❅ Capítulo III ❅

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Pov. Simona Moretti

A semana passou de forma rápida, o que foi um verdadeiro alívio. Daniele estava quase o tempo todo fora de casa envolvido na preparação do seu casamento. Francesca parecia mesmo disposta a fazer com que fosse algo entre eles para criar um laço romântico ou alguma coisa do tipo e eu não a culpava. Quando éramos pequenas, sempre ouvia ela me contar sobre contos de fadas enquanto nossas famílias estavam reunidas, era nítido que ela procurava um amor e talvez Daniele acabasse sendo bom para ela.

Mal vi meu pai durante a semana também e agradeci por Paolo não ter ficado mais tempo na cidade e insistido por um momento a mais comigo. Eu não queria o conhecer e sabia que nosso casamento seria um belo desastre.

Como minha mãe estava mais sozinha sem Daniele ou meu pai em casa e Gabriel passava a maior parte do tempo jogando vídeo game ou azucrinando Teresa na cozinha em busca de doces, resolvi não ir patinar mesmo querendo muito.

Fiquei ao lado do seu quarto de pintura observando enquanto fazia uma nova tela, minha mãe parecia empolgada em seu novo desenho e era satisfatório a observar. Uma música doce ao fundo me fazia relaxar enquanto rabiscava coisas abstratas na tela que ela havia me dado.

- Já pensou como seria ter uma vida normal, mãe? - perguntei com um suspiro olhando pra bagunça de cores em minha tela.

- Já. - ela admitiu parando sua pintura voltando seu olhar a mim - Mas não abriria mão do que tenho hoje por algo assim. Não somos perfeitos, nem vamos ser algum dia, mas temos o que muitos no nosso mundo não tem, figlia*. Nós nos amamos.

- Acho que nunca mais vou ter isso depois de me casar com aquele lá. - evitei dizer o nome dele, como se fosse uma maldição.

- Não pense assim, o amor se constrói. - um sorriso iluminou seu rosto manchado de tinta e concordei em suspiro - Tem que dar uma chance.

- Vou tentar.

Na verdade era difícil até de pensar em tentar, eu não tinha certeza do que o futuro me reservava, mas meus pressentimentos eram ruins. Eu sentia e sabia que com ele Paolo a minha gaiola dourada diminuiria de tamanho assim que nosso noivado fosse anunciado. Meu pai me amava, e eu estava colocando minha confiança nele para que eu não fosse infeliz enquanto ainda não estivesse oficialmente casada.

No dia seguinte enviei uma mensagem para Ethan perguntando se estava livre para finalmente nos encontrarmos na lanchonete, ele respondeu rapidamente concordando e me disse que sairia do treino às três e iria direto para lá.

Elia me levou ao lago para patinar por um tempo enquanto não dava a hora. Havia algumas crianças me observando admiradas com a minha facilidade de fazer manobras no patins, era muito fofo. Me lembro de quando eu estava me apaixonando pela patinação.

"Cheguei, quer que eu peça algo para você?" - recebi sua mensagem e sorri com a forma como ele se importou comigo, na última semana em que trocamos mensagens descobri que ele era um garoto muito atencioso.

"Suco e um sanduíche, por favor. Vou confiar na sua decisão para escolher." - respondi. Eu comia de tudo, então não tinha perigo dele pedir algo que eu não gostasse.

Avisei Elia que iria à lanchonete porque estava com fome, e ele me levou de carro mesmo sendo na rua de trás. Eu não gostava de andar com ele atrás de mim como uma sombra, sempre pedia pra que ficasse afastado ou do lado de fora. Esse era um dos poucos momentos em que eu poderia parecer uma garota normal.

Elia ficou do lado de fora da lanchonete em posto de guarda e eu entrei pela porta de vidro fazendo os sinos acima dela tocarem ao baterem um contra o outro.

For Blood // HIATUS Donde viven las historias. Descúbrelo ahora