Capítulo 25

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Anahi e Alfonso fizeram amor de novo, na cadeira dessa vez, e mais tarde ela saiu correndo embalada no colete dele, que não alcançava nem a metade das suas coxas, escondendo-se atrás de colunas e se amassando contra paredes para não correr o risco de ser flagrada naquelas condições. Enquanto isso, ele acompanhava, rindo. Estava tentando se prender a única coisa boa que restava daquela situação e ao real objetivo de aceitar o que vinha aceitando: estar com Anahi, perto dela. Bella, alheia a isso, sempre seria sua filha e o amor mais potente que um dia ele imaginou sentir, independente das circunstâncias. O que ele queria é que Anahi pudesse, finalmente, ser sua esposa de verdade, como nunca havia sido. Queria mostrar coisas que nunca havia mostrado. E nesse caso, as circunstâncias faziam toda a diferença.

Paciência. Foram 5 anos difíceis até chegar àquele ponto e aquilo tudo até parecia bom diante de tudo que haviam passado. Com um pouco mais de calma haveria de melhorar mais.

Eles dormiram separados e na manhã do dia seguinte, Annie foi acordada por uma Margot misteriosa, com um sorriso cúmplice no rosto. A loira se apoiou nos cotovelos e ergueu a cabeça, franzindo o cenho, as pálpebras ainda pesadas pelo sono interrompido. Viu a governanta apoiar uma bela bandeja de café da manhã, repleta de comidas cheirosas, no móvel aos pés da sua cama. Depois saiu, muda mas ainda sorridente, e voltou acompanhada de duas criadas: uma trazendo um farto ramalhete de rosas vermelhas - tão grande que quase tapava sua visão - e outra ajudando-a a exibir um vestido impecável pendurado nas suas mãos.

- Musseline italiano, como você pediu - Margot disse, deslizando os dedos por baixo dele. O tecido ondulou, fluido e cintilante. Lindo - Ele mandou que eu avisasse.

Anahi se recuperou do choque e caiu para trás no colchão, perplexa, gargalhando divertidamente. Margot deixou o vestido sobre a cama, balançando a cabeça em negação. Não disse nada, saiu em silêncio. Anahi ainda passou um bom tempo esparramada na cama, se divertindo sozinha com o fato de que Alfonso realmente lhe havia dado um vestido. Um vestido; só porque ela sugeriu que queria um. Quase chegava a deixá-la enternecida pensar na força tarefa que ele devia ter organizado para conseguir aquilo àquela hora da manhã. Quase; não chegava a tanto.

Ela foi ao banho e quando voltou ao quarto se deu com Ian amparado na porta de entrada, aguardando.

- Bom dia, majestade - ele cumprimentou, simpático, apontando as flores com o queixo - Queria que tivesse sido eu. Agora estou ofendido por não haver pensado nisso antes.

Anahi se aproximou do buquê e apanhou o bilhete, sorrindo. Não havia nada além da assinatura de Alfonso rabiscada de um jeito qualquer. Sem palavras prontas, sem apelo além do apelo romântico que as flores já traziam. Talvez ele estivesse se dispondo a entender a realidade que viveriam dali em diante. De qualquer forma, parecia estar tentando se adaptar. Isso era bom.

- Eu nem sei de quem se trata - Anahi desconversou, dobrando o papel e enfiando-o de volta no meio das flores - Devem estar tentando ganhar espaço na vinícola me bajulando. Não vai dar certo - então ela as cheirou suavemente, abrindo um largo sorriso orgulhoso no final - Mas são bonitas, não são?

- Isso é bonito também - Ian adicionou, fitando o vestido sobre o colchão - Usá-lo em público seria uma covardia com os demais seres humanos.

- Uau, bonitão! - Anahi gracejou, se aproximando - Acordou muito mais galanteador do que o costume, não foi? - completou, enrolando os braços ao redor do pescoço de Ian - Eu encomendei.

- Alguma ocasião especial? - ele perguntou, beijando-a na ponta do nariz.

- Bella vai ganhar uma festa - ela viu o olhar confuso de Ian questioná-la, sem entender - Alfonso - explicou.

Depois do InvernoWhere stories live. Discover now