Na obra VIGILANTE Magno Matias criou uma seleção de histórias macabras digna dos melhores conto de suspense. Sem nada dever a Stephen King.
As histórias nos faz crer que o protagonista possui algum transtorno mental e o enredo foca nesse aspecto par...
Se voces pensam que nonato conseguiu dormir... Quase nada! Ele estava muito ansioso por esse emprego e queria se mostrar interessado para que fosse efetivado, não queria ser empregado somente porque estavam necessitado de um Vigilante, ou por um período de experiência.
Tanto que as vinte e uma horas e quinze minutos, Nonato já estava no vestiário do "Vigilante del Mundo". Além de ser pontual, ele queria chegar cedo para causar boa impressão no seu primeiro dia de trabalho. O Sr. Nilo o aguardaria na recepção as vinte e uma e trinta, mas como chegou cedo, ele precisou ser chamado. Depois dos cumprimentos O Sr. Nilo fez algumas perguntas necessárias a um funcionário como:
- Pode me falar um pouco sobre voce?
Nonato procurou responder dando ênfase ao aspecto profissional.
- Quais são seus defeitos e qualidades?
Nonato demonstrou uma reação positiva; O objetivo do Sr. Nilo era saber até que ponto o Nonato conseguiria identificar problemas e como contorná-los, ou ter noção de como ele se daria no trabalho em equipe. Nonato foi sincero na resposta, mas não muito, ele queria ficar com o lugar de vigilante! Foi humilde, mostrou vontade de superar seus defeitos! Também contou como já conseguiu vencer suas fraquezas. Então, o Sr. Nilo entregou para ele as chaves das entradas do condomínio, uma lanterna e despediu-se com algumas recomendações.
Nonato foi para o vestiário, o Sr. Nilo disse que lá, havia um uniforme extra, (camisa azul, com o Logotipo do prédio, calça preta e um par de botas). O Sr. Nilo mantinha no vestiário; pelo menos dois uniformes completos tamanho M e G sobressalentes, caso precisasse em alguma eventualidade. Apesar de usar roupas GG por gostar de roupas largas, o uniforme G servia muito bem.
De casa, Nonato levou para o lanche apenas um sanduíche e algumas bananas. Sua prioridade era a garrafa térmica e o pó de café, porque passar a noite sem cafeína não rolava. Seu plano era fazer uma boa quantidade de café e deixar na garrafa térmica antes de começar a ronda.
Após guardar suas coisas no vestiário, seguiu para o salão de festas. Não quis explorar o lugar para não se atrasar, as onze em ponto, depois da primeira ronda Nonato teria que fechar as portas das recepções. Quando algum morador quisesse sair, ele teria que abrir a porta e assim, teria um controle de quem entrava ou saia dos blocos. Nonato entrou na cozinha e foi direto para o fogão, antes deu uma olhada para uma porta branca que estava fechada, separando-o do salão de festas, Nonato pensou que o salão de festas seria o próximo local que ele iria explorar depois de fazer o café.
A cozinha do salão de festas não era muito grande, media aproximadamente uns quatro metros². Tinha um fogão semi industrial, uma pia, uma geladeira e um micro-ondas. Embaixo da pia, um armário que era usado para guardar os utensílios . Ele pegou uma chaleira para ferver a água e uma leiteira onde apoiou o porta coador Melitta® para coar o café. Por sorte, tinham filtros de papel, porque ele não levou nenhum.
Na chaleira Nonato colocou água até metade e levou ao fogão. Quando estava apertado o acendedor, foi surpreendido por uma voz, (no exato momento em que apertou o acendedor):
- O que você está fazendo, filho?
Nonato quase deu um pulo, tomou o maior susto da sua vida... Olhou na direção de onde veio a voz. E na penumbra do salão estava diante dele... Uma senhora aparentando quase noventa anos. Tinha cabelos crespos e grisalhos que cobriam parte dos seu olhos, o rosto muito fino e enrugado. Era muito magra, os braços e as mãos longas, tão esqueléticas que pareciam garras de corvos, os ombros encurvados dando um ar mais assustador... E para piorar' estava usando um vestido branco muito comprido. Era difícil olhar aquela figura esquelética...
Era algo extremamente fora do natural e por isso Nonato ficou quase que em transe devido ao medo que sentiu daquela visão, passando alguns longos segundos ele conseguiu responder que estava fazendo um café...
Ainda tremendo, destampou a chaleira e olhou a água no fogo para disfarçar o olhar, a seguir, buscou dentro da sua alma um pouco de coragem e voltou a olhar na direção da mulher...
Seu medo aumentou... Não... Não tinha mais ninguém ali, ele estava sozinho... E a porta que dava para o salão estava entreaberta. O coração do Nonato parou, suas mãos ficaram geladas e seus cabelos arrepiaram!!!! Sua única reação foi sair pela porta de serviço em disparada. Não tinha certeza do que viu, ou se viu mesmo alguma coisa....
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Nonato se lembrou de quando era criança, e seus pais sempre diziam:
- Quando voce ouvir uma voz e não souber de onde vem, não responda, apenas repreenda.
= E se eu invoquei alguma coisa?
Pensava ele muito preocupado. Nonato foi para o Hall de entrada, ele não tinha olhado direito aquele lugar, e ainda faltavam quase meia hora para começar seu turno, pensou em procurar um lugar para se sentar um pouco e respirar. Precisava tranquilizar-se.
Nonato foi até as poltronas de espera do bloco "1", estava prestes a se sentar, quando ao lado, viu em um quadro de aviso: Uma nota de falecimento com uma foto de mulher, voltou a tremer. Suas pernas ficaram bambas. Ele se aproximou bem da nota para ver de perto a fotografia... E por um instante ficou aliviado, não era da pessoa que ele tinha visto no salão de festas. Era de uma mulher bem vestida, não muito velha, e com semblante tranquilizador, em seguida, leu o que estava escrito:
"É com muito pesar que anunciamos o falecimento da senhora Mirtes Maria dos Santos. Ela lutava contra uma grave doença e agora descansa em paz. O velório será realizado no cemitério "Vale dos Sonhos". Agradecemos aos amigos e vizinhos quê no decorrer dos anos, fizeram parte da vida da Senhora Mirtes"
Nonato sentou na poltrona, respirou forte e aliviado.
= Não volto no salão de festas tão cedo!
Pensou ele. Sua ronda nem havia começado e já se sentia sem forças para nada. Ele chegou ali tão entusiasmado e agora não sabia o que pensar nem o que fazer ao certo sobre o acontecido... Mas iria seguir em frente, resolveu caminhar para aliviar os pensamentos.
Obrigado por ler minha história. Continue acompanhando nos próximos capítulos.
