29-Insegurança

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"...Amor, eu estou bem aqui
Eu vou te apoiar quando as coisas derem errado
Eu estarei com você do crepúsculo ao amanhecer
Eu estarei com você do crepúsculo ao amanhecer
Amor, eu estou bem aqui..."

Sia feat Zayn|Dust till dawn.

Segunda-feira.

Acordei mais cedo, pois já estar acostumada não tive problemas — passei na livros do centro antes de chegar na casa de Victor, aproveitei e comprei uma lembrancinha para Bel e minha mãe.

Encontrei Carlota antes de adentrar o quarto do Victor.

— Bom dia, como está Le. — Pergunta massageando a testa, não parece estar muito bem hoje.

— Estou bem, mas você não parece muito...se sente mal? — Acaricio o braço direito dela na intenção de oferecer minha amizade e carinho.

Carlota suspira ajeitando o laço do roupão de seda verde que veste.

— Vou ao pronto socorro, a dor de cabeça é causada pelo...Você sabe. — A mulher toma cuidado para não deixar escapar e corre Rô risco do filho saber.

Solto um sorriso sem jeito, infelizmente não posso ajudá-la.

— Não tem cirurgia que possa resolver? — Questiono baixinho em meio ao corredor iluminado pelo sol.

— Infelizmente não, é extremamente delicado e corro riscos por causa da saúde comprometida...estou conformada, a morte é algo que não se pode contrariar. — A loira mais velha sorri triste, o semblante mais cabisbaixo que já vi ela ter desde que a conheço.

— Até depois, qualquer coisa me ligue. — Informa caindo em uma onda agitada e despede-se de mim com um beijo caloroso na bochecha.

Sigo para o quarto de Victor e entro, está tudo muito escuro exceto pelo abajur elegante ao lado da cama.

Deixo o presente escondido no quarto e assim que ergo o corpo vejo a movimentação angustiada dele, parece aflito.

— Victor? — Me aproximo a passos lentos e o vejo começar a se retorcer sob os lençóis e edredons, misturando sonho com realidade.

Victor começa a se debater na cama, extremamente sufocado por tal coisa que passa em sua mente adormecida agora, chegando a emitir gemidos em agonia.

— Desculpe, desculpe, eu não tive culpa. — Sussurra em meio ao sonho, mal tendo noção de que está na realidade pavorosa.

Os movimentos assustados começam a ficar mais intensos e Victor agarra os lençóis totalmente amedrontado, buscando amparo.

Subo meu corpo na cama e seguro seu rosto, afim de fazê-lo acordar.

— Victor, Victor, acorda! — Tento acordá-lo com a maior delicadeza possível, porém ainda usando a firmeza ao segurar o rosto gélido e ainda mais pálido que o comum que se revira desesperado.

Victor não consegue acordar, está se revirando na cama muito agitado, estranhamente eu sinto algo apertar meu peito violentamente — é como se tivéssemos uma ligação que conecta estas sensações horríveis.

— Victor, sou eu Leila, acorda! — Repito quando ele se nega a me deixar continuar com as mãos em seu rosto, talvez me associando não intencionalmente a figura assombrosa dos pesadelos.

Em um sobressalto, ele finalmente abre os olhos apavorados.

— Leila. — Reconhece rouco e ofegante, desorientado e assustado.

— Sou eu, calma, está tudo bem. — Tranquilizo afastando fios espalhados sob sua testa suada, Victor busca fôlego ainda impactado, as pupilas chegam a estar dilatadas de tão tenebroso que foi o pesadelo.

𝘾𝙤𝙢𝙤 𝙚𝙪 𝙩𝙚 𝙫𝙚𝙟𝙤 [Finalizada] Donde viven las historias. Descúbrelo ahora