Lance Proibido - Vol.1 - Ret [M]

Capítulo 28

Dayvid Alves, 16 anos.
Vulgo: Dedê

Victor Morais, 26 anos.
Vulgo: Vt

Anna 🎀

Anna: Pra ser sincera, eu não acho que temos que matar o Cobra agora.

O VT me olhou como se não tivesse entendido nada do que eu tinha falado.

Anna: Eu tenho 90% de certeza que o Cobra não tinha a intenção de matar a Daniela acho que o que ele queria era matar o bebê. Com isso a gente poderia abafar esse caso, O Cobra não suspeita do Ret, Tá ligado? Ele não fez isso pra dar um aviso pro Ret, ele fez isso pra calar a boca da Daniela.

VT: Nós pode se aproveitar dessa parada pra fazer o Ret se aproximar ainda mais do Cobra.

Dedê: Porra patroa, tu é muito inteligente! Manja muito das paradas. -Eu dou um sorriso pro Dedê e me levanto e abraço ele

Anna: Mas vamos parar de pensar nisso por agora, precisamos mandar energias positivas pra Daniela. Se ela morrer eu tenho certeza que o Ret vai junto.

O VT coçou a nuca e assentiu.

VT: Os dois se conhecem a mais de 13 anos pô, uma vida...Melhores amigos desde sempre, depois namorados...Julgo o moleque não! Ela errou pra caralho, mas todo mundo vai pagar um dia pelo o que fez e faz...Acho certo o Ret não dar as costas e mostrar que ele é uma pessoa melhor. -Eu assinto concordando com tudo que ele tinha falado

Me deitei na cama e o VT me deu um beijo na testa dizendo que vinha pela manhã e saiu do quarto, ficando apenas eu e o Dedê.

Dedê: Patroa. -Olhei pra ele
Valeu aí, de verdade mesmo.

Anna: Eu nunca te deixaria lá não Dedê, tu é como se fosse um irmão pra mim. -Sorri e ele deitou na outra cama

Dedê: Ele não vai deixar a gente em paz.

Anna: Não mesmo...Por isso temos que ir para algum morro que não seja aliado ao Complexo.

Dedê: Ou sumir do mapa por algum tempo.

Eu bufei já impaciente e ele me olhou.

Dedê: Tamo na merda. -Riu

Anna: Sem dúvidas.

- - - -

Três dias tinham se passados, o Ret não atendia o Vt e muitos menos a mim e aquilo tava me deixando muito preocupada.

Nesses três dias conseguimos sair do hotel, comprei uma casa no recreio e pra me proteger contratei os dois seguranças do Vt e lógico que o Dedê veio comigo.

Tentei novamente ligar pro Ret que novamente não me atendeu.

Dedê: Anna, relaxa! Tu vai endoidar assim.

Anna: Será que aconteceu alguma coisa? Eu tô preocupada, Dedê. -Falei mexendo a perna

Dedê: O Vt chega aqui daqui a pouco, a gente vai saber das paradas. -Ele falou sentando do meu lado

Olhei pra ele e arqueei a sobrancelha.

Anna: Sabe o que tu poderia fazer pra me ajudar? -Ele cruzou os braços
Deixar eu fazer as tuas sobrancelhas.

Dedê: Pô, nem vem Anna! essa coisa dói muito.

Anna: Por favor, Dedê!! -Falei choramingando

Dedê: Nunca te vi assim não. -Falou sorrindo

Anna: É um lado meu que eu não mostro pra quase ninguém.

Ele bufou e se deitou na cama e eu sorri indo pegar a pinça.

Anna: Tu é foda! -Falei sentando na cama e colocando a cabeça dele na minha coxa

Dedê: Tu tem irmãos, Anna? -Eu assenti enquanto puxava um pelo da sobrancelha dele
Ai porra!

Anna: Não vejo ele faz sete anos, ele tem 27 anos e mora com a minha mãe.

Dedê: Sente falta deles não? -Falou fechando os olhos

Anna: Todos os dias. -Puxei mais um pelo
A minha mãe acha que eu sou uma cirurgiã, transfiro dinheiro pra ela todo mês

Dedê: Ela não sabe né? -Neguei
Se ela soubesse...

Anna: Não aceitaria o dinheiro.

Dedê: Ta ligado que eu sou a pessoa que te entende mais que ninguém né? -Assenti

Continuei a fazer a sobrancelha dele até o Vt chegar.

Vt: Virou salão de beleza essa porra? -Falou entrando no quarto

O Dedê riu e se levantou.

Anna: Eai?

Vt: O Ret nem saiu ainda do hospital, a Daniela tá na UTI mas não perdeu o bebê.

Anna: Ele tá lá com ela desde sábado? -Ele assentiu

Dedê: Caralho mané, o cara deve tá cansadão.

Vt: Um dos melhores vapores dele foi morto... O cara tinha uma filha de quatro anos.

Eu olhei pro Dedê e aquela sensação de culpa bateu forte.

Dedê: Já falei que a culpa não é tua, Anna.

Vt: Todo mundo já falou, o cara tava no mundo do crime ele pode morrer a qualquer hora por isso.