-[♡]: Reencontro - 7

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Rose Swan

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Rose Swan

— Você tem certeza de que está realmente bem? — Paul me perguntou pela milésima vez desde que saímos do hospital.

Eu fiquei exatamente uma semana em observação, mas cerca de um dia e meio desacordada após dar entrada. Para alguém que sempre teve aversão a ambientes médicos, foi tempo demais.

Bella não me visitou nenhuma vez.

E eu não perguntei a Charlie sobre ela, nenhuma vez.

Durante essa semana, Charlie e Paul se revezaram para ficar comigo. E, claro, ouvi meu tio choroso me colocando de castigo pelo resto da minha vida. Mas, de certa forma, eu estava feliz por estar ali com ele. Aceitaria ficar de castigo mil anos, se isso significasse continuar viva.

Voltando à pergunta preocupada de Paul, dei uma risada baixa enquanto tirava minha mochila da viatura.

— Acredite, se eu não estivesse bem o suficiente, Charlie nunca me deixaria sair. — Isso arrancou um riso de Paul, que assentiu com a cabeça.

— Já que a mocinha está se sentindo bem, não vai doer ir para a escola amanhã, certo? — Charlie me lembrou de algo que eu vinha tentando ignorar: o ensino médio.

Suspirei, levantando os olhos para o céu nublado. A cidade era pequena; talvez a turma inteira já soubesse que a sobrinha maluca do xerife havia caído de um penhasco e, por isso, faltara por tantos dias.

Lancei um olhar acusatório para Charlie enquanto pensava numa maneira de faltar à escola por mais alguns dias, mas ele rapidamente tirou minha mochila da minha mão e entrou em casa, rindo. Sua risada deixava claro que ele sabia o quanto eu estava com preguiça de voltar à escola.

As mãos quentes de Paul em meu rosto desviaram minha atenção para o enorme rapaz à minha frente.

— Sabe que, se precisar, posso te ajudar a faltar amanhã, não sabe? — Seus olhos escuros me encaravam com tanto carinho que aqueciam meu coração.

— Eu sei, mas você também tem aula, espertinho. — Sorri, e ele rapidamente retribuiu o sorriso.

Quando o vento gelado cortou meu rosto, me aproximei de Paul e o abracei, sentindo seu calor. Era meu jeito de me despedir.

Seus braços me envolveram, e, mesmo usando um moletom, seu calor conseguia me aquecer.

— Agora eu preciso mesmo entrar. Não adianta ficar fugindo da escola para sempre. — Levantei o rosto e o encaixei no pescoço dele.

— Amanhã, depois da aula, me espere no estacionamento. Vou te buscar a mando da Emily. — Paul me apertou um pouco mais antes de nos afastarmos.

Seu dedo subiu para apertar de leve meu nariz gelado, e mais uma risada escapou de nós.

Éramos dois bobos, mas não importava. Eu gostava de sentir essas sensações com ele.

Suspirei antes de me virar em direção à entrada de casa, enquanto Paul seguia para sua moto estacionada na calçada.

Acenei para ele enquanto se afastava.

Quando finalmente entrei em casa, percebi que teria que conversar sobre o assunto que vinha ignorando.

Caminhei devagar até a cozinha, onde encontrei Charlie colocando um pedaço de torta de frango na mesa, provavelmente enviada por Sue.

Sentei-me para comer, decidida a ser a primeira a falar.

— Teve notícias da Bella? — O rosto do meu tio se virou rapidamente em minha direção, e então ele abaixou a cabeça, negando.

— Itália. — Um suspiro escapou da boca de Charlie antes que ele continuasse: — Não consigo acreditar que ela nos deixou aqui, te deixou na praia sozinha esperando uma ambulância, e foi para a Itália.

— Eu também não consigo acreditar... — Suspirei e dei a primeira garfada, engolindo antes de continuar: — O que ela sente vai além do amor, é obsessão.

Tio Charlie permaneceu em silêncio pelo resto do jantar. Eu me senti na obrigação de tentar aliviar a situação.

— Não cabe a nós julgar. Temos o direito de ficar chateados, sim, mas, neste caso, só podemos ajudar com conselhos. — Levantei-me da mesa para colocar os pratos na pia.

Virei-me para meu tio, que continuava cabisbaixo, e fiz um carinho em seu ombro. Quando ele olhou para mim, seus olhos estavam cheios de lágrimas.

— Fique calmo, tio Charlie. Notícias ruins sempre chegam rápido, então ela deve estar bem. E não se preocupe, se um dia ela decidir ir embora de vez, eu estarei aqui. — Com um leve abraço em seus ombros, saí da cozinha e segui em direção às escadas.

Antes que eu colocasse o primeiro pé no degrau, a campainha tocou. Fui abrir a porta, um pouco confusa, já que estava tarde para visitas.

Girei a maçaneta, esperando o vento gelado invadir a sala.

A primeira visão que tive foi de dois pares de pernas parados à entrada. Levantei o rosto para olhar os visitantes.

Um arfar alto não era exatamente a recepção que eu esperava.

— Rose? Você está... — A voz da minha prima saiu trêmula.

Durante os dias no hospital, eu não havia pensado nem uma vez em como reagiria ao ver Bella novamente.

— Viva? Por muito pouco, mas não me espanta a sua surpresa. Você me deixou morrendo em La Push para tirar umas férias na Itália. — Nunca foi minha intenção reagir de forma agressiva.

Mas olhar para Bella fazia com que eu sentisse uma dor profunda de abandono.

De qualquer forma, não era hora para drama. Jogar na cara dela que ela não esteve ali por mim não mudaria o passado.

Olhei para a pessoa ao lado dela e dei dois passos para trás. Devia ser o tal Edward. Pálido e com um topete. Paul realmente não exagerou na descrição.

Imaginei como Paul reagiria ao ver o rapaz tão próximo de mim.

Charlie logo apareceu atrás de mim, provavelmente estranhando a demora. Afastei-me da porta para que ele pudesse falar com Bella.

Dei um último olhar ao namorado esquisito da minha prima, que me encarava de maneira estranha, e fui para o meu quarto.

Eu não estava nem um pouco interessada em ouvir a provável discussão que se seguiria nos próximos minutos.

Mesmo do meu quarto, não era difícil ouvir os gritos de Charlie, prometendo um castigo de cem anos pelo que Bella havia feito.

Comecei a arrumar minha mochila com os materiais para a aula de amanhã e então me deitei na cama. A última coisa que eu queria era estar acordada quando Bella entrasse pela porta.

Fechei os olhos e desejei que tudo fosse apenas um sonho.

Hold On - Paul LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora