BÔNUS | AMORES DIFERENTES

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— HEYOON JEONG

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— HEYOON JEONG

Quando eu tinha cinco anos, me lembro de me perguntarem o que eu queria ser. A pequena Heyoon Jeong, incrivelmente empolgada com toda a vida dali em diante, respondeu desejar ser a médica mais talentosa que já pisou na terra e conseguir salvar o maior número de criancinhas possíveis. Hoje, se me direcionassem a mesma pergunta, contaria com todas as letras a minha maior vontade, algo tão efêmero que chegava a ser cômico. O maior desejo da Heyoon Jeong, quase adulta, é ser apenas eu.

A sensação de estar presa a alguém que não é você nos mínimos detalhes é esmagadora e apesar de amar toda a personalidade que construí arduamente, no fundo, ela só é uma máscara escondendo todos os segredos, os quais, luto diariamente para esconder. Poderia listar as coisas que me desagradam, como o cheer e o kart, mas, no topo do ranking sempre estaria pintada a minha imagem.

Eu deveria ser a garota cujo sinônimo é a perfeição. Inteligente, inegavelmente bonita, atleta, talentosa e com um corpo escultural, Heyoon Jeong é a personificação da inveja de muitas garotas em todos os ambientes os quais frequento. Pelo menos, eu sou uma boa mentirosa. Entretanto, se tem uma coisa a qual aprendi é: não dá para enganar a si mesmo. Porque a noite, quando você deita a cabeça no travesseiro, seu cérebro não segue o roteiro da peça teatral que você chama de dia.

É nessas horas que a ruína te consome.

Talvez você não entenda, caso nunca se sentiu perdida. Então, deixa eu te contar como é: nada faz sentido e por mais que tente anular seus erros, tente se reconstruir, uma coisa é certa: não dá para voltar após entrar nesse mundo — o qual é uma merda e ninguém sabe ao certo o que está fazendo. Essa é minha constatação sobre a vida, enquanto estou caindo lentamente em um poço e já prevendo o baque quando atingir o fundo dele, tenho me entregado a escuridão.

Eu não queria mais lutar. Que a ruína me consumisse de uma vez, eu não tinha mais nada para me importar. Exceto pelo loiro o qual eu me encontrava plantada em frente à sua porta. Inspirei profundamente antes de bater contra a madeira clara e o som de passos atrás dela confirmava que Josh ainda estava acordado.

Havia uma estúpida semelhança entre nós e essa era tão desagradável que chegava a ser assustadora, nem Josh e muito menos eu, conhecíamos o faro de uma família feliz ou de um lar afetuoso. Essa deve ser a razão por trás do nosso vínculo tão resistente.

— Aconteceu alguma coisa? — O loiro disse assim que abriu a porta.

Meu primeiro instinto foi dizer "várias", mas o filtro entre o cérebro e a boca cumpriu seu papel, interrompendo tamanha besteira. Embora, quisesse chorar no seu ombro pelo término com Joalin — essa que ele nem sequer sonhava fazer parte da minha vida — Josh Beauchamp precisava mais de mim naquele momento do que eu dele. Eu o conhecia o bastante para reconhecer os detalhes nele que refletiam se ele fizera uma grande merda ou sofrido por uma grande merda.

RUN 🏁 !¡ BEAUANYWhere stories live. Discover now