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Capítulo 20

Violet

– Eu agradeço imenso o convite, Michael. Mas eu não posso, tenho que ir ter com o Tate depois de almoço por causa do trabalho e não me posso atrasar.

O Michael estava a insistir comigo para que eu fosse almoçar a casa dele, mesmo eu dizendo que não podia. Ainda bem que lhe tinha omitido o facto de que eu e o Tate andavamos a falar muito mais. Nem lhe contei dos cortes nem nada. Ele ia passar-se se soubesse.

– Não sejas má, Violet. A minha mãe está a contar contigo, já tem tudo preparado para te receber. És uma egoísta.

Engoli em seco ao ouvir as suas palavras e mordi o interior da bochecha ao sentir a culpa corroer-me.

– Tudo bem, vamos. Mas eu tenho que ser rápida.

Ele sorriu abertamente e conduziu-me para sua casa.

Ele morava numa zona nobre, onde as casas eram de cores claras e tinham jardins lindos. A dele não era exceção.

À porta cruzei-me com um senhor algo, que forçou um sorriso quando me viu.

– Este é o meu pai, Vi. Pai, esta é a Violet.

– Muito prazer, Violet. – O homem sorriu e eu retribuí o cumprimento. – Eu peço desculpa, mas tenho que sair para resolver uma confusão no escritório. Talvez possamos almoçar juntos numa próxima.

O homem saiu rapidamente, e o Michael guiou-me para dentro de casa, que era tão linda e acolhedora no interior como no exterior. Sendo toda de cores claras, tinha muita luz a vida.

– Mãe?

Uma senhora loira de cabelo ondulado saiu da cozinha com um sorriso aberto nos lábios.

– Violet, querida! Que bom ver-te!

Ela cumprimentou-me com um abraço e puxou-me consigo para a mesa, que já estava posta.

– Obrigada por me receber, senhora.

– Chama-me apenas Nora, querida. Sinto-me melhor assim. Sem formalidades. Agora sentem-se, o almoço já está pronto!

A Nora era uma senhora muito simpática, sempre com um sorriso sincero e com uma palavra amiga para dizer. Eu adorava conversar com ela, e por isso o almoço foi agradável e passou rápido.

– Que tal um passeio? – Ela sugeriu enquanto eu a ajudava a levantar a mesa.

– Não vai dar, Nora. Eu peço desculpa, mas tenho que ir ter com um colega por causa de um trabalho. – Expliquei, tentando não soar demasiado bruta. Não queria magoar os sentimentos dela, e as palavras que o Michael me tinha dito mais cedo ainda martelavam na cabeça.

– Não tem mal, querida! Fica para a próxima! Mas vem, quero mostrar-te a receita nova que fiz de bolo de chocolate.

Com um sorriso sincero no rosto, segui-a alegremente para a cozinha, deixando o Michael sozinho na mesa.

Michael

A Violet não podia ir ter com o Tate. Ela andava a passar demasiado tempo com ele, e eu estava farto disso. Não podia continuar assim.

Aproveitei o facto dela ter saído da mesa com a minha mãe para retirar a saqueta de pó que tinha no bolso do casaco, misturando o conteúdo no seu sumo e agitando rapidamente o copo antes que ela voltasse. Sorri vitorioso. Ela não ia ver o Tate. Ela ia passar a tarde toda a dormir que nem um bebé ao meu lado.

Violet

Regressei rapidamente à sala. A Nora foi à minha frente, e quando me aproximei ela estava parada na ombreira da porta, estática.

– Está tudo bem? – Perguntei com o cenho franzido de preocupação.

– Claro, querida. Vamos?

Assenti com um sorriso e aproximei-me do Michael, que continuava sentado na mesa.

– Estava a acabar o meu sumo ainda, meninas. Peço desculpa por não me ter juntado a vocês. – Ele sorriu e apontou para a minha cadeira. – Ainda não acabaste o teu, Violet. Porque não bebes comigo antes de ires para a escola? Sempre passamos mais um bocado juntos. Por favor.

Sentia-me culpada por o deixar sozinho. Ele dizia que eu era uma egoísta, e talvez eu fosse mesmo. Olhei para o relógio, e como tinha tempo decidi que ficaria a beber o meu sumo com ele.

– Deixem-me só levantar a travessa então. – A Nora sorriu, inclinando-se sobre a mesa. Ao pegar na peça de barro, o seu braço tocou no meu copo, que tombou e entornou todo o sumo na mesa. – Caramba! Que desastrada! Molhei-te, querida?

– Não, está tudo bem. – Sorri. – Eu ajudo-a!

– Não, nem pensar!

– Eu vou buscar-te outro copo de sumo. – O Michael sorriu.

– Não, deixa estar. Eu vou. – A mãe dele rapidamente se ergueu com travessa na mão.

– Não se incomode! Eu também já estou atrasada. Fica para outra altura o sumo e o passeio. – Sorri. – Muito obrigada pelo almoço, Nora.

– Ora essa, querida. Volta sempre que quiseres, eu adoro ter-te aqui.

Despedi-me rapidamente deles e saí de lá rumo à escola, deixando um Michael nervoso e tenso para trás.

Toxic - Tate Langdonحيث تعيش القصص. اكتشف الآن