✵ Capitulo LVI ✵

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Pov. Primo Trevisan

Por alguma razão da última vez em que vi Rubin, ela não me mandou embora, e também não transamos como eu esperava que fosse acontecer quando tudo se acalmasse entre a gente. Ficamos nos beijos, comemos uma porção e depois deixei que ela voltasse pro seu quarto com o resto da noite de folga. Eu literalmente paguei por algo que eu nem ao menos usufrui, mas sabia que ela valia a pena.

- O que tanto tem te incomodado? - Maximus perguntou me analisando enquanto comia sua comida.

Elisa estava com nossa mãe na ioga, e nosso pai estava resolvendo alguns assuntos com Luca. Estávamos sozinhos, como nos velhos tempos, a diferença é que por alguma razão eu ainda não tinha despejado toda a merda com a Rubin em cima do meu irmão.

- Achei que você já tivesse se envolvido em problemas demais. - franzi o cenho pegando um pouco mais do meu macarrão.

- Não, não... - respondeu balançando a cabeça com uma risada - Sempre tem espaço pra mais um.

- Se lembra daquela boate que fomos da última vez? - comentei e ele riu concordando.

- Onde você voltou milhares de vezes. - ele revirou os olhos enquanto sua risada se tornava uma gargalhada - Ah, Primo. Parece que você levou um belo chá de boceta.

- Porra, não é isso. - bufei socando a mesa - É um assunto sério, as garotas daquela boate são vítimas de tráfico humano.

Sua expressão se fechou no mesmo instante, agora ele já não estava mais rindo, e entendia a gravidade da situação. Entre nós dois, Maximus era o que mais tinha empatia pelas pessoas, apesar da vida que levávamos, ele era bom na medida do possível.

- Tá falando sério?

- Não brincaria com isso, você sabe. - bufei.

- Já falou sobre isso com Amo? Temos que tirar elas de lá. - perguntou agora com certa urgência na voz.

Podia jurar que a qualquer momento, Maximus ia levantar da mesa, pegar sua arma e ir até a boate resolver tudo da sua maneira, mas não era tão simples assim resgatar Rubin.

- Sim, eu disse a ele. - soltei um suspiro - Mas vou tirar Rubin...Scarllet... enfim, vou tirar ela de lá. Amo esta resolvendo isso com o capo, não querem agravar os problemas, mas foda-se.

- Scarllet ou Rubin? - arqueou uma das sobrancelhas - Pensei que fosse apenas uma.

- É a mesma, mas ela pediu para que eu a chamasse de Scarllet. Não entendi muito bem... - bufei passando as mãos pelos meus cabelos massageando minhas têmporas - Vou matar aqueles filhas da puta.

Não tinha pensado muito sobre a aparição de um novo nome para Rubin, talvez Scarllet fosse seu nome antes de virar prostituta, e então Miguel a fez escolher um apelido pra se apresentar aos clientes, tipo uma vida nova. De qualquer forma, eu ainda tinha muitas perguntas sem respostas.

- E o que vem depois? Vai trazer ela pra morar com a gente? - perguntou com certa curiosidade enquanto me analisava.

Se Rubin viesse pra cá, a história se repetiria. Foi assim com Maximus e Elisa, - resgate da donzela em perigo - a diferença é que a minha garota não era nada frágil.

De qualquer forma eu também não tinha planejado o que viria depois do massacre aos caras da boate. Miguel definitivamente teria uma morte lenta e dolorosa, e tinha uma tortura diferente em mente pra cada cara que trabalhava com ele.

- Não tenho certeza sobre o que fazer depois. - resmunguei batucando meus dedos na mesa - Eu vou até lá essa noite.

- Vou com você. - avisou deixando claro que eu não tinha escolhas quanto a isso.




For Blood // HIATUS Where stories live. Discover now