4: Mu Qing, Vamos A Um Encontro

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Boa leitura!

Somente quando a última lágrima molhou o antebraço de Feng Xin e ele sentiu a respiração de Mu Qing se acalmar, foi que ele conseguiu dormir.

[...]

Quando Feng Xin acordou, Mu Qing ainda dormia em seu abraço. Suas sobrancelhas estavam franzidas e sua boca um pouco aberta, emitindo uma expiração calma. Essa expressão era bem diferente da fria e inalcançável que Mu Qing normalmente carregava.

Feng Xin se levantou devagar, pois não tinha a intenção de atrapalhar o sono pacífico de Mu Qing após uma noite conturbada de bebidas, risos e choro. Ele decidiu tomar banho enquanto o outro não despertava.

Logo quando saiu do quarto, a voz de Catarina foi ouvida pelo corredor. Era como se aquele relógio estivesse esperando o momento certo de aparecer para também não incomodar Mu Qing.

— Bom dia, General Pika. Deseja que eu prepare o café da manhã? — Feng Xin se assustou um pouco, pois já tinha se esquecido que aquele dispositivo estava, desde ontem, em seu próprio pulso.

Enquanto trancava a porta do banheiro e se despia para entrar debaixo do chuveiro, Feng Xin pensou um pouco nas inúmeras opções que poderia escolher. A mente dele, sem querer, acabou vagando para o belo rosto do homem que se encontrava deitado em sua cama.

— O que Mu Qing gosta de comer? — Ele perguntou antes que pudesse se conter.

— Por que eu saberia? — Essa, definitivamente, não era a resposta que Feng Xin esperava. Ele semicerrou os olhos enquanto se esfregava e teve uma ideia.

— Talvez porque vocês foram criados juntos...? Mesmo código? Algoritmos? — Ele obviamente não entendia de tecnologia, mas tentou aproveitar a oportunidade para tentar entender e descobrir mais sobre Mu Qing e sua origem.

— Nós não fomos. — Isso não o surpreendeu, mas talvez surpreendesse Mu Qing, que desacreditava da própria existência.

— Então Mu Qing não é parte do sistema? — Ele tentou soar indiferente, mas seus cílios tremeram um pouco. Feng Xin sentia um misto de curiosidade e esperança.

O smartwatch ficou em silêncio por alguns segundos congelantes antes de dar seu veredito.

— Desculpe, não estou apta a repassar esses tipos de informações. Para quaisquer dúvidas que você, usuário, tenha sobre o sistema, é necessário entrar em contato com nossa Central de Dúvidas e Atendimento ao Consumidor. O número é... — Catarina novamente deu uma pausa, antes de continuar: — Sinto muito, ainda não há nenhum número programado. — A voz sistemática bombardeou Feng Xin com aquelas palavras.

Tudo ficou em silêncio, o som do chuveiro era o único efeito sonoro que podia ser ouvido.

— Foda-se... Não é como se eu pudesse ligar para perguntar... — Ele resmungou enquanto se virava para lavar o cabelo.

Na verdade, Feng Xin tinha uma certa teoria sobre Mu Qing. Ele havia assistido diversos documentários sobre como os exércitos e serviços de inteligência podem ser sanguinários e sem escrúpulos, às vezes sequestrando pessoas para usá-las como cobaias em testes ou experimentos. 

Se esse fosse o caso, talvez Mu Qing...

Mas todos esses pensamentos foram atrapalhados quando voz robótica irrompeu novamente no ambiente.

— Mas se quiser impressionar e conquistar 01001...

— VAI SE FUDER! Quem disse que eu quero conquistar o Mu Qing, hein? — Feng Xin interrompeu Catarina, falando de forma frenética. Era perceptível que ele estava blefando. Ele queria Mu Qing, mas era infantil demais para admitir isso para terceiros, mesmo que o terceiro fosse um robô.

Inteligência Artificial | FengqingOnde as histórias ganham vida. Descobre agora