Capítulo catorze: Trancinhas

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Pov: Scarlett

Acordo depois de um sonho estranho em que o Wormtail nos traía, e como não consigo dormir de novo, desço as escadas.

Pego um livro qualquer e começo a lê-lo, no tédio. Fico alguns minutos lá, sem ninguém aparecer.

- Tá lendo o que? - quase dou um berro de susto e dou um pulinho no sofá quando Padfoot sussurra do nada, no meu ouvido.

- A Rainha Vermelha. Estou terminando o livro, logo vou pro segundo. Nunca mais faça isso. - digo, e estranhando o silêncio, olho para trás. O garoto tentava rir em silêncio, quase no chão. - Não é engraçado! - falo, e ele se recompõe lentamente.

- Desculpa, pequena.

Ele senta no sofá do meu lado, e fica alguns segundos quieto.

- A Rainha Vermelha, é? - pergunta, e vejo seu rosto confuso.

- É uma saga de livros popular no mundo trouxa. A sociedade deles é dividida em dois: Prateados, com poderes, e Vermelhos, sem poderes. Os nomes estão associados à cor do sangue deles. Os Vermelhos, a menos que trabalhem, são mandados para a frente de batalha. Os Prateados vão, mas não ficam o tempo em que os Vermelhos são obrigados a ficar. - o garoto parecia interessado, e sorrio.

- A protagonista, que é uma Vermelha, tem um amigo que perde seu trabalho um pouco antes da idade de recrutamento chegar, e tenta ajudá-lo. Ela conhece um Prateado tentando roubá-lo. Diferente da maioria, um Prateado legal até. Ele a ajuda com uma moeda...

- Uma moeda? - ele ri.

- Sim, vale mais do que parece valer. Enfim, ela acaba metendo ela e a irmã dela em encrenca, e a irmã dela perde o trabalho. Um dia guardas do rei vão buscá-la, e ela é obrigada a ir, óbvio.

- Ela tinha trabalho?

- Não.

- Então atingiu a idade do recrutamento?

- Não. - digo, e ele me olha confuso.

- Não é justo! Tinham que esperar, não tinham? - rio da reação dele.

- Ao contrário do que todos acham, ela não vai para a frente de batalha, mas para o castelo trabalhar. A protagonista acaba mostrando ter poderes e todos obviamente ficam chocados. Essa foi a parte que eu parei.

- Você disse que Vermelhos não tinham poderes.

- Parece que uma tem. Talvez tenha mais, sei lá. Não me adaptei muito bem ainda, é cedo pra isso.

- Entendi...me empresta depois?

- Sirius Black lendo um livro por diversão? O inferno congelou. - brinco.

- Eu gosto de ler sim, você sabe disso! - ele diz e rio.

Não mentiu, já emprestei alguns livros para ele ler, e conversamos sobre eles depois. Ele pareceu gostar de todos, o que me deixa feliz.

- Só não conta para ninguém, se não estraga minha imagem de péssimo aluno que só vai bem quando realmente precisa. - ele diz e sorrio, balançando a cabeça negativamente.

𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐎𝐅 𝐌𝐘 𝐇𝐄𝐀𝐑𝐓 - 𝐒𝐈𝐑𝐈𝐔𝐒 𝐁𝐋𝐀𝐂𝐊Where stories live. Discover now