Terapia

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Capítulo 13

Terapia

Estava a exatos quinze minutos olhando o quadro na parede branca, tudo naquele lugar parecia tão monocromático, que a única coisa que se destacava era o quadro com a pintura de um velho com roupas antigas que Naruto imaginou ser algum filosofo ou qualquer coisa do tipo, porém, o que o deixava pensativo era a frase que havia logo abaixo da figura do homem estranho.

Tudo acontece por uma razão, e essa razão sou eu que crio

De certa forma isso o deixou pessimista, já que tudo que criava dava errado, então somente de imaginar que era responsável por tudo que lhe acontecia parecia no mínimo assustador. Contudo, também lhe dava uma direção para seguir, já que não era a pessoa mais crente do mundo, e o vazio deixado por não ter uma fé, ou mais objetivamente um grupo de pertencimento para se integrar, poderia ser preenchido por procurar um sentido que encaixasse com sua vida, afinal o nilismo* não parecia tão assustador se olhado dessa perspectiva.

— Naruto, o doutor vai te receber agora. — Comunicou Shisui abrindo a porta, assustando o garoto que parecia muito imerso na pintura, e ao mesmo tempo no sentido filosófico da vida. — Gostou do quadro? Meu velho comprou semana passada, nem imagina os problemas que deu com o povo religioso. — Falou, se arrepiando ao recordar das velhinhas segurando as bengalas para lhe agredir enquanto falavam sobre o fim do mundo.

Naruto riu da expressão assustada de Shisui, já imaginando a situação cômica que aquela pintura teria causado para o amigo.

— Gostei da palheta de cores. — Falou, mas seu tom foi mais pergunta do que resposta.

Na verdade o loiro não entendia absolutamente nada de pinturas, e aquela em particular não apresentava nada especial, somente se destacando pela frase com letras douradas em baixo e a aparência antiga demais.

— Vejo que a conversa está boa pra me fazerem perder o meu precioso tempo. — Interrompeu Madara ao sair de sua sala, vendo seu filho revirar os olhos e seu paciente sorrir de maneira presunçosa para si. — Você entra e você mocinho vá refazer os formulários da Karin.

Assim que o nome da garota foi citado Naruto ficou em alerta, não sabia que eles frequentavam o mesmo psicólogo, principalmente por achar fielmente que o caso da prima se encaixaria melhor em algum manicômio com direito a camisa de força e um padre para exorciza-la, quem sabe assim ela virasse um ser humano normal.

O loiro passou pelo homem que educadamente segurava a porta para que passasse e deitou no sofá escuro que havia ali, percebendo o bule para chá que a julgar pelo vapor que saia havia sido acabado de ser preparo e um prato com biscoitinhos de chocolate e doce de leite, seus preferidos. No geral, diferentemente da sala de espera que era monótona e gélida, poderia dizer que era um ambiente tão acolhedor que sentia vontade de chorar, e tinha quase certeza que esse era o real objetivo de Madara, fazer os pacientes mostrarem suas verdadeiras cores.

— E então, como meu paciente preferido tem estado? — Perguntou o psicólogo, pegando o bule e enchendo até metade de sua xicara, fazendo com que o ambiente fosse preenchido com o aroma de camomila.

— Aposto que você fala isso pra todos. — Respondeu, sendo interrompido pelo som do micro-ondas apitando.

Madara sorriu com a resposta de Naruto, que não parecia estar de bom humor, o que facilitava seu trabalho já que a irritabilidade era muito melhor do que a completamente apatia* que muitas vezes o Uzumaki ficava. Mas também não ficava feliz vendo-o tão instável com os próprios sentimentos, deu uma última olhada no loiro que estava concentrado no teto de vidro, logo se levantado e indo até o eletrodomésticos, tirando a tigela grande de dentro.

Incomum Where stories live. Discover now