✥ CAPITOLO DICIANNOVE ✥

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Boa leitura!

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Chamas baixas queimavam as pequenas toras de madeira dentro da lareira embutida na parede, tendo o fogo irradiando um calor morno até o serzinho todo embrulhado a frente da mesma. Era uma noite amena, costuma para Seoul, mas isso não o fazia dispensar peças que lhe aqueceriam, sentindo-se confortável com as meias azuis clarinhas cobrindo seus pés e um conjunto moletom cinza que havia pego do lúpus, este que acabava por cobrir quase totalmente suas mãos, dificultando que seguisse a mexer no Ipad sobre suas perninhas cruzadas. Formou um biquinho frustrado, não somente pelo excesso nas mangas, como pela falta de Jungkook que, ao invés de estar abraçado consigo no tapete, estava sentando na poltrona falando ao telefone. O loirinho se emburrou.

Queria, há quase vinte minutos, mostrar ao mais velho o que estava na tela luminosa que portava e, mesmo que soubesse que não tinha razão para cobrá-lo atenção quando havia recebido toda a que possuía durante a maior parte do dia, sua ansiedade tornava-o apressado. Aproximadamente dois dias completos haviam passado desde que almoçaram com Taehyung e, depois das palavras do moreno, fora impossível não entusiasmar-se ao menos um pouco com a ideia de decoração sob suas escolhas, tendo o arquiteto não perdendo tempo e lhe mostrando, durante a refeição, diversos exemplares para que escolhesse os que mais iam de acordo com seu gosto, formando assim uma linha para seguirem. Sentia-se  tão importante podendo dar opiniões, quase um pequeno chefinho.

Agora, após horas seguidas dedicadas a dar o seu melhor para que o primeiro cômodo ficasse com o esboço pronto, respondendo e-mails do Kim a cada minuto no aparelho que o alfa havia lhe dado para que pudesse visualizar melhor suas seleções, finalmente tinha chegado a um rascunho próprio. Fazia quase cinco anos que não sentia orgulho de coisas que fazia, até mesmo parecia ter esquecido a sensação de ser bom ou fazer algo certo, contudo, quando mirou o desenho daquele cômodo especial notou uma pitadinha do velho sentimento em seu peito. Era tão bom e, para melhorar, somente precisava saber a opinião do Jeon; caso ele gostasse, céus, era capaz de sorrir até suas bochechas cansarem.

Conquanto, em contrapartida a toda sua empolgação, seu estômago roncou como um lembrete de que ainda não jantaram, somente comeram torradas com queijo Brie Paysan Breton e pasta de damasco ao fim da tarde. Estava tão centrado em imaginar o primeiro ambiente do melhor jeitinho possível que nem mesmo havia lembrado da última refeição, mas sua barriga passando a doer lhe causou um choramingo inegável. Suspirou. O moreno ainda falava ao telefone com uma expressão séria e tom autoritário, alternando entre o coreano e italiano a cada frase; deveria mesmo interrompê-lo?

- Argh... - Bufando, o mafioso desligou a chamada em que estava, sentindo-se muscularmente tenso com as palavras que escutou de Yoongi e psicologicamente frustrado. Estava tudo correndo bem com seus negócios até descobrir que, pela manhã, Namjoon havia simplesmente sumido, provavelmente voltado para Itália sem dar as mínimas satisfações. Isso era péssimo visto que, desde que o irmão descobriu o que não devia, não se falaram devido aos tumultos que se sucederam, portanto, não tinha ideia de como ele usaria tal informação.

Levando seus dedos a massagearem seu cenho, retirou os óculos de leitura incovenientes e grunhiu ao sentir seus ombros tensos. Ser quem era lhe dava poder proporcionalmente às dores de cabeça constantes. Desviando seus olhos para o lado, buscando por uma distração ou a chance de raciocinar uma solução, acabou por encontrar o ômega em pé a sua frente com as mãos juntas e um olhar atento, ao que comprimia os lábios duvidoso. Sorriu mínimo, chegando a conclusão que seu papel como alfa de Jimin era muito mais satisfatório.

ANGELO NERO [ pjm + jjk ]Onde histórias criam vida. Descubra agora