Soulmates: memórias de uma vida

O julgamento: parte I

- ATENÇÃO PODE CONTER GATILHOS PARA ALGUMAS PESSOAS -

Os alfas permaneceram presos sem direito a fiança, aguardando o julgamento, isso graças aos nossos pais, que em conjunto pressionaram as autoridades e o governo, realmente este julgamento tinha tomado grandes proporções.

Os dias se passaram e todos estavam ajudando de alguma forma e eu e o Nath, ficamos responsáveis por ir atrás de algumas das vítimas dos alfas para pedir que elas fossem testemunhar contra eles, pois embora a princípio muitos falaram que iriam ajudar, eles tinham muito medo e era compreensível, mas depois de muito diálogo e com o apoio do meu pai e do esquadrão da polícia que garantiram a segurança deles, felizmente conseguimos convencê-las.

Faltava uma pessoa que poderia ser importante e com a ajuda do meu pai, em sigilo conseguimos localizar o alfa que havia sido espancado no ano anterior, até ir parar no hospital e sem alarmar ninguém fomos até a sua casa, mas ele não quis nem abrir a porta para nós, ele estava muito assustado e traumatizado pelo que aconteceu e por ter sido ameaçado pelos alfas, assim como a sua família, por isso eles haviam se mudado de casa, de trabalho e até de faculdade, o que eu via como injusto. Eu queria insistir, mas Nath me puxou e saímos de lá, ele mais do que ninguém o entendia, então respeitei a sua decisão, mesmo sabendo que seria importante o depoimento dele.

O meu pai, junto com a polícia local, conseguiram as gravações de diversas câmeras pelo campus e pela cidade, compondo provas contra eles e fomos chamados no distrito policial para que pudéssemos ver o que aconteceu dentro da festa.

Sentamos em uma sala junto com nossos pais e os investigadores do caso, não demorou para começarem a projetar as imagens, nelas podíamos ver os alfas andando pela festa, causando confusão com muitos que já seriam nossas testemunhas e em um dado momento eles empurraram o Nath, quando ele estava indo ao banheiro e como Nath não revidou, eles o seguiram a uma certa distância. Percebemos que Thomaz estava se segurando, mas deixava escapar um pouco de seus feromônios. Continuamos a ver as filmagens e vimos os alfas entrando no banheiro um pouco depois do Nath entrar, não haviam câmeras dentro do banheiro e a única que tinha próxima, não dava pra ver o que acontecia dentro dele. A partir dali se passaram apenas poucos minutos até Thomaz e eu entrar no banheiro a procura de Nath, nesse meio tempo foi possível identificar uma pessoa que entrou no banheiro e saiu correndo amedrontada e em seguida os alfas saíram rindo e com as mãos ensanguentadas, como se fosse um troféu e intimidando outras pessoas pelo caminho. Foi nessa hora que Thomaz não conseguiu mais se segurar e se descontrolou, sendo segurado por meu pai e o de Nath e tivemos que usar nossos feromônios para acalma-lo.

— Conseguimos encontrar a pessoa que entrou no banheiro e de certa forma, não permitiu que o ataque se prolonga-se... e o pior tivesse acontecido... (ele olha pra Nath), já entramos em contato e ele esta bem assustado, mas concordou em testemunhar. - um dos investigadores nos comunica e para nós aquilo foi um grande alívio. Nossos pais conversaram ainda um pouco com os investigadores e por fim saímos do distrito policial com náuseas pelo que vimos, mas sabíamos que estávamos mais próximos da condenação deles. 

Nossos amigos estavam fazendo o que podiam também e o Gabriel, foi chamado pelo editor do jornal pela matéria que ele havia feito e mesmo sendo apenas um estagiário estava a frente da cobertura do caso, junto com outro jornalista que o estava supervisionando e suas matérias eram tão boas que ele soltava todo dia uma matéria diferente, sobre bullying, sobre diretos dos ômegas e o pai do Thomaz permitiu que somente ele cobrisse e fizesse as matérias sobre a pauta em discussão no governo, a qual ele estava participando, que visava ampliar os direitos reservados apenas aos ômegas para todos aqueles que necessitam. Ele estava dando voz aos que precisavam e nós e o Dom estávamos orgulhosos dele.