cap 23 - if i could say the things that i wanna say

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*Alex*

Ok, confesso que eu nunca fui uma das pessoas mais alegres pela manhã. Você sabe, não que eu acorde de mau humor, muito pelo contrário na verdade, mas não é como se eu acordasse dando bom dia para todos os seres vivos do planeta Terra. Enfim, creio que eu já tenha lhe contado essa parte.

Sim, você sabe, eu preciso de uns 15... 20... ISSO, 30 minutos de tolerância pro meu cérebro funcionar de verdade.

E eu sei que você já ouviu isso, mas sempre é bom recapitular como minha cabeça funciona para que eu não seja julgada, vai que eu sou mal compreendida ou algo do gênero.

Não que eu ache que em algum momento eu tenha sido tratada dessa forma por você, longe disso, até porque não é como se houvessem muitas pessoas além de nós dois comentando e opinando sobre minhas escolhas e minhas ações frequentemente... apesar de que em alguns momentos eu até me sinto meio que sendo observada, mas isso obviamente não vem ao caso agora.

Enfim, deixa isso pra lá, só mais um dia acordando embalada pelos pensamentos completamente sem nexo de dentro da minha cabeça.

Mas mesmo assim, é engraçado como minha vida parece uma história às vezes, daquelas bonitinhas com início, meio e fim, só que é como se esse "início, meio e fim" fosse um eterno loop, porque sempre voltava para o mesmo lugar.

Sempre.

E não me leve a mal, eu não acho que isso seja algo ruim, na verdade, isso é ótimo. Eu sei, doido pensar assim, mas é como se eu sempre tivesse a chance de recomeçar tudo de novo, como se eu pudesse refazer minhas escolhas.

E nos últimos dias, essa sensação de "recomeço" estava mais forte do que nunca.

Inclusive, falando nas minhas últimas escolhas, eu realmente deveria refazer algumas... ok, talvez várias... OK, TALVEZ TODAS, mas se eu fizesse absolutamente tudo certo, qual seria a graça da vida? Faltaria um tempero, não acha?

Ok, por que eu sinto que agora sim, você me julgou por esse último pensamento? De qualquer forma, não é isso que importa agora.

O que importa é que você em provavelmente está se perguntando "Alex, mas depois de tanto tempo que eu fiquei aqui sentado com a bunda ficando quase que quadrada nessa cadeira, ouvindo suas paranoias, você não vai tirar nenhuma conclusão?"

Pois bem meu caro, eu já tirei.

Não só uma, mas várias.

Tá, talvez você não esteja se perguntando isso, mas como eu disse, não importa, porque quem está te contando tudo isso nesse momento sou eu.

E é nessa parte da história que eu e você chegamos juntos, que eu tiro as minhas conclusões e tento colocá-las em prática.

É quase como se isso fosse uma redação, sabe? Dessas que se faz na escola, porque eu listei os meus problemas, todas as causas, todos os agentes do caos e agora eu tenho que chegar em uma solução depois de te apresentar todos esses tópicos.

E é exatamente essa a pegadinha da nossa história, meu caro ouvinte, eu tenho que achar a solução.

Até então eu sempre tentei achar a solução para todas as coisas que aconteciam no meu redor e, na maioria das vezes, eu sempre procurava uma resposta imediata para tudo. E aí é que tá, eu deveria aprender a fazer isso com mais calma às vezes, ou só... não procurar problema onde não há.

Eu sei, é óbvio, claro que é, desde o início dessa saga foi, mas vai tentar explicar para a Alex de alguns meses atrás que isso era algo extremamente simples, ela provavelmente daria um pane completo (se não lhe desse um tapa antes).

here's to teenage memoriesWhere stories live. Discover now