8: Isso é um adeus, Mu Qing?

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Boa leitura!


Na manhã seguinte, o céu estava escuro, várias nuvens cobriam os raios de sol e um vento ricocheteando davam sinais de que logo menos uma chuva forte e impiedosa tocaria o solo quente. Feng Xin acordou em um pulo quando um trovão retumbou alto e claro, não muito longe da localização onde eles estavam.

Ele alongou seus músculos, coçou os olhos e esticou o braço para o lado na cama.

Ninguém estava ali. Os lençóis estavam gelados.

Mu Qing não estava ali.

Porém antes mesmo que Feng Xin pudesse pensar em surtar, pois ele era uma pessoa muito emocional e dramática, um barulho ecoou de outro cômodo próximo a seu quarto.

O homem suspirou uma, duas vezes e se levantou cambaleando, ainda em transe pela longa noite. Seu corpo todo se sentia cansado, mas havia uma satisfação incrível no fato de Mu Qing ter causado sua exaustão algumas horas atrás.

Quando chegou à porta do outro quarto, Feng Xin se escorou no batente e ficou observando atentamente o homem que estava lá dentro. Era Mu Qing. Um Mu Qing sentado em um banquinho em frente a uma tela de pintura, segurando um pincel e uma paleta de tintas, com um bico sutil nos lábios e concentrado em seu trabalho artístico.

A curiosidade para saber o que o outro estava pintando começou a pinicar as emoções de Feng Xin, então ele deu duas batidinhas na porta para chamar a atenção do outro e se aproximou.

Mu Qing o olhou e sorriu suavemente. Ele não parecia ter feito questão de se arrumar muito quando acordou, pois usava uma camisa larga de Feng Xin, seus cabelos pretos estavam um pouco bagunçados e seu rosto levemente amassado. Isso era curioso, pois antes o homem se preocupava demais com sua aparência e sua apresentação aos outros, mas agora, com Feng Xin pelo menos, ser perfeito já não importava mais.

Os seres humanos não são perfeitos, de qualquer forma. E Mu Qing era um ser humano, não um robô. Feng Xin ainda acreditava nisso.

Outro trovão, levemente mais próximo, foi ouvido quando a mão de Feng Xin tocou o ombro do homem sentado e olhou para o quadro à sua frente. Era uma paisagem muito bem pintada, com um lago azul refletindo o céu e algumas montanhas cheias de vida ao fundo.

— Bom dia. — Mu Qing disse baixinho enquanto olhava com expectativa para o rosto concentrado de Feng Xin, que ainda encarava a pintura. O mais novo artista esperava um feedback para sua obra de arte.

— Bom dia, A-Qing. — Feng Xin olhou para Mu Qing e respondeu.

Ambos se encararam por alguns momentos com os olhos calorosos transpassando sentimentos um para o outro, até que Feng Xin não conseguiu se segurar mais e atacou os lábios do outro de forma tão rápida e inesperada que recebeu um gemido de surpresa em sua boca.

A mão de Feng Xin, antes no ombro de Mu Qing, subiu para o cabelo do mesmo, puxando devagar e sem muita força, causando uma sensação leve de formigamento no couro cabeludo e arrancando mais suspiros de Mu Qing.

O homem não mais apático se levantou do banquinho devagar, enquanto empurrava Feng Xin para se sentar no lugar que ele antes ocupava. As bocas ficaram coladas o tempo todo. Eles não queriam, de forma alguma, se separar. Era um magnetismo e uma conexão absurda que os mantinham presos.

As duas mãos de Feng Xin novamente se movimentaram, ele agarrou a cintura de Mu Qing e o puxou de forma firme para seu colo. O movimento foi brusco, então os rostos de ambos os homens se chocaram com um pouco mais de força do que o esperado.

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