22 | LIBERDADE E CERTEZAS

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— ANY GABRIELLY

Eu achei que eu já havia me machucado antes
Mas nunca ninguém me deixou tão ferido
Suas palavras cortam mais do que uma faca
Agora preciso de alguém para me trazer a vida

STITCHES | Shawn Mendes

Nem percebi quando as nuances douradas do sol da manhã atravessaram as frestas das janelas e refletiram o corpo perfeitamente esculpido de Josh Beauchamp sobre o meu. Sua cabeça pesava contra meu peito e o braço com desenho da Medusa rodeava meu tronco. Nossos corpos se conectavam de um modo que eu poderia jurar terem sido feitos para serem o encaixe impecável um do outro.

Leve, passei apenas as pontas dos dedos sobre a tatuagem encantada com a beleza dos traços. Aquela sempre chamaria minha atenção e roubaria o fôlego dos meus pulmões pois quando eu o conheci, ela não estava marcada em sua pele. Eu tinha tamanha curiosidade para saber o significado ou o que tinha levado ele a fazê-la. O desenho da mulher com serpentes no lugar dos cabelos, lançava um olhar, de fato, petrificador. Entre as inúmeras cobras, eu podia enxergar sua mão e unhas pontudas. A medusa estava em meio a rosas, galhos e rajadas tempestuosas de vento. Mesmo em meio ao caos ela sustentava a beleza magnífica e a postura poderosa. A imagem começou a fazer um pouco mais de sentido em minha cabeça.

Josh era um garoto doce, preso em um corpo de bad boy que não lhe cabia perfeitamente. Eu estaria mentindo se dissesse que não idolatrava cada uma de sua quantidade considerável de tatuagens ou suas jaquetas de couro ridiculamente típicas da personalidade.

Lancei um olhar triste para o relógio posicionado na mesa de cabeceira da cama. Passavam das sete da manhã em Viena e em pouco menos de uma hora, Yonta iria me procurar, se deparando com o quarto inteiramente vazio.

Eu não queria retornar para o meu quarto, porque seria como voltar para o mundo real outra vez. E, Deus, eu detestava a realidade. Aqueles momentos perigosos, rápidos e prazerosos onde ingnoravamos completamente a informação de sermos rivais e competir pelo mesmo objetivo, eram sem duvidas os melhores.

Comecei a difícil missão de afastar o corpo de Josh Beauchamp — três vezes mais pesado que o meu — e sair de fininho para não atrapalhá-lho. Usando uma força quase brutal, eu tentei afastar Joshua com as duas mãos e nada. O piloto mal se moveu porque ele estava tão agarrado ao meu tronco que eu duvidava que algum dia eu conseguisse sair dali.

Deixei meu torso cair para trás. O arfar raivoso em segundos deu lugar para um sorriso medíocre que não desaparecia da minha boca. As memórias do dia e noite passada invadiram minha mente como o cheiro de terra molhada durante um chuva de verão, impregnando tudo de mim. Eu podia sentir cada um de seus beijos sobre minha pele, seu toque único e intenso, suas carícias divinas e arrepiantes.

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