✥ CAPITOLO DICIASSETTE ✥

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O mundo ao entorno dos olhos de tom caramelo parecia ter adquirido uma lentidão assombrosa, nem mesmo mais conseguia raciocinar corretamente o que se passava, tendo sua mente atordoada apagando vez ou outra conforme dores na área baixa de sua barriga se espalhavam. Não se encontravam mais no hotel - tinha consciência ao menos disso -, e sim no carro que, quando vez ou outra mirava a janela, denotava estar em alta velocidade, tendo seu corpo segurado contra o peito de Jungkook firmemente ao que escutava ele, de maneira distante, gritar com alguém no banco da frente. Queria poder fazer algo para acalmar o lúpus, não gostava de vê-lo daquela maneira, mas seus reflexos estavam tão letárgicos que até mesmo soltar o ar devagarinho requeria um esforço quase inalcançável.

Não sabia bem como havia chegado naquele ponto, somente se recordava do alfa o deixar na sala e então, poucos segundos depois, um incômodo se fazer, este que não demorou a tomar proporções maiores que vieram a ser insuportáveis. Inicialmente seus gritos e grunhidos eram ressoáveis, mas logo começara a sentir tonturas e calafrios, tendo sua pressão baixando em seguida, o que o obrigou a deixar de se segurar no Jeon com avidez e exclamar desconexamente, para permitir com que seus músculos enfraquecessem e sua voz se convertesse em breves sussuros regados a lágrimas silentes.

- Goo... - Como um sopro, a palavra curta escapou por seus lábios, porém, tampouco ela foi capaz de chamar a atenção do lúpus que aparentava estar disprovido de sua audição aguçada tamanho seu foco em ordenar que Doyun dirigisse mais rapidamente, ultrapassando quem quer que fosse. Um tanto perdido nos próprios atos, o loiro fez uso de uma tentativa de tocar a face alheia, contudo, malemal alcançou o maxilar demarcado. Entretanto, ao sentir a mãozinha do menor cair próxima de sua clavícula, o moreno rapidamente levou os olhos negros até si, dando a visão turva de seus traços preocupados. - V-Você quer... - Respirou fundo, sentindo mais um pico de dor, somente continuando quando a notou diminuir. - O m-meu cheiro e o do f-filhote... - Suas pálpebras pareciam piscar mais vagarosamente. - Para se a-acalmar? - Ofereceu perante a memória quase alucinada de quando, minutos atrás, prometeu que o agradaria. Os lumes do mafioso, entretanto, se entristeceram com a alegação; nem mesmo em um momento como aquele Jimin se projetava como prioridade?

O moreno, conquanto, não respondeu a pergunta, visto que sabia que o outro mal tinha capacidade de executar qualquer coisa ou de fato compreender alguma resposta. Respirando fundo, tocou sutilmente a testa alheia, afastando os fios úmidos pelo suor, por fim selando com todo carinho - nunca oferecido a qualquer outra pessoa -, sua pele exposta com um pintinha pequena. Se o menor não se via com a importância merecida, o lúpus o tinha com total primazia.

Os minutos que vieram, se foram em uma continuidade do que já ocorria; um trânsito calamitoso com o capaganda fazendo o máximo que podia para chegar ao hospital o mais depressa possível, o Park cada vez mais intorpecido ao que adquiria palidez e Jungkook outra vez provando do receio, porém, buscando acreditar em uma mínima esperança de que nada de grave ocorreria. Não perderia nem seu ômega, nem seu filhote; não perderia mais ninguém.

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A respiração do mestiço estava acelerada, sintomas como o aumento de sua temperatura e enxaqueca tomavam-lhe outra vez ao que se via cada vez mais nervoso pela falta de informações. Um quarto de hora passou enquanto andava em círculos na recepção do grande hospital aparentando ter se estendido por muito mais tempo, levando-o a cogitar puxar uma das armas presas em seu tornozelo e ameaçar os presentes para que lhe falassem como Jimin estava. Se via perto do descontrole caso não tivesse o pequeno em seus braços logo.

ANGELO NERO [ pjm + jjk ]Onde histórias criam vida. Descubra agora