REFÚGIO || L7NNON

||18

Acordei sentindo um peso na minha cintura, olhei por cima do ombro e vi o Lennon dormindo com a boca entre aberta. 

Sorri com a cena e me levantei indo para o banheiro. Escovei o dente com uma escova nova que tava la. 

Quando ia saindo vi a Isis coçando os olhinhos com a cara toda amassada. Peguei ela no colo e ela se aconchegou e colocou a cabeça no meu ombro. 

- Bom dia princesa, tudo bem ? - ela assentiu - Tá com fome ? 

- sim titia - beijei o rosto dela e fomos para a cozinha. 

Fiz misto para nós duas e deixei um para o Lennon no microondas. Depois de comer, levei a Isis para tomar um banho e acabei tomando um junto com ela. 

- No meu cabelo não Isis - Falei rindo e ela gargalhou.

- tem que lava tia - ela falou seria e eu ri mais ainda. 

- Eu lavei ontem - ela fez cara de nojo.

- Tá fedeno - colocou o dedo e tampou o nariz me fazendo rir. Criança esperta.

- Menina você está muito abusada - fiz cócegas nela e a mesma gargalhou. 

Ficamos brincando por maior tempo debaixo do chuveiro e eu não me lembrava de ter me divertido tanto na vida. 

- Vocês são muito bagunceiras - nos assustamos com a voz do Lennon. 

- Não chega assim não L7 - Falei e ele me olhou debochado - e não me olha assim idiota. 

Ele deu uma risada muito gostosa e foi acompanhado pela Isis. Eu me juntei com eles. Acabamos o banho e o Lennon pegou a Isis já enrolada na toalha. 

- Já tomou café? - perguntei enquanto me vestia.

- Ainda não, acordei e vim direto ver a bagunça. 

- papai vamo na vovó xintia - a Isis falou do nada e a expressão do Lennon mudou. 

Percebi que aquele assunto era bem delicado para ele, então tentei fazer o máximo para amenizar. 

- Poxa que pena, ia te levar para tomar sorvete depois do almoço - Falei e ela riu pulando em cima da minha perna.

- quelo sovete - Eu ri assentindo e arrumei o cabelo dela. 

- Amor fica aqui vendo desenho, a tia já volta - ela concordou e eu saí do quanto encontrando o Lennon na sala. 

Fiquei encostada na parede o observando, ele estava triste, parecia realmente abalado. Resolvi não incomodar ele. 

Fui saindo da sala e acabei batendo meu cotovelo na porta, pensei em sair dali sem que ele me ouvisse xingar mas foi difícil. 

- Tá tudo bem ? - veio para perto de mim.

- Tá, só bati aqui - olhei seus olhos vermelhos - Eu nunca disse, mas eu sinto muito - acariciei seu rosto. 

- Eu também sinto - abracei ele, e o mesmo me apertou forte. 

Me perdi naquele abraço. Ele parecia precisar tanto, não quis me separar dele. Ao mesmo tempo que me senti protegida, eu senti que estava o protegendo.