco de dificuldade e caminho para fora da sala.

Eris: aonde vai?

Eu: salvar minha família.

Coração GeladoWhere stories live. Discover now