Item III- Há Algo de Errado Nesse Condomínio

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Vigilante parte 3 - 

Ninguém imaginava que a história que estava emergindo, revelava algo tão a horrível... Naquela noite estava se abrindo um verdadeiro abismo para Nonato...


O turno havia começado e na primeira ronda Nonato se prontificou a ajudar uma senhora que  chegou e estacionou o carro na garagem do condomínio sozinha e com compras. Feliz por estar vendo alguém de verdade, Nonato se apresentou formalmente como novo vigilante e ajudou-a  com as compras até o elevador de serviço. 

Depois voltou a sua ronda com as verificações dos blocos que eram separados por números e por um grande pátio de recreação. Nonato já tinha verificado todas as entradas e todas as saídas e já estava no último turno, só faltava finalizar subindo de elevador e descendo de escada para ter certeza que estava tudo nos conformes, que não tinha nenhum morador ou penetra pelas imediações e a seguir ele só precisaria ficar na guarita abrindo e fechando os portões para os moradores ou visitantes... Mas, Nonato estava preocupado. Desde o acontecimento no salão de festas, ele não conseguia ficar em um local fechado. 

Após o susto, ele chegou a contar o que aconteceu para o Sr. Carlos, o vigilante que guardava a  guarita da recepção do condomínio, e o mesmo, brincou o chamando de medroso. Nonato ficou vermelho de indignação e preferiu não contar mais detalhes para "aquele descrente"! 

Ele simplesmente seguiu o caminho para bloco "1"  e refez a primeira ronda. logo após, no bloco "2",  como era a segunda revista ele chegou rápido ao segundo subsolo. Estava verificando as fileiras de carros com duas vagas para cada apartamento. Enquanto isso ele ouviu o barulho de um carro na garagem de cima. O motorista tinha acionado o portão de saída e parecia embalar o carro para subir a rampa. Fora isso, estava tudo silencioso.

Seguindo o caminho para rampa que dava acesso ao primeiro subsolo escutou o motor de um carro ligar bem próximo dele. Olhou para direção do som, mas não viu nada. Seu coração já deu aquela acelerada. Ele queria acreditar que não ouviu nada, e dizia a si mesmo: 

= "Eu não ouvi nenhum motor, ainda estou abalado com o que aconteceu a pouco... Fo... Foi só a minha imaginação,  ou pode ter sido na outra garagem".

 Aquele dia estava sendo arrepiante para Nonato que ainda teria que passar todo resto da noite.... Ele acelerou o passo, virou o corredor da rampa, e começou a subir. Uma luz forte o iluminou de uma das vagas da garagem de frente a rampa que ele acabou de subir. Nonato firmou os olhos feridos pela claridade dos faróis, e o carro acelerou em sua direção, não tendo como sair da frente, ele gritou alto para alertar ao motorista que estava na pista, mas nada adiantou. Mesmo com toda a luz dos faróis parecia que o motorista não o estava vendo. Por instinto... Nonato colocou a mão na frente do rosto e esperou o impacto. O carro estava cada vez mais perto e o impacto era inevitável... De olhos fechados e com o barulho ensurdecedor do motor acelerado vindo em sua direção, tudo se tornou escuro e silencioso. 

Nonato abriu os olhos devagar... E... E não acreditou no que estava acontecendo. Ele continuava na rampa... E estava sozinho... Não havia carro algum ou qualquer pessoa ali por  perto. Seu coração estava para explodir. Tinha alguma coisa de errada com aquele lugar.

Nonato terminou de subir a rampa e já estava no primeiro subsolo. E com certeza não iria até o final da garagem como fez com a outra. Um tanto desnorteado procurou se localizar para saber  onde estava ele precisava ir ao térreo, tinha o elevador ou as escadas. Ao avistar as duas opções, pensou consigo mesmo que iria de elevador, ainda estava trêmulo, mal conseguia juntar forças para caminhar. Nonato sabia que estava aterrorizado e lembrou de seu psicólogo dizendo:

- Maicon! Saiba que o medo é um sentimento necessariamente visceral e franco, e ele é atingido sempre de maneira contundente – algo que simplesmente se sente. Não tem como evitar, tem como controlar, respire fundo e olhe novamente.

Essa coisa de olhar novamente era o pior para Nonato! Quando estava prestes a entrar no elevador que já estava com a porta aberta ele ouviu vozes, estavam a menos de cinquenta metros, e pareciam crianças correndo, gritando, de repente, um tumulto, uma agitação. Em segundos, eles corriam de um lado para o outro, gritando, e em seguida, a porta que dava acesso as escadas bateu forte. Ao ouvir o som da porta batendo, Nonato deu um grito de advertência ao algazarradores:

= Parem agora onde estão! É uma ordem! Aqui é o Vigilante da noite.

Chegando próximo a porta, Nonato a abriu e ouviu passos rápidos se afastando e mais vozes, ele deu mais um grito, mas de nada adiantou

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Chegando próximo a porta, Nonato a abriu e ouviu passos rápidos se afastando e mais vozes, ele deu mais um grito, mas de nada adiantou. Nonato praguejou abandonou o elevador e subiu as escadas o mais rápido possível, iria dar uma bronca naquelas pessoas que faziam algazarra aquela hora da noite.  Ele precisou usar a lanterna, pois não encontrou nenhum interruptor para acender as luzes e nenhum sensor funcionou. Um som de porta batendo novamente deu a entender que as crianças haviam saído na próxima porta, a do térreo e ele iria fazer o mesmo! a segurança do prédio estava sob sua reponsabilidade e também  também serenidade dos moradores. . Chegando ao térreo, olhou em volta procurando as crianças. Não havia nem sinal dela. 

Olhou fora do hall de entrada e nada. Não tinha ninguém. A sua visão era de um pátio vazio e um bosque iluminado pela lua. Seu medo só aumentou, teria que passar por ali se quisesse chegar ao bloco "4" e isso o deixava preocupado. Nonato pensou em ligar para a portaria e perguntar ao Sr. Valdir se ele tinha visto algumas crianças passarem, mas ficou com receio de ser motivo de mais chacota, por estar com medo. E assim, se preparou para caminhar em direção ao bosque. Ele não sabia o que o aguardaria por aquele caminho mas tinha um mal pressentimento. E não se dispunha a aceitar aquela falta de explicação para o mistério — pois, apesar das idiossincrasias do seu psicólogo, Nonato sempre foi completamente crente em aparições sobrenaturais.

Nota do autor: 

Passado um bom tempo de trabalho onde estou atualmente. Fiz amizade com o segundo funcionário mais antigo de lá. Ele me contou que todos os dias descia as dez horas para trocar de roupa no vestiário antes de ir para casa. Em uma dessas descidas, ele estava voltando o caminho quando escutou um grupo de criança fazendo baderna e batendo a porta. Ele pensou consigo mesmo que iria assusta-las e seguiu correndo em direção ao som. Chegando lá, já não estavam mais, porém a porta bateu no andar de cima. Ele despreocupado, subiu até o térreo. Procurando as crianças e não as achando, perguntou ao vigia para onde elas foram e o mesmo, respondeu que não tinha passado nenhuma criança por ali, inclusive, as câmeras não registrou nada. Após esse dia, ele disse que não desceu mais noite para o vestiário, vinha de uniforme de casa. hahahahah

Obrigado por ler minha história! Fique á vontade para comentar!

Até os próximos capítulos.

(VIGILANTE)Where stories live. Discover now