I'll die, so why can't I decide?
My brain might self-destruct, I lose myself to suicide~ WHOKILLEDXIX - psy?
Inspirei fortemente, batucando o pé agressivamente enquanto os dedos de unhas curtas puxavam os fios rebeldes para trás da orelha, buscando deixá-los uniformemente com o resto do cabelo preso. Mordia as cutículas soltas que saltavam pelas laterais dos dígitos, meus olhos presos em uma só figura — que era o motivo de minha irritação evidente. Seus movimentos descontraídos relaxavam sua postura, o cabelo castanho escuro balançava suavemente de um lado para o outro enquanto as orbes amareladas continuavam impassíveis, prestando atenção nos dedos frenéticos que tocavam majestosamente a melodia conhecida por mim. Do I Wanna Know tocava acusticamente ao som da guitarra muito bem afinada de Rintarou.
Apesar de me sentir atraída por aquela visão do garoto tocando o instrumento enquanto tentava ignorar meus olhos, a raiva habitual por ele dominava todos os cantos de meu corpo. Estava chateada com suas palavras na semana anterior, Suna havia sido tão mesquinho e arrogante, que fazia meu sangue borbulhar em pura indignação. A ousadia para dizer coisas tão audácias e impuras fazia meu ego e dignidade tremer em revolta e controlava-me constantemente para não lhe dar um belo soco na bochecha pouco rosada. Minhas orbes negras como a noite fuzilaram agressivamente o corpo de Rintarou, assustando-se quando o rapaz resolveu voltar o olhar para mim.
— Quando irá parar de me encarar? - perguntou, cessando os movimentos na guitarra.
Virei o rosto para o outro lado, ignorando sua pergunta. Escutei Rintarou tocar mais algumas notas na guitarra, dessa vez 505 — novamente Arctic Monkeys sendo tocada — era transmitida ao meus ouvidos, porém não durou tanto tempo assim como a música passada havia sido. Ouvi um batucar ansioso em seu instrumento e deduzi que Suna pensava em algo.
— Você fica bonita quando está aborrecida - a voz arrastada do moreno entrou por meu ouvido e se instalou permanente em meu cérebro desestabilizado e nada preparado para sua fala.
Virei-me para encarar suas orbes amareladas, minhas pálpebras ficando estendidas em surpresa enquanto o coração dava batidas mais rápidas. Vi um sorriso perverso se formar por seus lábios rosados, que era cheio de peles secas e machucadas.
— Só assim você me olha? - os dedos brincaram com as cordas do instrumento, tocando uma melodia baixa e de poucas notas.
— Idiota - xinguei ele, mudando o rumo dos meus olhos para sua guitarra avermelhada, observando o ritmo que seus dígitos faziam ao tocar uma simples música.
Suna continuou os movimentos, suas orbes amareladas encarando meu rosto enquanto eu tentava desfazer meu constrangimento ao tentar acompanhar sua maestria com o instrumento. Ele parou subitamente as mãos, batucando novamente na parte avermelhada de sua guitarra, logo abrindo a boca para dizer algo.
— Quer tocar? - indicou à guitarra, não esperando uma resposta minha e já a tirando de seu pescoço.
— Ah... - eu não sabia o que responder, sua proposta havia sido tão aleatória que fiquei sem jeito - Eu não sei tocar.
— Não tem problema, eu te ensino - Rintarou desceu do palco, seu cabelo escuro mexendo-se graciosamente enquanto as orbes amareladas encaravam a minha escuridão ocular.
O maior permaneceu em minha frente, sua mão com dedos calejados por culpa das cordas da guitarra estava estendida para mim, um ato singelo de gentileza para me ensinar como se tocava o instrumento musical. Eu hesitei, decidindo entre aceitar sua proposta ou apenas negar-lhe, ignorando novamente o rapaz e voltando a ser arrogante com ele. Porém eu tinha curiosidade em relação à guitarra, desejando toca-la e saber a sensação de transmitir uma música através de suas cordas. Decidi então me arriscar, já anotando mentalmente para ficar de olho nas possíveis piadinhas de Suna.
