⭟ | capítulo um

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o sol despontava no horizonte quando acordei, espreguiçando até os ossos estalarem, xingando por causa da dor, eu desliguei o despertador no quinto toque e corri para o banheiro, xingando outra vez ao tropeçar no tapete.

meus pais esperavam na cozinha, preparando um café da manhã balanceado, como sempre faziam, mas preferi pular a refeição e sai de casa com uma maçã e um suquinho. meu melhor amigo, carlos, esperava no carro, parecendo prestes a explodir por eu ter demorado.

---- até que enfim - disse ele.

---- cadê meu bom dia ? - cumprimentei, com um sorriso brincando em meus lábios. carlos revirou os olhos e dirigiu em direção à escola, cantarolando uma música da deusa miley cyrus. ---- aparentemente aquela garota não vai largar seu pé esse ano, hein ? - digo, pois vejo viviane encostada no armário ao lado do de meu amigo. vi tenta algo com carlos desde o nono ano, não me lembro de tê-lo visto mostrar que queria algo com ela, até hoje ela lança investidas e ele sempre as ignora.

---- vamos passar direto - carlos nem mesmo olha naquela direção, esperando que a atenção de vi não se volte para ele. ---- não olha - mas vi já estava o abraçando fortemente antes mesmo de passarmos perto dos armários, viviane não perdeu tempo e lhe lançou um beijo molhado, consegui escutar o estalo da boca ao pressionar a bochecha de carlos. carlos gemeu, tentando afasta-la sem parecer desesperado. ---- vivianne... você parece... - meu amigo procura por palavras, " desesperada por seu pau" pronuncio sem som, mas dou uma risadinha depois. ele sabe que estou brincando. ---- bem...

---- julieta me passou seu número, mas eu não consegui te ligar, sempre dava "esse número não existe" ou algo assim.

---- ah, me desculpe, eu devo ter te passado o número errado - quando vi me olha, carlos me lança um olhar desesperado e faz um gesto no pescoço, como se significasse "inventa uma desculpa para mim, por favor, eu imploro!". dou um tapinha no ar e abro um sorriso, para carlos saber que me deveria um sorvete por salvar sua bunda depois dessa. ---- você não perdeu seu telefone naquele dia no lago ? - aponto para carlos e ele entra no jogo. ---- pois é... mas, vi, prometo te passar o número dele quando ele desembolsar os mil dólares pro novo... ou, então, posso te passar o número do william, solteiro e tem um ótimo humor, tem coisa melhor ? fala sério, carlos tem apenas beleza, conteúdo zero - carlos coloca a mão no peito como se estivesse ofendido, mas sei que está agradecido por eu estar levando viviane para um caminho diferente. tiro meu telefone do bolso e digito o número do will no smartphone de vivi, me sinto culpada por empurrar essa garota para o william mas sei que ele é gente boa o suficiente pra dar um pé na bunda dela sem magoa-la. carlos não tem tanta coragem de dar um pé na bunda de uma garota, ele não sabe o que fazer quando garotas choram, acho que preferiria continuar em um relacionamento infeliz do que partir o coração de uma garota. esse é um dos motivos pelos quais carlos namorou pouquíssimas vezes, e todas elas ele foi quem saiu de coração partido.

me despeço de meu amigo quando tenho de pegar coisas no meu armário que fica no andar de cima, enquanto o armário de carlos é no andar debaixo. nossas primeiras aulas são em salas diferentes e nos andares de nosso armários, o que facilita as coisas.

ao caminhar por aí, cumprimento pessoas que conheço, e aceno para as que são conhecidas de conhecidos. antigamente eu andaria pelos corredores de cabeça baixa e toca por cima dos cabelos, meu amigo estaria com uma mão no bolso do meu suéter enquanto eu estaria abraçado à ele : dois amigos antisociais, seria uma linda pintura.

perdida em meus devaneios, sem querer tropeço em uma pessoa no corredor, dando passos pra trás e massageando a testa que parece ter batido exatamente no queixo da criatura. filho da put...

---- louis.

nem mesmo notei meu livro espalhado pelo chão assim como as anotações e post-it até louis os pôr em minha mão. estava atrapalhada demais para dizer qualquer coisa, fazia tempo desde a última vez que o vira. seu cabelo castanho estava ainda maior, seu rosto mais preguiçoso e muito mais alto e magro também. poderia chorar de emoção se não fosse...

---- july - escuto meu namorado chamar por mim, quando me viro ele vem em minha direção e me toma em seus braços para beijar meus lábios e a ponta de meu nariz em seguida. ---- bom dia - ele sussurra antes de se virar para meu velho amigo e dizer. ---- sábado tem festa da piscina lá em casa, espero te ver lá.

---- pode deixar, payton - é a primeira vez que escuto sua voz depois de tanto tempo. ---- tenho que ir - ele se despede depois de  arrumar a mochila nas costas, visivelmente desconfortável, e sumir na esquina do corredor.



NOTAS - aí gente, eu tô tão animada pra escrever isso aqui, sério. prometo boiolar vcs 🙄🤟

obgg pelas 80 vizu 😭😭😭

home. louis partridgeWhere stories live. Discover now