Lupin retornou ao Largo Grimmauld com os primeiros raios de sol. Passou pelo Hall de entrada na ponta dos pés, não queria despertar a atenção de monstro, nem do quadro de Walburga. Andou até a cozinha, preparou o café da manhã e subiu para chamar Sirius.
- Padfoot... cheguei... - Não havia ninguém no quarto.
Conhecendo bem os hábitos do companheiro, Remus foi até o quarto de Bicuço.
Um belo cão negro dormia aninhado ao hipogrifo. A cena poderia parecer linda para qualquer outra pessoa, mas Lupin sabia que a noite de Sirius havia sido difícil.Se aproximou de Bicuço, que pareceu contente com sua presença, e se sentou ao lado do cachorro adormecido e acariciou seu pelo macio.
- Desculpe, não quis te acordar, apenas... queria te fazer companhia. - Sussurrou, Lupin, e em resposta o cão lambeu sua mão e deitou em seu colo.
Alguns minutos se passaram. O silêncio era confortável para Lupin, mas não para Sirius.
- Podemos ficar aqui quanto tempo precisar, mas se quiser conversar estou aqui para te ouvir. - Disse Remus com a voz doce e tranquila.
O cão se levantou e olhou em seus olhos, virou para Bicuço e deu uma cabeçada carinhosa no animal antes de sair do quarto. Lupin o seguiu até a cozinha.
- Você demorou. - Disse Sirius com a voz rouca.
- Achamos mais seguro fazer uma ronda em Hogsmeade antes de voltar. Precisava garantir que não havia ninguém nos espiando ou esperando uma oportunidade para fazer mal aos garotos.
- E foi tudo bem? - perguntou cabisbaixo
- Sim. Eu trouxe algumas coisas da Dedosdemel pra você, caramelos, sapos de chocolate, feijãoezinhos de todos os sabores e suas preferidas, lesmas de geléia.
- Obrigado, Moony. - Respondeu com um leve sorriso de lado.
- Quer conversar?
- Não sei... eu... só não queria deixá-lo ir. - Começou em voz baixa. - sei que é egoísmo, mas eu senti um aperto no peito... e o jeito que ele me olhou. Moony será que Harry me acha covarde, como Snape falou?
- Que absurdo, Sirius. Harry te ama demais, ele nunca iria pensar isso, ele sabe o quanto é importante que você fique seguro aqui por um tempo. Não será assim para sempre, nós vamos dar um jeito, você vai ver. - falou com a mão no ombro do rapaz.
- Acha mesmo que ele me ama?
- Eu não tenho a menor dúvida. - Respondeu abrindo um sorriso - Agora chega dessa carinha triste. Harry está seguro, eu conversei com ele sobre a importância das aulas de Oclumência e sei que ele irá se esforçar. Então, termine logo o café que eu tenho outra surpresa.
Os dois tomaram café da manhã tentando abordar assuntos leves para descontrair o ambiente.
- Qual a surpresa, Moony? - perguntou enquanto desembalava um dos caramelos.
- Sirius antes de tudo eu quero que você entenda que isso que vamos fazer não pode ficar se repetindo. - Remus se senta ao seu lado para explicar. - Eu já vinha pensando em como fazer isso sem nos arriscar muito, então no meio de toda a confusão com o ataque de Arthur eu vi uma oportunidade.
- Fala logo, estou ficando nervoso, Moony.
- Eu consegui poção polissuco a uns dias... para o caso de uma emergência, sabe? Bom, ontem enquanto fazia essas comprinhas na Dedosdemel eu peguei isso - Disse tirando um frasquinho do bolso - Sirius preciso que transforme em cão, eu vou te dar banho, aparar seu pelo e vamos usar um disfarce. Só quem sabe desse plano é Mundungo, ele ficará de vigia... Aliás, ele chegou a sugerir que você usasse lacinhos e roupinhas de cachorrinho de madame, mas eu senti que a sugestão parecia mais uma pequena vingança da parte dele, mesmo assim não deixa de ser uma boa ideia.
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12 anos de espera... em AZKABAN.
RomanceSirius Black foi preso injustamente e privado de uma vida plena e feliz ao lado de seu afilhado e do amor da sua vida. Após sua fuga, Sirius percebe que vingança não era sua única motivação, e sim seu amor. "A perda de Remus me machucava todos os d...