Segurei a mão quente do moreno, me levantando da cadeira em que estava sentada e deixando para trás a minha mochila junto com a pasta do clube de teatro. Rintarou andou comigo até o aparelho de som, ajeitando a elevação sonora e logo buscando algo em seu bolso da calça jeans preta. Tirou de lá a palheta amarela e uma presilha na cor roxa, prendendo a franja enquanto entregava-me o objeto amarelado por entre os dedos.
— Gosta de Arctic Monkeys? - perguntou.
— Sim - sussurrei como resposta, observando Rintarou passar a guitarra por meu pescoço.
Seus dedos quentes afastaram meus fios negros, ajeitando a faixa de couro que suspendia o instrumento em meu ombro coberto por uma fina blusa beje. O garoto ajustou o tamanho da faixa, arrastando seus dígitos pela pele de meu braço, fazendo arrepios na derme sensível quando seu toque caloroso e cuidadoso a tocou despreocupadamente. Suna levou minha mão até as cordas da guitarra, colocando cada dedo em um lugar específico. Seu peitoral batia em minhas costas, os dois braços circulando minha cabeça e direcionando meus membros superiores no instrumento. Sentia sua respiração batendo em minha orelha, onde seu rosto estava.
— Irei te ensinar, ok? - sussurrou abafado, apoiando as mãos por cima das minhas - 505 ou I Wanna Be Yours?
— 505 - respondi, me preparando para entender como se tocava algo na guitarra.
Rintarou me guiou por todo aquele novo mundo da música, ensinando o básico do básico apenas para que eu entendesse o começo de tudo. Ele tocou o refrão da melodia, logo após indicando onde cada dedo deveria ficar e quando deveriam se mexer. As notas melódicas entravam de forma eufórica por meus ouvidos, penetrando meu cérebro com uma sensação boa de familiariadade e conforto. Estava me divertindo em aprender tocar um novo instrumento.
— Você não está aborrecida pelo o que eu disse, certo? - o moreno sussurrou ao deixar que minhas mãos tomassem controle da guitarra vermelha.
— O que você disse? - errei uma nota ao focar minha concentração do rapaz.
— Sobre não ter te fodido bem... - ele pareceu envergonhado ao dizer aquilo.
— Ah... - não disse mais nada, tentei voltar minha atenção para as cordas entre meus dedos.
Sentia o olhar dele em mim, esperando algo, porém ainda não tinha uma resposta concreta para sua pergunta, tornando entre o perdoar ou continuar chateada com ele.
— Está tudo bem - decidi ignorar o que ele havia dito, pois se eu continuasse com meus aborrecimentos, com certeza não iríamos nos dar bem.
— Certeza? - voltei meu olhar para suas orbes meio amareladas, encontrando ali um sentimento diferente.
— Sim - resolvi retirar a guitarra de meus ombros, passando o instrumento para Suna.
Rintarou nada disse, apenas guardou-a em sua capa e ajeitou todas as coisas que havia desorganizado no auditório. Fiquei encarando o nada enquanto ponderava sobre minha decisão que havia feito, pensando se a escolha fora certa.
— Bom - ouvi sua voz abafada e cansada - Desculpe por ter atrapalhado seu ensaio.
Dei um sorrisinho pequeno, apenas para que o garoto não esperasse uma resposta minha.
— Até mais, Ivy - sussurrou, iniciando seus passos para fora do palco.
— Até mais, Sunarin.
*
oi gente^^
estava com saudades de vocêspessoal, para todos que estão esperando interação grande entre o suninha e a ivy, vão ter que esperar porque o desenvolvimento deles vai ser grande e cheio de reviravoltas, enquanto isso, vão acompanhando a história deles^^
beijocas gatinhes, até próximo cap!! obrigada por todo apoio em nervous<33
cap sem revisão!!! [27/06/21]

ŞİMDİ OKUDUĞUN
𝒏𝒆𝒓𝒗𝒐𝒖𝒔 {suna rintarou}
Hayran KurguIvy buscava terminar o ensino médio em um colégio excepcional que pudesse lhe dar oportunidades para sua futura vida acadêmica como modelo. Seus pais, um casal de advogados, queriam que a garota se matriculasse em um internato famoso de Hyōgo, o...